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01/09/2021

O Poder Oculto da Oração

 Discurso proferido pela primeira vez por Max Heindel na capela da Rosicrucian Fellowship (Pró-Eclésia) em 1915. O texto desta palestra tornou-se a base para o Serviço de Cura que é lido a cada data de cura (semanalmente) desde então. Em sua forma original, o leitor pode apreciar como Max Heindel se utiliza do uso de analogias e ilustrações, bem como de seu entusiasmo e fervor pessoal, a fim de “imprimir” sua mensagem na mente dos ouvintes. Imagem: Pró-Eclésia- Sede Mundial)


Como a Lua hoje à noite está em um sinal cardinal, estamos realizando nossa reunião de cura. A este respeito é muito importante ter em mente que os estudantes da Fraternidade Rosacruz, localizados em todo o mundo, concentraram hoje seus pensamentos nesta Pró-Eclésia com o mesmo propósito que agora estamos nos esforçando para cumprir, ou seja: gerar pensamentos de auxílio e cura, e focalizá-los em uma direção comum, de modo que possam estar disponíveis para ajudar os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz em seu trabalho beneficente pela Humanidade.

Mas se realmente queremos realizar algo nessa direção, devemos ter uma compreensão muito definida e clara de qual é o nosso objetivo e quais são os meios de realizá-lo. Não basta que tenhamos uma vaga ideia do que é a doença e o sofrimento que há no mundo e que tenhamos uma vaga e nebulosa ideia de ajudar e aliviar esse sofrimento, seja corporal ou mental. Devemos fazer algo definido para atingir nosso objetivo e, portanto, será bom colocar diante de nossas mentes uma ilustração que pode nos ajudar.

Suponhamos que um de nossos edifícios esteja pegando fogo. Muito lixo foi se acumulando em um canto e por combustão espontânea finalmente se tornou um incêndio. Temos mangueira, água e um bico para borrifarmos no fogo e nos esforçarmos para apagá-lo. Mas para isso devemos primeiro ligar a água e apontar o bocal reto, também, o jato d'água deve ser adequado para apagar o fogo. Não nos ajudará em nada se simplesmente abrirmos o esguicho pela metade, ou tivermos uma pequena quantidade de água aqui e ali. Devemos apontar a água diretamente para o centro do fogo, com força e volume adequados para lidar com o material em chamas. Se tivermos esses requisitos, seremos capazes de apagar o incêndio no edifício e, assim, teremos cumprido nosso propósito com o uso adequado de meios eficientes.

A cura da doença oferece uma analogia perfeita, pois qualquer doença, podemos dizer, é realmente um fogo, o Fogo Invisível que é o Pai, tentando romper as condições cristalizadas que reunimos em nosso corpo. Reconhecemos a febre como fogo, mas tumores, cânceres e todas as outras doenças também são o efeito daquele fogo invisível que se esforça para purificar o organismo e purificá-lo das condições que criamos ao quebrar as leis da natureza. Agora, com relação aos pensamentos de cura, esse mesmo poder que se esforça lentamente para purificar o corpo pode ser grandemente aumentado pela concentração apropriada (isso é o que a oração realmente é), desde que tenhamos as condições adequadas. Para ilustrar quais são essas condições, tomaremos a tromba d'água como exemplo. Você pode não ter visto este fenômeno da natureza, mas é maravilhoso e inspirador. Normalmente, no momento em que ocorre, o céu parece estar muito baixo sobre a água. Há uma sensação de tensão no ar de depressão ou concentração. Gradualmente, parece que um ponto no céu desce em direção à água, e as ondas em um determinado local parecem saltar para cima até que o céu e a água se encontrem em uma massa rodopiante.

Algo semelhante ocorre quando uma pessoa ou várias pessoas estão orando fervorosamente. Todas as forças da natureza que fazem nosso trabalho aqui estão trabalhando apenas no éter - eletricidade, a força expansiva no vapor, etc., todas são etéreas. Mas existem forças no universo muito mais potentes e sutis, entre elas o poder do pensamento. Quando uma pessoa suplica intensamente a um Poder superior, sua aura parece tornar-se em uma forma de funil que se assemelha à parte inferior da tromba d’agua. Este salta para o espaço a uma grande distância e estando em sintonia com a vibração de Cristo do Mundo interplanetário do Espírito de Vida, atrai daí um poder divino que entra no homem, ou reunião de homens, e anima a forma de pensamento que eles criaram. Assim, o objetivo para o qual eles se uniram será realizado.
Imagem de uma tromba d'água - Original do artigo
Mas tenhamos em mente, que o processo de oração ou concentração não é simplesmente um processo intelectual frio. Deve haver uma quantidade de sentimento adequada para realizar o objetivo desejado, assim como um certo volume de água foi necessário para apagar o fogo. A menos que esta intensidade de sentimento esteja presente, o objetivo não será realizado da mesma forma que um pequeno jato de água não apagará um grande incêndio.

Este é o segredo de todas as orações milagrosas que já foram registradas: a pessoa que orou por algo sempre foi intensamente sincera; todo o seu ser mergulhou no desejo desta ou daquela coisa pela qual ele orou, e assim ele se elevou até os próprios reinos do divino e trouxe a resposta do Pai.

No ano passado, tivemos um caso desse tipo na sede. Uma de nossas trabalhadoras se feriu em um acidente automobilístico e sofreu uma concussão cerebral. Naquela noite, todos nós nos juntamos em súplica silenciosa ao nosso Pai Celestial, aqui nesta Pró-Eclésia, para que ela pudesse ser curada e ajudada. O palestrante percebeu então, claramente, a intensidade do sentimento e como isso deu origem a um canal com a parte inferior em forma de funil, que trazia para baixo a resposta divina. Naquela noite, a consciência da trabalhadora voltou, o que é mais do que incomum nos anais desses casos.

Também descobrimos que em certas comunidades sagradas, como, por exemplo, "a távola redonda do Rei Arthur", ou em um círculo de espiritualistas, uma condição semelhante ocorre. Os assistentes no círculo primeiro se sintonizaram com uma vibração comum cantando certas canções. E tendo estado assim unidos, eles formam um único funil áurico que então traz para baixo tudo o que desejam, de acordo com a intensidade de seus desejos e sua concentração.

Esta vibração espiritual é tão poderosa que às vezes pode ser transmitida a objetos aparentemente inanimados e permanecer por aí. Por exemplo, muitas pessoas sentiram, algumas até foram superadas, as poderosas vibrações no órgão aqui. Você notará que há uma cópia do Cristo de Hoffman sobre o órgão. Não há dúvida na mente do palestrante que quando Hoffman pintou este quadro, ele sentiu muito intensamente a posição e o sentimento do Cristo no Getsêmani; portanto, agarrou-se a sua imagem uma representação desse mesmo canal áurico. Isso não permaneceria ou seria reproduzido em uma cópia impressa da foto. Mas o quadro aqui na Pró-Eclésia foi pintado por um de nossos membros que entrou no sentimento do artista original e foi dotado de uma compreensão do segredo do sofrimento de Cristo naquela hora solitária. Assim, ele “trouxe” essas vibrações para a imagem que estava pintando, e podemos senti-las emanando do quadro.

Para representar a amarga experiência de Cristo e as duras perspectivas, o artista retrata o jardim em uma rocha nua onde o Santo se ajoelha perto de um espinheiro cuja madeira deve coroá-lo em algumas horas intermináveis. Seus três discípulos escolhidos podem ser vistos vagamente dormindo à distância esquerda diante da silhueta escura da cidade onde Sua sentença de morte o aguarda. No entanto, a luz do Pai irradiando sobre ele significa Sua força para prevalecer.(Foto e texto do artigo  original da “Rays from the Rose Cross”)


Tudo isso nos ensina que essa força está disponível e pode ser usada cientificamente com muito maior efeito do que se a usarmos de maneira aleatória ou com um desejo muito vago. Mas, também há um grande perigo no usar mal este poder maravilhoso: portanto, devemos sempre dirigir nossas súplicas para os outros, com as palavras do Cristo: "Não a minha vontade, mas a Tua." Caso contrário, podemos causar danos onde queríamos ajudar.

Você provavelmente notou que eu disse "nossas súplicas pelos outros". Deixe essa ideia afundar em nossas mentes, que nunca devemos pedir nada para nós mesmos. Isso é supérfluo. O Cristo nos deu a certeza de que, se buscarmos primeiro o Reino de Deus e Sua justiça, todas as outras coisas nos serão acrescentadas. Também temos a promessa na Bíblia: "O Senhor é meu pastor, nada me faltará", e muitos anos de experiência demonstraram ao orador que este é um fato real, que se trabalharmos com a lei para os outros, então a lei cuidará de nós, pois somos seus obreiros.

A grande razão pela qual a oração não é ouvida hoje é que os suplicantes estão sempre pedindo algo para si, contrário ao bem comum. Se estivermos cuidando de nós mesmos e sempre tentando obter o melhor para nós mesmos, independentemente de todos os outros, não é necessário que Nosso Pai Celestial cuide de nós. Mas no momento em que nos colocamos em Suas mãos e pensamos em como podemos fazer Sua obra, como podemos cumprir Sua vontade na terra, como está sendo feito no Céu, então nos tornamos co-obreiros Dele, trabalhadores em Sua vinha. Em seguida, recai sobre Ele cuidar de nós, e então podemos descansar na plena confiança de que tudo o que é necessário para nosso conforto material ou espiritual estará disponível. Tampouco a medida será pequena, escassa ou mesquinha, mas receberemos medida plena, comprimida e transbordando. Com esses pensamentos, entraremos agora em silêncio e por dez minutos focalizaremos nossas mentes no objeto pelo qual nos reunimos para ajudar e curar nossos semelhantes sofredores, mas particularmente aqueles que solicitaram ajuda á sede mundial em suas aflições.

 QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ

Esse artigo foi traduzido da seção "Healing" da revista "Rays from the Rose Cross" , julho/agosto de 1997 por colaboradores do blog.
 Se deseja divulgar, por favor mantenha os créditos. 

01/07/2021

Lembranças De Uma Probacionista Que Foi Operada Em Seu Corpo Vital Obtendo A Cura

 Templo de Cura da The Rosicrucian Fellowship (foto editada)

Corria o ano de 1952. Minha saúde decaia notavelmente. Eu já era Estudante Rosacruz, conhecendo os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental a vários anos. Havia solicitado Cura Espiritual em Oceanside, depois de ter experimentado os métodos de cura alopatas em várias cidades. Diversos transtornos me afligiam, não podia reter nem digerir alimentação alguma. Sentia que a vida me fugia lentamente sem ter em quem me apoiar. Tive um pressentimento interno que encontraria a cura em " Mount Ecclesia”.


Assim é que parti para a cidade desejada. Eu era como uma sonambula, que deixava através de si tudo; familiares, trabalho; me despojei de tudo o que era supérfluo, como se minha alma necessitasse lavar-se na fonte da purificação. Assim como diz o Ritual Rosacruz: "nu e com lágrimas de contrição," mas com profunda fé e firme convicção me dirigi ao lugar que imensamente amo:  "MOUNT ECCLESIA"

 

Era a véspera de Natal. Estrelas simbólicas de cinco pontas, adornavam as ruas das cidades americanas, que eu ia atravessando, como: Los Angeles, São Diego e outras cidades vizinhas a Oceanside. Isto produziu em minha alma um forte despertar; era como se me dessem as boas vindas, forças vindas dos mundos onde moram os bem-aventurados.

 

De conformidade com o que havia planejado em meu interior recebia o batismo da Onda Crística mais poderosa do ano, ao pôr os pés nesse Santo Lugar, poucos minutos antes da meia-noite, na noite de Natal.


Hinos de júbilo cantavam os anjos, igualmente como meu coração, ao ser recebida por tão ternos e amorosos braços dos amigos reunidos na cafeteira comemorando tão magna data.

 

Impossível narrar a experiência em tão pouco espaço, mas uma das mais importantes experiências relacionada com a recuperação de minha saúde, a qual é meu dever descrevê-la.

 

Senti nesse bendito lugar, inspirações inenarráveis. Minha alma percebia alguma cousa acima da matéria física. Me dedicava a escutar música seleta, antes de entregar-me ao sono. A música de violino era a minha preferida; assim em toda essa vibrante harmonia ocorreu a maravilhosa cura espiritual.


Lembro-me nitidamente de ter-me entregue ao sono durante o dia, para poder estar consciente durante a noite em que ia ser operada espiritualmente e estar consciente da presença dos médicos espirituais.

 

Quando estava sendo operada, ainda me parece ver os gestos de Max Heindel, diante de todos os presentes e ao lado de minha cama dando instruções; imediatamente ouvi que me pedia para dar a volta ao meu corpo; assim o fiz, enquanto ele passa ao outro lada da cama seguido de várias personagens todos vestidos de avental branco. Imediatamente perdi a consciência.

 

Na manhã seguinte me levantei na forma de costume, mas qual foi meu assombro, quando o secretário de espanhol, daquele tempo, depois de cumprimentar-me afavelmente me perguntou serenamente: Lembras-te do que te fizeram ontem à noite?

 

Abri os olhos assombrada, ficando calada enquanto ele me narrava detalhadamente a operação que me haviam feito nos corpos sutis.

 

Assim sendo eu uma mulher desesperada com 51 quilos de peso e 1,70 cm. de estatura, me converti em uma mulher cheia de saúde, que amava a vida, passando a pesar 70 quilos. Então voltei a meu país, mas uma noite antes de partir me via a mim mesmo, descer de uma alta montanha em cujo cume luzia imaculado nosso belíssimo Templo de Cura. Descendo numerosos degraus me aproximava do mundo Iá fora, levava em meu braço direito o Livro dos Probacionistas, pois havia feito meu juramento nesse Templo Sagrado, poucos meses atrás; internamente escutava a voz que me dizia: " Ide e semeai no mundo, é ali “a tua missão".

 

Não sei si estive ou estou à altura dos que em mim confiaram, só sei que sempre fui sincera em meu esforço e conservo uma eterna gratidão ao nosso amado mestre Max Heindel e sua fiel companheira, assim como também a todos aqueles que me ajudaram com tanto desinteresse, Seres I invisíveis e também visíveis, não posso deixar de nomear a estes últimos, alguns viverão como uma lembrança permanente em meu coração, pois contribuíram para a minha recuperação física e a aquisição das experiências destes últimos anos, o que de outra forma não haveria sido possível.

 

MOUNT ECCLESIA é um lugar sagrado, lá se respira outra atmosfera. É um pedaço de terra obtido para elevar-nos ao Céu, lá se percebe música enquanto o peito humano se expande de felicidade e alegria. Devo minha vida presente a seis meses de alegria, passados nesse belo lugar do mundo, os quais marcaram uma transcendental mudança em minha vida.

 

Queira o Senhor derramar suas bênçãos sobre MOUNT ECCLESIA e seus fiéis servidores.

Traduzido por Ramon Gonzalez Guerra de "Ecos da Fraternidade Rosacruz de Corrientes — Argentina e publicado na Serviço  Rosacruz, março, 1984

04/06/2021

Uma História Sobre o Trabalho dos Auxiliares Invisíveis

Detalhe do quadro "Auxiliar Invisível" por Mary Hascom, 1937. Departamento de Cura da The Rosicrucian Fellowship. Veja o quadro  inteiro e a explicação de sua simbologia aqui

por  Helen T. Crawford

Dias atrás recebi um interes­sante relato de uma amiga, de como se curou, por intermédio dos auxiliares invisíveis da Fra­ternidade Rosacruz. Acho opor­tuno divulgá-lo.

Esta amiga sofria, há muito tempo, de horríveis espasmos nevrálgicos. Seu marido é estu­dante da Fraternidade Rosacruz e sugeriu-lhe pedir ajuda ao De­partamento de Cura. Ela con­cordou e preencheu o formulário. Obteve orientação, mas não nota­va nenhuma ajuda imediata. Desesperava-se com os espasmos e algumas vezes atingia o deses­pero, chegando até à ideia de suicídio, para acabar de vez com aquela situação que a medicina não sabia debelar. Um dia... bem, prefiro que ela mesma o re­late; usarei as suas próprias pa­lavras:

"Orava desesperadamente e adormeci. Devia estar num pro­fundo sono quando entrou em meu quarto um Senhor. Não abriu a porta: parecia atraves­sá-la como se ela não existisse. Percebi quando se aproximou de minha cama e parou, olhando so­bre mim. Não senti qualquer te­mor, ainda que não soubesse de quem se tratava."

"Ele parecia refletir profun­damente. Meneou a cabeça, com um gesto de pena e de admiração para o que observava em mim. Pus-me a reparar melhor: em seu braço direito havia, dobrada, uma espécie de capa de tonali­dade violeta, difícil de explicar."

Estendeu para mim a mão es­querda; apanhou minha mão di­reita e disse-me com suavidade: "levanta-te". Senti que me puxa­va estranhamente a mão. Senti-me desusando sobre mim mesma ao tentar sentar-me e depois le­vantar-me fora da cama".

"Ele abriu aquela espécie de capa violeta e insinuava colocá-la sobre meus ombros. Tomou ou­tra vez minha mão e chamou minha atenção para o meu corpo, que jazia dormido na cama. De­pois disse: "Vim auxiliar-te, pois muito tempo o desejaste, se bem que fracamente. Esperava por­que tinhas fortes dúvidas..."

"Eu me achava entre admirada e horrorizada, olhando meu cor­po — um montículo desgraçado, em trajes noturnos listrados. Notei meu rosto cansado e distor­cido, os cabelos desordenados. “Fiz um gesto para ajeitá-los e o Senhor m'o impediu, dizendo: "Como é possível fazer-se um mínimo de ajuda, quando consi­deras tudo perdido? Por que te apegas tanto ao que não é teu verdadeiro ser? Importa cami­nharmos constantemente, para a frente e para cima, através da eternidade que somos! Não te es­queças disto, a partir de hoje".

"Afastei-me um pouco de mi­nha cama e justifiquei-me: "Odeio parecer-me com essa pes­soa que aí está dormindo". E ele contestou: "A culpa desta situação cabe inteiramente a ti e a mais ninguém".

"— Sim — adicionei — mas eu me esforcei muito, saiba o Senhor disso — apesar de me sentir tão cansada e enferma!"

"Ele olhou alguns segundos em meu rosto e disse: "Procura lem­brar-te; sempre andaste pensan­do em doença; sempre estiveste alimentando esta doença em pen­samento. Deves aprender a não viver em doença”.

“Indicou-me uma vez mais o cor­po adormecido, tomou-me por uma das mãos e me conduziu para fora do quarto. Passamos pela porta, como ele havia entrado. Lá fora não parecia muito es­curo. Ele levantou e movimentou a sua mão, acima da cabeça. Começamos a voar suavemente. Nem cheguei a notar quando meus pés se desprenderam da terra. Fomos subindo e enquanto nos movimentávamos, percebi ni­tidamente os telhados das casas e as copas das árvores lá em bai­xo. Já estávamos longe, quando observei a meu companheiro: "em criança eu costumava sonhar que viajava assim, voando para lugares distantes". Ele concor­dou com a cabeça e depois, fitan­do-me, disse: "Tua família está preocupada contigo. É preciso que te livres deste medo com que te atormentas. Serás auxiliada por nós, se aprenderes a aceitar as oportunidades que te apresen­tarmos, na hora. Fica sempre na expectativa".

Na carta de minha amiga, se­gue-se uma viva descrição da luz e da cor que ela notava no Mun­do dos Desejos que visitava. Con­tou algo sobre os seres que viu lá, quando viajavam pelo espaço.

"A volta e a descida não foram muito agradáveis para mim — continuava ela — porque fiquei com medo. Com aquele ser a meu lado ainda, aproximei-me de casa e nela entrei, tal como saí. Vi minha mãe e filhos dormindo e quando cheguei junto ao meu corpo, examinei-o atentamente, de novo".

— "Esforcei-me, esta noite, para provar-te que aquilo que está dormindo no leito não é a verdadeira vida. Continuarei te ajudando e outros virão também ajudar-te. Mas tu mesma deves dar mais atenção a isto”- disse meu acompanhante. Em seguida, mostrando os frascos de drogas químicas que se achavam à cabeceira da cama, acrescentou:

“ Isto só pode retarda a sua evolução”. Tirou aquela espécie de capa de cima de meus ombros e, dobrando-a, colocou-a em seu braço esquerdo. Inclinou-se, tomou uma das mãos do corpo que estava dependurada para fora do leito. Senti fortes puxões. Sentei-me na cama. Meu companheiro me deu instruções para que eu me deitasse. Uma calma sensação, muito agradável, invadiu-me o ser. Ele me olhou ainda por alguns momentos e, pondo sua mão direita sobre o meu coração, levantou os olhos e disse: “Assim seja! ” E, virando-se, abandonou o meu quarto”.

“Acordei-me no dia seguinte. Sentia-me muito bem, como há muitos anos não sentia. Lembrei-me nitidamente de tudo. Levantei-me, e a primeira coisa que fiz foi jogar os medicamentos fora. ”

Quando chegou domingo, à noite, meu marido me convidou: “Tens vontade de ir comigo à reunião da Fraternidade Rosacruz? ”

Concordei imediatamente. Era minha primeira visita. Chegamos cedo à reunião. Pude olhar calmamente o salão, quando, pousando os olhos sobre um quadro reconheci o Auxiliar Invisível que me visitara aquela noite. Era Max Heindel! ”

Traduzido da revista alemã “Rosenkreuzer Zeitschirift”de junho, 1933,  por F.Preuss, e publicado na Serviço Rosacruz de janeiro, 1976

28/05/2021

Sugestões para a Saúde

Fragmentos e notas de livros de Max Heindel  

Assim como a água se congela pelas linhas de forças etéricas nela contidas, invisíveis mas presentes durante todo o tempo, e toma formas solidas de vários contornos que chamamos cristais de gelo, assim também o alimento que nós liquidificamos como sangue congela ao longo das linhas etéricas no nosso corpo etérico e toma formas diferentes como epitélio, tecido conjuntivo, cartilagens, ossos, etc. formando-se cada espécie de tecido congruentemente com as linhas etéricas dessa parte particular do corpo.

Os chamados "mortos" são os agentes principais no processo da assimilação. Eles são os construtores, quanto os "vivos" são os destruidores. Os vivos têm mais força para destruir que os mortos para construir, e por essa razão é que a doença se origina.

A missão da Fraternidade Rosacruz é: ensinar as leis da natureza e como viver em harmonia com elas, e ajudar as pessoas a corrigir enganos passados; daí o caráter curativo da nossa obra.

Devido aos médicos terem feito da cura sua profissão e terem estudado o metabolismo do alimento, a ciência da histologia, etc. são particularmente úteis nesse trabalho e aqueles que se juntaram a nós como Probacionistas, são cuidadosamente ensinados pelos Irmãos Maiores a tratar seus pacientes durante a noite, quando ambos, paciente e médicos, estão fora dos seus corpos. Os Probacionistas leigos em medicina são entregues como assistentes aos médicos, variando seu número de acordo com as circunstâncias.

A Lua é o corpo celeste que faz com que tudo aconteça; embora os acontecimentos sejam mostrados pelos outros planetas, tais acontecimentos não se realizam enquanto a Lua não os provocar.

Há, dentro do corpo humano, um fluxo e um refluxo, uma maré, assim como há no mundo exterior. Há períodos críticos em certas doenças, que podem ser previstas com segurança pela Lua e por isso, é muito importante que todos conheçam a enorme influência desse satélite.

Há uma força cósmica que culmina por ocasião da Lua Nova e outra, quando a Lua está Cheia. Tudo o que se inicia desde a Lua Nova até a Lua Cheia, aumenta em intensidade e afinal culmina quando a Lua estiver Cheia. Este período marca o fluxo de vida que vem do Sol e que é refletido para nós pela Lua. Esta força é um grande auxiliar na recomposição do corpo e para conservá-lo em estado saudável. Da Lua Cheia até a Lua Nova, esta grande força-luz torna-se cada vez mais escura e tudo o que é iniciado nesse período tende a definhar e morrer gradualmente.

Sabendo que a lua tem essa influência, conforme aumente ou diminua em luz, concluímos que este fator deve ser levado em consideração quando aplicamos algum tratamento.

Todos os tratamentos, como os remédios, podem ser classificados em duas classes gerais: estimulantes e sedativos. A primeira classe tem efeito melhor e é melhor aplicada durante o aumento de luz de Lua, e a outra classe é melhor empregada durante o período de diminuição da luz da Lua.

A regra geral é: Desde a Lua Nova até a Lua Cheia os estimulantes produzem mais efeito e os sedativos menos. Diminua a dose de estimulantes e aumente a dos sedativos · A única exceção a esta regra é quando a Lua Crescente se aproxima a uma conjunção com Saturno. Nesse caso, dê doses maiores de estimulantes e menores doses de sedativos.

Quando a Lua Crescente se aproxima a uma conjunção com Marte e Mercúrio, os estimulantes têm seu máximo efeito e os sedativos o mínimo.

Quando a Lua Crescente está em bom aspecto com Júpiter e Vênus, os estimulantes cardíacos produzem seu efeito mais duradouro. A palpitação é tratada com melhores resultados quando a Lua está decrescendo e faz aspectos favoráveis com os planetas citados por último. Aplique estimulantes cardíacos com muita cautela quando os aspectos da Lua para com esses planetas sejam desfavoráveis, especialmente em Lua Nova. Os anestésicos também, nessas ocasiões, poderão produzir resultados fatais. Se inibimos o nervo pneumogástrico em certa medida aquietamos a ação do coração e assim estamos aplicando o que em medicina chama-se um sedativo. A manipulação desse nervo de modo a estimular sua ação tem valor similar ou equivalente à aplicação de um estimulante medicinal.

Traduzido da Rays from the Rose Cross e publcado "Serviço Rosacruz", novembro, 1985

28/08/2020

O CENTENÁRIO DO TEMPLO ROSACRUZ (OCEANSIDE - 1.920 - 2.020) Suas Indeléveis Marcas

Templo de Cura
Templo de Cura da The Rosicrucian Fellowship

 por Jonas Taucci

Neste Ano de 2.020, temos o centenário de fundação do Templo Rosacruz, na cidade de Oceanside, estado da Califórnia, Estados Unidos.

 

Na quarta-feira, 12 de dezembro de 1.990, o Centro Rosacruz de Santo André, promoveu palestra nas dependências da Biblioteca Municipal da cidade de Santo André (SP-Brasil), que esteve a cargo dos irmãos probacionistas Luiz Mario Salvini e a mim.

 

Intercalamo-nos, naquela noite, para tecer comentários sobre o (então) 70º aniversário da inauguração do Templo Rosacruz.

 

Vou tentar, até onde minha memória recordar, dissertar sobre esta palestra, no que concerne os motivos de escolha do “local” e “data” de sua fundação e consagração.

 

Possa o transcrito abaixo servir de reflexão e meditação sobre este assunto, principalmente neste seu tão significativo 1º centenário.

 

LOCALIZAÇÃO

 

Muitas pessoas, através dos anos, indagam sobre o motivo de Max Heindel ter escolhido esta cidade para ser o local de nossa Sede Mundial, e no ano seguinte ao seu falecimento, ser ali assentado o Templo Rosacruz.

 

Ao receber e escrever, na Alemanha em 1.907, a maior parte dos ensinamentos contidos na obra “Conceito Rosacruz do Cosmo”, dada pelos Irmãos Maiores, Max Heindel foi orientado pelos mesmos, de que esta obra seria ampliada e reescrita na América, uma vez que ele - Max Heindel – estivesse na “atmosfera elétrica” daquele país.

 

No livro “Astrodiagnose Um Guia de Saúde”, o casal Heindel nos informa que Aquário/Urano regem os éteres, sendo este signo elétrico.

 

Augusta Foss de Heindel relata que ao ver – pela primeira vez – o terreno onde seria construído a Sede Mundial (e consequentemente o Templo Rosacruz), Max Heindel disse imediatamente:

 

- Ah, este é o lugar!

 

Certamente, “algo” motivou o Sr. Heindel a dizer, entusiasticamente, esta frase naquele local.

 

No Dia de Ação de Graças - 19 de novembro de 1.914 -  o fundador da Fraternidade Rosacruz, disse em Oceanside:

 

- “... Há seiscentos anos, um posto avançado dos mistérios se fixou na Alemanha e a Ordem Rosacruz começou a ensinar aos poucos que estavam então preparados. Hoje, aquele posto avançado já realizou o seu seu trabalho na medida do possível, naquela parte do mundo.  Um outro posto avançado foi designado para as costas do Oceano Pacífico, aqui na costa oeste do nosso continente...”

 

A Fraternidade Rosacruz foi fundada na cidade de Seattle (estado de Washington), em 08 de agosto de 1.909, contudo sua Sede Mundial e Templo Rosacruz, localizam-se em Oceanside, estado da Califórnia.


Sobre a imagem: vide nota da edição no final do texto


Elmam Bacher, em sua monumental obra “Estudos de Astrologia”, tece comentários sobre o Antigo Egito, afirmando: “uma característica desta civilização antiga e iluminada, foi que os Sacerdotes Iniciados e Reis-Sacerdotes, não foram apenas simplesmente governantes de seus súditos, eles eram Pais-Espirituais”.

 

E revela:

 

“Os americanos progressistas desta época, trazem sua descendência evolutiva desde renascimentos egípcios antigos”.

 

DATA DE FUNDAÇÃO

 

Ano de 1.920.

Em 29 de junho iniciaram-se os trabalhos de construção do Templo Rosacruz, a pedra fundamental foi colocada na data do aniversário de Max Heindel (23 de julho) e sua inauguração e consagração deu-se na “noite mais santa do ano” (Ritual Rosacruz de Natal); a noite de 24 de dezembro.

 

A sucessão de eventos, na ordem abaixo descrita, nos dá um vislumbre das vibrações emanadas na naquela sacra noite:

 

A) Probacionistas reuniram-se para o oficiamento do Ritual Rosacruz de Lua Cheia. Um coral em procissão, adentrou ao Templo, entoando a música “Vinde vós, os fiéis cheios de fé”

 

B) Ao órgão, a maravilhosa passagem “Cavaleiros do Santo Graal”, da ópera “Parsifal”, de Richard Wagner.

 

C) Todos os presentes cantaram a música “Noite Feliz”, seguida de leitura das Sagradas Escrituras, com referência à Imaculada Conceição e ao nascimento de Jesus (que cederia seus Corpos Denso e Vital a Cristo).

 

D) Com sugestivo nome, a música “Abrem-se os portais do Templo”, foi entoada.

 

E) A Sra. Augusta Foss de Heindel, proferiu uma exortação, sobre o “propósito da obra e da necessidade da consagração pessoal, despertando em todos uma sincera resolução de persistir nos esforços pela espiritualização, por Cristo e pela humanidade”.

 

F) Uma seleção de músicas, à flauta, ecoou pelo Templo, e após isso se fez ouvir a canção “Pequena cidade de Belém”.

 

G) Em absoluto silêncio, os presentes retiraram-se do Templo, ao som do “Hino Rosacruz de Encerramento”, executado ao órgão.

 

Desde então – e por uma centena de anos - milhares de Rituais Rosacruzes foram e estão sendo oficiados neste local ( Lua Nova, Lua Cheia, de Cura, Rituais Solsticiais e Equinociais) em consonância com eventos astrológicos, fomentando assim uma Egrégora, que sem dúvida alguma, está sendo utilizada pelos Irmãos Maiores na elevação da humanidade.  

 

Inequivocamente podemos – todos e em qualquer época – contribuir para com esta Egrégora, VIVENCIANDO os Ensinamentos Rosacruzes, e não apenas os conhecendo.

 

Alguns Centros Rosacruzes, espalhados pelo mundo, em dezembro (acertadamente) organizam a comemoração (aberta do público) do NATAL, em data próxima - geralmente num sábado ou domingo anterior - a este sagrado evento, intercalando números musicais, poesias, oficiamento do Ritual Rosacruz de Dezembro, leituras devocionais, comentários ao Cristo e sobre o Templo Rosacruz, em Oceanside.

Inaugurado e consagrado na “noite mais santa do ano” a um século...

 

SUGESTÕES DE LEITURA

 

Estudos de Astrologia, de Elmam Bacher, Volume V – Capítulos II e VII.

 

O Faraó Alado, da autora inglesa Joan Grant, livro citado e elogiado por Elmam Bacher.

 

Memorias sobre Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz, de Augusta Foss de Heindel. À época da palestra, em 1.990, este livro ainda não estava traduzido para o português (Memoirs about Max Heindel and The Rosicrucian Fellowship). Atualmente existe a tradução – na íntegra – e publicado graças a dedicados probacionistas.

 

Iniciação Antiga e Moderna, de Max Heindel, Capítulo III – Sala Leste do Templo – Parte: A Mesa dos Pães da Proposição.

 

Cristianismo Rosacruz, de Max Heindel, Conferência IX – As Alegorias Astronômicas da Bíblia.

 

Coletânea de um Místico, de Max Heindel, Capítulo XXIV – O Objetivo da Fraternidade Rosacruz.

 

Conceito Rosacruz do Cosmos, de Max Heindel, Capítulo XII – A Evolução na Terra / Parte: A Época Ária.

 

Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, de Max Heindel – Volume II – Pergunta 145, (ler rodapé da página, ao final da resposta, complemento importantíssimo).


Mistério das Grandes Óperas, de Max Heindel – Capítulo VII, Parsifal.

 

Escala Musical e o Esquema de Evolução, por um estudante rosacruz – capítulo IV – A Correlação da Música com o Deus Solar.

 

Lições Mensais de Filosofia ao Estudante, de nossa Sede Mundial, Oceanside, anos 60’.

 

Bíblia, Antigo Testamento – Salmos 148:03.

 

-  Ritual Rosacruz de Natal  e  RitualRosacruz de Dezembro.


28/06/2020

Pensamento Binário

   por Gilberto Silos

Quando à humanidade acenderam-se as primeiras luzes deste século uma esperança nos animava. Era a de que se descortinaria um mundo de mentes abertas e receptivas a novas ideias. O século passado, a despeito do grande avanço da ciência e da tecnologia, foi um período dividido por intolerâncias e guerras. Os “ismos” provocaram muito sofrimento.

Para nossa frustração o terceiro milênio começou sob o signo da intolerância e do radicalismo. Isso ocorre principalmente nos campos religioso e ideológico. Qualquer nova ideia, antes de ser imparcialmente examinada, já recebe um rótulo. Não é recebida com o espírito desarmado. Há uma predisposição maniqueísta de, antecipadamente, aceitá-la ou rechaçá-la. Nesse aspecto ainda temos muito que evoluir.

Max Heindel, fundador de The Rosicrucian Fellowship, já no início do século passado, abordava esse assunto em seu livro “O Conceito Rosacruz do Cosmo”. Heindel escreveu que “quando uma nova ideia ou filosofia se apresenta ao mundo é encarada de forma diferente pelas mais diversas pessoas. Algumas se apoderam avidamente de qualquer novo esforço filosófico, procurando ver em que proporção lhe serve de apoio às suas próprias ideias. Para essas, a filosofia em si mesma é de pouca valia. Terá valor se reforçar as suas ideias. Outras adotam uma atitude crítica tão logo descobrem que a obra contém alguma coisa a cujo respeito nada leram nem ouviram falar anteriormente, ou sobre a qual ainda não lhes ocorrera pensar. E provavelmente repelirão como extremamente injustificável a acusação de que sua atitude mental é o cúmulo da auto-satisfação e da intolerância. Ambas mantêm-se na sua própria luz. Suas ideias pré-estabelecidas as torna invulneráveis aos raios da verdade. A tal respeito uma criança é precisamente o oposto dos adultos, pois não está imbuída do sentimento dominador de superioridade, nem inclinada a tomar aparência de sábio ou de ocultar, sob um sorriso ou um gracejo, sua ignorância sobre qualquer assunto. É ignorante com franqueza. Não tem opiniões preconcebidas nem julga antecipadamente; portanto, é eminentemente ensinável. Encara todas as coisas com essa formosa atitude de confiança a que denominamos “fé infantil”, na qual não existe dúvida, conservando os ensinamentos que recebe, até comprovar-lhes a certeza ou o erro.”

Neste novo século o prejulgamento e o pensamento dogmático ainda conservam sua vitalidade. James W. Jones, em sua obra “A Descoberta do Verdadeiro EU”, revela que “quando peço aos meus alunos na universidade a me declararem o que pensam da palavra religião, suas respostas quase que invariavelmente caem em duas categorias: ‘coisas em que devo acreditar ou regras que devo obedecer’. ”

Onde, então, estão a liberdade de pensamento e a prerrogativa de múltiplas escolhas? E o sagrado direito de mudar de opinião quando a razão ou a consciência entendem que é necessário?

O pensamento binário é o obstáculo a ser vencido se desejamos um mundo mais livre.

10/06/2020

Um Relato Pouco Conhecido Sobre Max Heindel

por Jonas Taucci

Em meu trabalho profissional – a décadas com livros - tenho minhas preferências literárias: uma delas são as biografias.

A biografia de Max Heindel está amplamente divulgada nas redes sociais, bem como seu Tema Natal (horóscopo). A obra “Memórias sobre Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz”, de Augusta Foss de Heindel, estão entre as mais conhecidas.

Existem também relatos sobre o Sr. Heindel de pessoas que foram contemporâneas do fundador da Fraternidade Rosacruz, um deles é de autoria de Art Taylor: “Max Heindel, tal qual o conheci”.

Mas, o relato que sempre me chamou a atenção, pertence a Sra. Bessie Boyle Campbell, publicado a muitos anos pela ”Rays  from the Rose Cross” (Sede Mundial), e posteriormente traduzido pela Fraternidade Rosacruz de São Paulo. O referido depoimento da Sra. Campbell foi publicado na revista “Serviço Rosacruz”, número 198, de julho do ano 1.975, páginas 141 a 143.

Transcrevo abaixo – na íntegra – este depoimento, acreditando ser a única informação, até onde sei, que aborda a vida anterior de Max Heindel, ainda que resumidamente.

Meu primeiro encontro com Max Heindel foi numa noite de 1.908, em Yakima, Washington, à entrada de um salão de conferências. Eu havia lido no diário local o anúncio de sua conferência sobre “A vida depois da morte”, franqueada ao público. Ora, eu havia sido criada e educada em ambiente estritamente episcopal e os assuntos dessa natureza espiritual eram incompreensíveis por eles.

Perguntei a minha irmã e a minha mãe se podiam acompanhar-me para assistir a conferência, pois o salão em que a mesma se realizaria, ficava numa rua pouco recomendável para uma moça andar só. Não é demais dizer que não me deixaram ir só. Quando cheguei à entrada do salão, defrontei-me com três pessoas. Em que logo reconheci o casal Swigart e o próprio Max Heindel.

Ao contemplar o rosto e a figura de Max Heindel, tive a sensação momentânea de achar-me diante de um sacerdote, embora ele estivesse trajado como qualquer homem de negócios.

Muito tempo depois, durante uma de suas aulas, ele nos contou que em seu anterior renascimento, há trezentos anos, havia sido um sacerdote católico na França.

Fiquei satisfeita ao ver confirmada minha intuição.

Observando o auditório daquele velho salão, onde Max Heindel proferiu a primeira das dez conferências, notei que em sua maioria era composta de mendigos e desocupados, que ali haviam ido, mas para proteger-se do frio e da neve do que propriamente para ouvi-lo.

O conteúdo de sua dissertação estava além de meu alcance de entendimento, não obstante seu forte magnetismo pessoal e a grande eloquência que me levava a crer firmemente em cada palavra que dizia, como grande verdade.

Compreendi que havia ouvido um grande homem, abordando assuntos transcendentais. Senti que nesses ensinamentos havia encontrado o que há tempo buscava.

Muito tempo depois, pergunte-lhe o que era isso: magnetismo pessoal. Ele me respondeu que era um poder obtido mediante atos de bondade, nesta e em vidas anteriores. Explicou-me que é visto pelo místico como uma aura dourada que os grandes mestres costumam pintar ao redor da cabeça dos santos, em suas obras clássicas.

Assisti suas conferências e lições, nessa ocasião, durante seis semanas, recomeçando tempos depois. Ele não havia publicado ainda a grande obra “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, pois não havia chegado o ano de 1.909.

Suas conferências e lições eram mimeografadas. Em 1.910 assisti novamente as suas dissertações, já com público numeroso, em Los Angeles. Max Heindel costumava entremear de vez em quando, em suas palestras, com observações engraçadas, alegres e simpáticas.

Outras vezes permanecia muito sério e circunspecto. Ele sentia uma grande compaixão por todas as almas que sofriam. Em 1.911 recebi dele uma carta em que me comunicava iniciado os trabalhos de Cura. Nessa oportunidade eu passava por um precário estado de saúde, internada em um hospital de Pasadena, com febre altíssima. Depois de ler sua amável carta, meu quarto se inundou de luz, e eu senti uma tal exaltação que não posso descrever.

Eu vinha orando intensamente e incessantemente quando isso sucedeu. Na manhã seguinte minha febre havia desaparecida por completo e, depois de alguns dias, achava-me em minha residência restabelecida.

Minha mãe, que também chegou a ser probacionista, passou para o além em 1.915 e Max Heindel veio ao funeral e usou a palavra. Em certo momento ele me disse: “ Bessie, coloque sua cadeira junto ao ataúde para que sua mãe possa sentar-se”.

Ele sorriu diante da cadeira para nós vazia e então lhe perguntei se mamãe se sentia feliz, e ele me respondeu: “ Ela está muito séria e impressionada com a mudança”.

Os trinta amigos que se achavam presentes ficaram muito impressionados ao ouvirem suas palavras.

Mas Heindel sempre irradiava uma dulcíssima simpatia e bondade, em sua habitual humildade.

Sinto que, pela oportunidade de haver conhecido esta grande alma, recebi a maior benção deste mundo, além do conhecimento da verdadeira religião Cristã que me veio à mente e ao coração, por seu intermédio. 

Há quem possa argumentar sobre a mãe da Sra. Campbell estar impressionada ao lado do ataúde de seu corpo denso, e não ser citado a revisão do panorama de sua vida, que deveria estar fazendo, como diz os Ensinamentos Rosacruzes.

No tocante a este fato, indico os livros:

*** “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Volume II – pergunta # 15, de Max Heindel. (veja aqui)

*** “Na terra dos mortos que vivem”, capítulo VII, de Prentiss Tucker.

Edições da Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil
Em todas biografias e relatos sobre Max Heindel, sempre encontramos seu comportamento perante seus semelhantes como sendo de um amigo e irmão.

Nós, aspirantes rosacruzes, podemos nos tornar maiores e mais eficientes divulgadores da Filosofia Rosacruz, por meio de uma vida exemplar, de nossa postura, de nossos exemplos, cuja ressonância supera as mais eruditas palestras, os mais profundos conhecimentos e os mais lapidados textos sobre os ENSINAMENTOS DA SABEDORIA OCIDENTAL.