Você com certeza já
reparou naquele círculo verde - a chamada guirlanda - feito de folhas de
pinheiro, que se coloca à porta de entrada, na época de Natal. Já pensou em sua
origem e alegoria?
Na tradição europeia, essa
coroa era constituída de um círculo de folhas frescas de pinheiro, com quatro
velas formando um perfeito quadrado no círculo, que se colocava à mesa. Essa
prática estava ligada à preparação do intimo de cada membro da família, para a
Noite Santa de Natal. Fazia parte ainda dessa tradição outra prática, da qual já
falamos aqui nesse blog no artigo "A Preparação para o Natal”, (veja
aqui), que consta em fazer a leitura de determinadas passagens da Bíblia
nos quatro domingos que antecedem o Natal. Pena que essas tradições lindíssimas
não se tenham fixado entre nós!
Mas, voltemos à guirlanda
com quatro velas no seu procedimento original, quando a família reunia-se nos
quatro domingos anteriores ao Natal:
1-Na primeira reunião (no
quarto domingo que precedia o Natal), acendia-se uma vela e era feita a leitura
(geralmente pelo chefe da casa) do capítulo 9 de Isaías, acerca da profecia do
Messias. Terminada a leitura a vela era apagada para a meditação do trecho
lido.
2-Na segunda reunião (terceiro
domingo que precedia o Natal) uma segunda vela era acesa e a leitura
(geralmente feita pela mãe da família) era de Isaías 40-3 e Malaquias 3:1-3 que
indicam a missão do precursor
(João Batista).
3-Na terceira reunião
(realizada no segundo domingo que
precedia o Natal), um dos filhos (depois de acesa a terceira vela) lia
Lucas: 5 a 25 e 39 a 80, sobre Zacarias, lzabel e João Batista.
4-Na quarta e última
reunião (o domingo antecedente ao Natal), outro (ou mais de um) membro da família
lia Lucas 1:26-38 e 2:1-7 e também Mateus, 1:18-25.
Assim sendo, foram acesas
e apagadas (uma de cada vez) todas as velas da guirlanda.
Na noite santa de Natal
as quatro velas eram reacesas, juntas, antes da ceia de Natal, enquanto a
família cantava "Noite Feliz" e outros cânticos. À meia noite o chefe
de família fazia uma prece e a ceia era iniciada.
Sabemos que as folhas
perenes do pinheiro é símbolo de vida eterna. Enroladas numa coroa (círculo) formam
o símbolo do Infinito, que não tem começo nem fim. O círculo representa também um
período completo dos ciclos alternantes. Todo período completo tem um
nascimento, crescimento, decadência e morte. Melhor dito, um ressurgir, um
crescer até o apogeu, um decréscimo e a volta ao caos, para assimilação e
descanso, preparo de um novo período, em espiral mais alta.
Na tradição da coroa com
folhas de pinheiros com as quatro velas, há, portanto, uma alusão oculta aos
quatro festivais cristãos que marcam a vida de Jesus: A Imaculada Concepção, o
Nascimento, o Batismo, a Morte e Ressurreição.
Nós, estudantes da
Filosofia Rosacruz, podemos ver ainda nas quatro velas (acesas e apagadas
consecutivamente) uma alusão às fases da vida de Cristo, no Seu trabalho sobre
a Terra e a Humanidade, realizado ao início das estações do ano, quando o Sol,
em seu aparente movimento, entra nos signos cardeais: - dois Equinócios e dois Solstícios.
(Saiba mais em o Drama
Cósmico)
São vários os símbolos natalinos
que acenam para o entendimento oculto que devemos aprofundar acerca das
profecias, do precursor e do Messias, como promessas feitas para serem
realizadas internamente, até que nossa personalidade iluminada (João Batista)
possa conscientemente vislumbrar a Deidade interna e a ela entregar a direção
de seu destino.
Adaptado de Símbolos Natalinos Serviço
Rosacruz de dez 1976