Por Jonas Taucci (*)
Nesta pintura, vemos a concepção artística de Blake para o nascimento de Jesus. José auxilia Maria no parto e Isabel (sua prima) com o menino João (Batista) ao colo, saúdam o acontecimento: Isabel parece estar também retribuindo a visita que Maria a fez por ocasião do nascimento de seu filho, reconhecendo assim o serviço que lhe foi prestado; a gratidão está efetivamente sendo expressada.
Os animais no estábulo parecem reverenciar toda a cena e na janela vê-se uma Luz.
Jesus - recém-nascido - flutua envolto numa Luminosidade, no centro da pintura.
Nos aproximamos novamente da Santa Estação do Natal e as rítmicas harmonias dos Éteres nos convidam a elevadas aspirações espirituais.
Ano pós ano, construímos pensamentos-formas referentes ao Natal: a anunciação, viagem de Maria e José para Belém, o nascimento de Jesus, os três Reis Magos e seus presentes, a fuga para o Egito...
Vários pintores nos últimos dois milênios, com certeza inspirados nestes mesmos pensamentos-formas, legaram a humanidade verdadeiras pérolas em telas artísticas.
O iluminado Jesus, pertencente à nossa onda de vida (Espíritos Virginais), cederia, anos mais tarde, seus Corpos Denso e Vital para que Cristo aqui estivesse a promulgar seu Evangelho.
Nesta época do ano o aspirante rosacruz deve estar munido de um ímpeto para purificar seus pensamentos, palavras e ações e os praticar no ano que se aproxima, pois tem o conhecimento de que Cristo – não mais fisicamente mas sua portentosas vibrações - alcança o centro da Terra na noite mais santa do ano: a noite de Natal.
Contudo apenas este conhecimento não é o suficiente para nossa evolução espiritual.
Trata-se de um enorme erro (e perigo) confundirmos a compreensão intelectual do Natal com sua praticidade e vivência: não há como celebrarmos, na mais profunda de sua essência, o Natal, sem antes purificarmos nosso interior e aplicar/expandir isto aos nossos semelhantes, auxiliando-os.
Somente quando nossos conhecimentos espirituais converterem-se em vivência, poderemos realmente celebrar o Natal e termos comunhão com nosso Cristo Interno.
Somente quando – metaforicamente - “fizermos parte de uma tela, de alguma obra artística natalina”, nos colocaremos no caminho do desabrochar de nossas rosas internas.
Não há como pular (e burlar) etapas.
Desde a época que Cristo esteve aqui, fisicamente e anualmente através de sua jornada anual à Terra, O PRINCÍPIO DO ALTRUÍSMO envolve a humanidade; aqueles que se entonam com estas vibrações (entenda-se praticando os Preceitos Crísticos), verdadeiramente estarão celebrando a Luz do Natal.
Um dos aspectos da LUZ, refere-se a que existem classes diferentes de Luzes a cada mês do ano, à medida que o Sol caminha pelos doze signos astrológicos. Exemplo:
- Em fins de janeiro e parte de fevereiro, o Sol caminha por Aquário, e nos chega a Luz do Altruísmo, que é enfocada mediante Urano nos abençoando com a Luz que o aspirante rosacruz conhece como A LUZ DO CRISTO e nos auxilia em nosso desenvolvimento espiritual, desde que nos esforcemos para isso, estimulando nosso Éter Luminoso.
Tal Luz é o elemento de grande importância na confecção do Dourado Vestido de Bodas, que - entre outros atributos - faculta o trabalho dos Auxiliares Invisíveis em sua missão abnegada na restauração da saúde aos enfermos.
Assim como Urano é conhecido como o planeta do Cristo, para a Onda de Vida dos Espíritos Virginais (humanidade) ele possui regência sobre o Éter Luminoso (também conhecido como Éter do Cristo).
Desta forma, torna-se (mais) clara a compreensão de que a Fraternidade Rosacruz representa – verdadeiramente - uma Escola Cristã e Aquariana (Urano).
Elman Bacher (Estudos em Astrologia), nomeia de “Liberta!” o título do capítulo referente a Urano, pois este planeta nos exorta à OBRA de libertarmos:
1) Consanguinidade. Amor incondicional a toda humanidade. Esclarece-se aqui uma importante diferenciação: o amor de Vênus relaciona-se com as formas, o de Urano entre as Almas. Max Heindel nos dá uma valiosa informação na obra A Mensagem das Estrelas, capítulo XVI – Urano, o planeta do altruísmo, sobre este relevante assunto, por vezes tão mal compreendido: “...o raio de amor de Vênus exterioriza-se nas relações amorosas e consanguíneas... qualquer pessoa disposta a entrar na senda preparatória que conduz a iniciação, deve aprender gradualmente a superar o amor de Vênus que faz da família um objetivo único, e começar a cultivar o altruísmo uraniano de abrangência universal. Esta meta é elevada e aqueles que almejam tão alto às vezes caem muito baixo. Quando tentamos transcender o amor de Vênus e cultivar o altruísmo uraniano corremos grande perigo, e as vidas mais promissoras são as vezes destroçadas pela perniciosa teoria das almas gêmeas, que conduz aos casos de amor clandestinos e a perversão da função criadora... mas é bom lembrar: o altruísmo não exige correspondência no amor concedido aos outros; ele absolutamente nada tem a ver com sexo, nem pode diminuir o amor por nossa família... e a menos que nosso amor apresente tais frutos não será uraniano e não nos fará progredir no caminho da realização”.
2) Materialidade. O Reino de Urano constitui-se na Alma e está acima das mais variadas formas de ilusões do plano físico. Se tudo o que possuímos nos fosse tirado, essa realidade primordial (Dourado Manto Nupcial) ainda permaneceria e seriamos ricos com a sua posse... (Max Heindel – Iniciação Antiga e Moderna – Capítulo V- parte A Lua Cheia como fator de desenvolvimento).
3) Possessividade. O apego desenfreado a cargos, hierarquias corporativas e espirituais, títulos, escolaridade e também de pessoas (controle/manipulação): a Luz de Urano possibilita o tipo de consciência que reconhece as Potencialidades Crísticas como única posse verdadeira e definitiva, tudo o mais diz respeito a temporaneidade e com efetivo prazo de validade. Sobre isto – no mesmo livro citado acima, capítulo II parte O Lavado de Bronze – Max Heindel nos fala que: “Deve deixar toda posse terrestre para seguir o Cristo Interno. No entanto, pode conservar suas posses materiais usando-as com fé e sabedoria, como um sagrado depósito que lhe é confiado”. Um discernimento gigantesco deve ser feito pelo aspirante rosacruz sobre a possessividade (material ou não) para que se evite a prática de subterfúgios egoístas que inflamam a personalidade. Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me (Lucas 09:23).
4) Medo. O florescimento das vibrações uranianas representa sua transcendência; o Amor-Sabedoria elimina o temor.
Urano outorga progresso apenas após o cumprimento dos Ensinamentos do Cristo realizados; é o antídoto para a cristalização e o abridor de portas.
Tarefa gigantesca? Sim, a verdadeira “Celebração Natalina Interna” constitui-se numa tarefa hercúlea.
Cabe ao aspirante rosacruz trabalhar nesta OBRA ALQUIMICA.
* Texto baseado em Lições Mensal de Filosofia da The Rosicrucian Fellowship (TRF), década de 80, lido nas celebrações natalinas (com músicas alusivas a esta data, à cargo da professora de música Maria Lázara Franzini ao piano e violão), realizadas nos Centros Rosacruzes de Santo André e São Paulo em dezembro de 1989, e também palestradas nestes Centros, nos meses de novembro e dezembro, em uníssono com o Natal. Em reunião do Conselho Esotérico da Fraternidade Rosacruz de São Paulo (12 membros probacionistas), foi sugerido – e aprovado por unanimidade – o envio de cópias a vários Centros, probacionistas, estudantes e simpatizantes, via Correio, deste texto.
No próximo dia 22 de dezembro às 00h27m (horário de Brasília), o Sol ingressa no cardinal signo zodiacal de Capricórnio (responsabilidade, entre outros atributos, em nossos pensamentos, palavras e ações), e a “zero” hora do dia 25 deste mesmo mês – observando-se os diversos fusos horários da Terra – a LUZ DO CRISTO, alcança o centro de nosso planeta infundindo seu Amor e Altruísmo a todas as Ondas de Vidas que aqui evoluem.
Apenas - e tão somente - o serviço amoroso e desinteressado aos nossos semelhantes nos fará estarmos sintonizados com esta LUZ.
Em uníssono com este “Sacro Evento Cósmico do Natal”, oficiemos em dezembro, nos Centros Rosacruzes ou em nossos lares:
- Ritual Rosacruz do Solstício de Dezembro, dia 20 (clique aqui)
- Ritual Rosacruz do Serviço da Noite Santa. “zero” hora do dia 25 ou próximo (antes ou depois) deste horário (clique aqui).
SUGESTÕES DE LEITURA PARA DEZEMBRO
- Evangelhos de Mateus (01:18 a 25 e 02:01 a 12) e Lucas (01:01 a 80 e 02:01 a 21).
- Interpretação Mística do Natal (Max Heindel).
- Conceito Rosacruz do Cosmos (Max Heindel), capítulo XV – Cristo e sua Missão.
- E ouçamos muitas músicas natalinas, como sugere uma irmã probacionista do Rio de Janeiro!