23/12/2012

Meditação na Noite de Natal

por Eduardo Aroso
Uma semente te deixo,
Pérola devocional.
Aqui fica o meu espírito,
O espírito de Natal.

Cada dia, todo o ano,
Reacende tu a chama,
Sou o teu Cristo Menino,
A cada hora te chama.

Cada acção seja boa,
Reflectindo o firmamento.
Crescendo eu, tudo toma
O mais santo alimento.

Eu sou a Luz do Mundo,
Eu sou a Luz Dourada,
Eu sou o advento
De nova caminhada.

Nesta noite tão serena
Num instante pára o vento.
Cantam anjos de alegria
Por mais este nascimento.

Sou o Cristo de Aquário,
Amor total que vem,
No Natal do futuro
Toda a Terra será Belém.

do livro: CAMINHO PARA A ROSA, Eduardo Aroso
publicado pelo Centro Rosacruz Max Heindel, MINDE, Portugal, 2008

06/12/2012

Três Cidades Que Hospedaram O Cristo


Três pequenas cidades podem orgulhar-se de haver hospedado o Cristo — a maior Luz que a Terra jamais conheceu: Belém, Nazaré e Cafarnaum.

Cafarnaum significa "cidade do Consolador". Ficava no território da tribo de Neftali, limítrofe do da tribo de Zabulon. Mateus aproveitou-se disso para aplicar a Cristo o trecho de Isaías (8:23 a 9:1): "No passado, o Senhor humilhou a terra de Zabulon e a terra de Neftali? no futuro glorificará o caminho do mar, a outra margem do Jordão e a Galiléia dos gentios: o povo que caminhava nas trevas viu grande luz; sobre os habitantes da terra das sombras uma luz brilhou".

O "caminho do mar" ia de Damasco ao Carmelo, através do Jordão (também chamada "Peréia", do grego peran, que significa "além", e que hoje é denominada "Transjordânia"). A Galiléia dos gentios é a cidade de Cafarnaum, porque nela havia grande mistura de judeus e gregos e constituía um forte entreposto comercial, com ligações por terra e mar com os distritos circunvizinhos e que demandavam Horã, Tiro, Sidon, Síria e Egito. Daí serem tidos os cafarnaítas, pelos ortodoxos da Judéia, como "livres-pensadores" e como "heréticos sincretistas". Mas justamente por isso o terreno era fértil para a pregação de Cristo, com almas sinceras, sem hipocrisia, podendo manifestar livremente suas crenças.

Dentre as interpretações bíblicas, a que se relaciona com a Astrologia espiritual diz que Jacó tinha 4 esposas (Lia, Raquel e suas duas amas) que representam as 4 fases da Lua. Com elas gerou 13 filhos, sendo uma filha, Diná, que representa o único signo feminino: Virgo. Dois filhos, Simeão e Levy, representam o signo de Gêmeos; e os demais 10 filhos, os outros signos do zodíaco. A região de Neftali está ligada a Capricórnio; Neftali era um dos filhos de Jacó, representado por uma corça que partia em corrida até vencer um ano (iniciado pelo solstício de dezembro). Deduzimos, pois dentro dessa simbologia, que Neftali era um lugar de provas, de séria concentração e de análise, atributos saturninos valiosos na evolução espiritual.
publicado na revista Serviço Rosacruz de novembro de 1977

07/11/2012

CAMINHO PARA A ROSA

por Eduardo Aroso
CAMINHO  PARA  A  ROSA 

O caminho para a Rosa
Começa na sombra que oprime.
Mas há luz mais adiante
E a alma se redime.

O caminho para a Rosa
Nasce da dor do peregrino
Que morre e volta a nascer
Pra que o amor possa vencer.

E há a solidão
Deserto essencial
Onde se prova o caminhante.


do livro: CAMINHO PARA A ROSA, Eduardo Aroso
publicado pelo Centro Rosacruz Max Heindel, MINDE, Portugal, 2008
Mais artigos e poesias de Eduardo Aroso - aqui

27/10/2012

Não Resistais ao Mal

Sue Goske
Ao adentrar o pátio externo do Tabernáculo do Deserto a pessoa encontrava, primeiramente, o Altar dos Sacrifícios. Em nossos tempos, quando o aspirante põe o pé no CAMINHO, conhece,  de imediato, o passo inicial: a purificação. Em seu ardor desejará, sem dúvida, superar logo todos os obstáculos à sua caminhada. Aspirará a vencer o mal. Porém, antes de iniciar suas tentativas, deverá conhecer as técnicas, por assim dizer, que lhe assegurarão êxito em seu empreendimento.

Tudo existe como VIBRAÇÃO. A natureza de um objeto ou ser é determinada pelo seu peculiar tipo de vibração. Chamamos de "bom" tudo o que vibra em harmonia com as Leis da Natureza: colaboração, unidade, enfim, todo elemento conducente ao bem do conjunto.

O ato praticado através de motivação altruísta gera uma vibração harmoniosa com o todo. O mal é uma vibração discordante. Insofismavelmente, o mal, e o bem criam, de maneira diferente, a discórdia e a harmonia. O egoísmo é, realmente, ego-destruição. Enquanto o homem viver em desacordo com a Natureza, por ignorância ou propositadamente, terá de sofrer. Não vencerá as Leis da Natureza: elas é que o vencerão. E das dores e sofrimentos padecidos formar-se-ão pérolas de sabedoria. O homem compreenderá que não pode desafiar as forças superiores. Dessa maneira, o mal colabora para um bem final. Através dos efeitos da discórdia em sua vida, o ser humano aprende a amar a harmonia.

Os aspirantes da Antiga Dispensação obedeciam à Lei pelo medo. O Cristo trouxe a Lei do Amor à humanidade. O medo e o amor são duas vibrações bem diferentes. O aspirante moderno tem a possibilidade de efetuar a trans­mutação em seu próprio ser polo PODER DO AMOR. Cristo Jesus nos ensinou a chave oculta do método a ser empregado: "Não resis­tais ao mal". A resistência é composta por fricção, luta e intensa oposição. Essas vibrações não se harmonizam com a meta do aspirante: o equilíbrio. Ele poderá descobrir, até com certo espanto, que não possui armas para batalhar contra o mal. Foi isso que aconteceu com Amfortas, personagem de "Parsifal" tentou destruir Klingsor por meio de uma força que só devia ser usada para curar. Eis aí uma pista esclarecedora das causas profundas da derrota sofrida por Amfortas: usou um poder sagrado que lhe fora confiado, de maneira indevida. Tentou destruir e não curar. O uso pervertido acarretou-lhe a perda daquele maravilhoso dom. É particularmente significativo que ele colheu exatamente o efeito de suas próprias intenções: um ferimento sem cura, até a remissão completa do mal gerado.

Podemos, então, interpretar o princípio de "Não resistais ao mal" por "Não resistais à vibração desarmoniosa; transmutai-a em harmonia". Se a vibração de Amfortas fosse constituída de perdão, amor e sabedoria,  não teria investido contra o mago negro Klingsor. Não seria prejudicado e poderia sujeitar os poderes maléficos do mago negro pela nota-chave amorosa do poder de Cristo, cuja vibração mais elevada é capaz de transmutar o mal em bem.
traduzido da revista Rays from the Rose Cross, nº desconhecido
publicado na revista Serviço Rosacruz, julho de 1977

12/10/2012

O Valor da Humildade

por Delmar Domingos de Carvalho
Ele que é o mais alto Iniciado
Da onda de vida dos arcanjos,
Ser poderoso e Iluminado
Muito acima dos anjos.
 
Tinha Poder para vencer
Todos os exércitos, todos os militares,
Mas não o podia exercer
Senão o plano cósmico, ia pelos ares.
 
Humildade está nos Servidores,
Como está nos sábios verdadeiros,
E não na maioria dos doutores,
Nem nos que estão cheios de dinheiros,
 
Muitas das vezes obtidos
Por meios ilícitos e até legais!
E nos que estão vendidos
Aos poderes efémeros, brutais.
 
A Humildade está na Pureza
E por Ela a Deus verão
Na Sua infinita Fortaleza.
Enche o meu pobre coração.
 
Poesias e Artigos do escritor Delmar Domingos de Carvalho: clique aqui

30/09/2012

A Vontade e a Razão


Tem sido dito que a inclinação do homem para o mal é mais forte do que para o bem. Indubitavelmente isto é certo no presente estado evolutivo da humanidade.

Quando o aspirante sincero se propõe à reforma de hábitos, sente agudamente a luta entre o espírito e a carne, que lhe ruge no peito com aquela violência que Paulo descreve ao desafogar seus íntimos sentimentos, dizendo como a carne pelejava contra o espírito em seu coração e como fazia o mal que não queria fazer e omitia o bem que desejava realizar.

É uma luta gigantesca, a da construção silenciosa do templo interno. E só com a ajuda da razão podemos vencê-la, como disse João, 8:32: "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".

No homem comum, os princípios espirituais não se desenvolveram suficientemente para dar-lhe consciência de si e isto mostra que o "conhecer a verdade" equivale a conhecer a si mesmo". Apesar das tendências animais serem proporcionalmente mais fortes que as inclinações espirituais, há uma luz divina e eterna, dentro de nós, atraindo-nos poderosamente à Sua busca. Se resistimos a esse íntimo apelo e preferirmos dirigir-nos ao mal, essa atração não deixará, contudo, de existir. Mas também nunca poderemos alcançar a razão perfeita das coisas e de nós mesmos, se não nos dirigirmos a esta Chama interna, o Cristo interior. O homem só poderá ser completamente livre quando sua razão vibrar uníssona e harmoniosamente com a razão divina interna, que por sua vez vibra com a razão universal. Portanto, o homem só pode ser livre se obedecer à Lei, não por temor, como os antigos, mas pelo conhecimento elevado de que a razão de Deus é amorosa e justa.

Até que cheguemos lá, vamos plantando em nossa alma um número infinito de sementes. de bem e de mal, donde surgirão belas plantas e plantas disformes. O calor necessário para o seu crescimento vem do fogo que se chama vontade. Se a vontade é boa, desenvolverá plantas belas, se é má, plantas disformes. Logo, o passo atual do homem é a purificação da vontade, cultivando-a para que se converta numa potência espiritual e o único meio para purificar a vontade é a ação. Para, consegui-lo, as ações têm de ser boas, até que o agir bem seja mera questão de hábito. E o hábito se estabelece quando na vontade não haja mais desejo de agir mal.

Cristo nos está ajudando, com sua descida anual à Terra, até à segunda volta, a formar o corpo espiritual, o corpo-alma, que nos possibilitará a transição do ar. Por isso nos afirmou que aparelhará lugar. E Paulo completa: “os que vivem em Cristo”

Esta realmente é a condição. E, se por um lado temos livre arbítrio para desleixar tão importante trabalho evolutivo, (pois, na medida que evoluímos, influímos em todo o nosso ambiente, ajudando a apressar o novo advento) também podemos aplicar-nos conscientemente a esse trabalho, como fazem os autênticos aspirantes rosacruzes.

Não há lugar, pois, a comodismos, a procrastinações, irresponsabilidades e indiferença. A cada um será dado segundo seu mérito individual e não pelos que os "mestres" externos e humanos possam prometer.

Do editorial da revista Serviço Rosacruz de março de 1964 

17/09/2012

Acrosofia

 
Ah! tu podes ter sido programado,
Pois teu cérebro é computador.
Podes ser enfeitado, diplomado,
Bem sei que tudo tem o seu valor.

Mas o saber que é tanto desejado,
Não é sujeito ao tempo destruidor,
É do homem que foi santificado,
Em diro aprendizado pela dor.

Descobre o teu mistério e te conquiste
Com verdadeira e sã sabedoria,
Pois este é o desafio que persiste...

Vai pelo amor que abre o coração...
Conhecer a ti mesmo é acrosofia,
É a senda própria da iluminação.
Antonio Ribeiro de Mattos,
Estudante da Fraternidade Rosacruz em São Paulo

Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil -


23/08/2012

O Significado dos Mitos

por Gilberto Silos
 
Max Heindel afirmou que o Mito foi o recurso utilizado pelos Divinos Guias da Humanidade para orientá-la em sua infância espiritual. O vocábulo Mito origina-se do grego Mvthos que quer dizer relato. É um relato em linguagem simbólica, capaz de projetar os arquétipos de verdades espirituais na consciência humana. Em sua obra "Mistérios das Grandes Óperas", Max Heindel revela o significado oculto de vários mitos oriundos da Europa setentrional.

Os mitos confundem-se com as próprias religiões. Todas as grandes religiões mediterrâneas e asiáticas possuem sua mitologia. A Bíblia, tanto quanto outros livros sagrados, contém mitos.

Os mitos contam histórias sagradas, fatos ocorridos em tempos imemoriais. Relatam como graças aos Seres sobrenaturais uma realidade passou a existir, como algo começou a ser. São geralmente, uma narrativa de uma criação, seja do Cosmos, seja de uma cultura, uma nação ou um comportamento. Explicam não apenas a origem do mundo, dos animais, das plantas e da humanidade, mas também de todos os acontecimentos através dos quais o homem converteu-se no que é hoje.

Como os mitos transmitem arquétipos de verdades cósmicas, é comum encontrarmos o mesmo relato em civilizações e religiões diferentes, que se desenvolveram em épocas distintas e locais bem diferentes uns dos outros. É o caso do mito da Sagrada Família. O mesmo enredo da história cristã de Maria, José e Jesus se repete em tempos e épocas diferentes. Na antiga religião egípcia fala-se do salvador, o deus sol Horus, filho de Isis (uma virgem) e Osiris. No norte da Europa, Baldur, filho da virgem Freya, nasce entre animais, numa estrebaria, sendo conduzido às montanhas para fugir dos perigos que o ameaçavam. Saga idêntica é a de Krishna, na índia e Quetzacol entre os astecas, na América pré-colombiana.

São muito comuns, também, entre várias civilizações os mitos do "fim do mundo". A Bíblia fala de Noé e de como ele sobreviveu ao Dilúvio. Em outras culturas o mundo foi destruído por um cataclismo e a humanidade aniquilada, com exceção de um casal ou de alguns sobreviventes. Esses mitos transmitem a ideia de que o mundo tanto quanto o homem devem recriar-se e regenerar-se ciclicamente. Mostram o final de um ciclo já exaurido em suas possibilidades evolutivas e o início de um novo, com lições inéditas para a humanidade. Essa ideia de que o Cosmos encontra-se ameaçado se não for recriado inspirava a principal festividade dos índios californianos.

A função do mito é de revelar arquétipos, dando significado ao mundo e à existência humana, mostrando, também a sacralidade inerente a todas as coisas.
publicado no ECOS da Fraternidade Rosacruz, set,out 1993 - Sede Central do Brasil

05/08/2012

Do Amor e do Ser (17)

por Eduardo Aroso (*)
Alguém já disse que a nossa época «é o tempo dos atrasados», isto é, por estranho que pareça, todas as oportunidades de evolução, embora dadas a todos, hoje são manifestamente oferecidas aos atrasados da humanidade: desde os mais pobres aos políticos e plutocratas, mas que ainda vivem apenas na esfera do sensível. Todas as energias e atenções estão voltadas para aqueles que se satisfazem com o conforto, os bens (ainda que necessários), em suma para «o que é de César», desde a sociedade até às igrejas instituídas que, como bem observou Max Heindel, já não podem dizer ao doente «levanta-te e anda».

Quanto aos mais adiantados, ninguém os ouve na televisão, na imprensa, salvo as possibilidades de os termos na internet, o único canal de liberdade. Todas as atenções se voltam para as banalidades diárias, extravagâncias, em suma para os heróis do efémero.

 Quem entre o público dirige a sua atenção para alguém que fale de um assunto elevado? Como diz um amigo meu, mesmo se começasse a escutar quem suportaria esse sábio por mais de um minuto?

 É que, geralmente, tais homens falam de assuntos de sempre (podendo, é claro, ser vistos de outro modo), de leis criadas por Deus, de princípios da Natureza que não se compadecem com modas. E isto não está no gosto das massas nem de uma grande parte dos chamados intelectuais, porque todos querem a excitação do corpo de desejos. Este é o nosso veículo mais difícil de dominar, e aqui deparamos com o cerne da diferença que separa o esoterismo ocidental do oriental: para os ensinamentos ocidentais o corpo de desejos – de onde vem todo o incentivo para a acção - não deve ser anulado («matar o desejo»), mas educado e por fim dominado.
(*) Escrito em 29-7-2012), publicado no Grupo Fraternidade Rosacruz Max Heindel (Facebook)

29/07/2012

A Tocha da Razão por Guia


Einstein afirmou em certa ocasião: "Nunca perca a sua santa curiosidade". E que dádiva maravilhosa essa santa curiosidade nos outorgou! Por seu intermédio encontramos ensinamentos capazes de nos explicar tão claramente a época tão conturbada em que vivemos, ajudando-nos a manter uma conduta serena em meio ao rugir das tempestades.

Enquanto aprofundávamos-nos à procura das respostas, nem ima­ginávamos quão bem ocultas estavam as pérolas tão avidamente almejadas. Cristo-Jesus asseverou: "Conhecereis a verdade e a verdade vós libertará". Pôncio Pilatos tão somente soube perguntar: "O que é a verdade?" Como não recebia respostas do seu mundo interior, nenhuma resposta lhe foi dada do exterior.

Muitos encontram fragmentos da verdade e por eles combatem tenazmente. Julgando único seu fragmento, investem desabridamente contra todos os outros. Esse não é um bom método para se al­cançar a verdade. Há verdades de maior ou menor profundidade. Há ângulos enfocando certas fases dessa verdade e há profundezas que o nosso entendimento não alcança.

O hino rosacruz de abertura nos ensina que, tendo a tocha da razão por guia, compreenderemos pontos até então completamente obscuros. Suas palavras irradiam essa verdade: pelo uso da razão e pela persistência, seremos capazes de anular a discórdia produzida no mundo.

Nesses poucos versos do hino, o Sr. Heindel procurou imprimir ênfase a cada palavra para que obtenhamos respostas às nossas indagações: Como? Por que? Qual o método? Qual o nosso raio de ação? O fundador da Fraternidade Rosacruz sempre destacou o fator tempo. Sua vida nos mostrou essa imagem: cada hora tem de ser aproveitada; não há imobilismo, nem pausas, tampouco saltos ou recuos para outras sendas. Assegurou-nos de que assim agindo, seremos capazes de sublimar o mal do mundo pelo bem do qual somos canais.

Albert Pine, um dos grandes filósofos da Maçonaria, afirmou que todas as religiões, todos os Mistérios, todas as ciências herméticas e toda a Alquimia velam as suas verdades transcendentais. Há acesso somente para os sábios e aqueles conhecedores da chave indispensável à percepção da verdade no meio das falsas explicações, mitos e símbolos. Estes servem para iludir aqueles que merecem ser iludidos, preservando a verdade da qual ainda devem ser afastados.

A verdade é perigosa para quem é destituído de mérito ou preparo, da mesma forma como o fogo oferece riscos a uma criança. Siegfried teve de deixar pai e mãe, credo, convencionalismos, idéias preconcebidas, opiniões e desejos mundanos antes de iniciar sua busca, como lemos no livro "Mistérios das Grandes Óperas".

A esse respeito o Sr. Heindel nos ensina em "Cartas aos Estu­dantes": "devemos viver nas condições e ambiente em que nos encontramos, procurando aprender as lições que essas condições proporcionam. Quem flutua nas nuvens em busca de idéias espirituais, negligenciando seus deveres no mundo, erra da mesma forma como aqueles que batalham no lodo do materialismo impelidos pela ambição, atraídos pelas luzes multicores da glória, ou por outros valores mundanos".

As duas categorias de pessoas necessitam de ajuda, porém em direções diferentes. Uns devem colocar firmemente seus pés na Terra. Outros devem elevar-se até enxergar as luzes do céu, para onde cumprem dirigir seus esforços na acumulação de tesouros de valor mais permanente.

Max Heindel afirma que só há uma Grande Verdade: DEUS. Este, porém, possui infinitas facetas, ou várias formas de manifestação. Esta é a razão de todas as religiões e cultos. Cada agrupamento tem a sua lição a aprender. A criança na fase pré-escolar recebe um ensinamento; no curso primário outro; no universitário tem direito a um currículo mais avançado. E o que é verdadeiro para o filósofo, não o será necessariamente para o camponês. Num dos graus da Maçonaria, ensina-se ao candidato que aquele passo não é destinado a quem se acha satisfeito, não desejando explorar os reservatórios de sabedoria encontrados abaixo da superfície, poderá, assim mesmo, avançar na direção da Luz. Que ponto pode ser alcançado? Depende do candidato. Cada mente recebe a verdade de modo diferente. Todos nós já pal­milhamos muitos caminhos em nossas vidas: sob o raio de Marte, impelindo-nos à atividade e à paixão, muitas vezes às custas dos nossos semelhantes; sob a suavidade de Vênus, ou a austeridade de Saturno, ou ainda sob a benevolência de Júpiter. Alegramo-nos na esperança de perceber a amplitude de consciência que nos será outorgada pelo raio de Urano, mesmo que devamos nos contentar, hoje, com o raio de Mercúrio. Estamos ascendendo para a Luz Branca, do Sol, e que unirá todas as outras matizes.

A História nos dá conta das mudanças ocorridas depois que os Mistérios foram modificados no Egito, pelos costumes do conglomerado de povos entre os quais foram introduzidos. Esses Mistérios, originalmente morais e políticos, sem cunho religioso, formaram a herança da casta sacerdotal.

Foram necessariamente modificados pelos sistemas religiosos dos países onde foram propagados. Na Grécia, transformaram-se nos Mistérios de Geres. Em Roma, da Boa Deusa ou Bona Dea. Na Gália, a Escola de Marte. Na Sicília, a Academia das Ciências. Entre os hebreus, os rituais e a religião de um modo geral constituíam atribuições dos levitas, a casta sacerdotal. Com o tempo, os pagodes da índia e as pirâmides do Egito deixaram de ser fontes de sabedoria e cada povo possuía os seus próprios Mistérios. Na Grécia a Escola de Pitágoras perdeu sua reputação, e naquele ponto da História, a Maçonaria passou a ser o repositório dos Mistérios.

Como podemos considerar-nos afortunados por viver em uma época em que esses conhecimentos foram liberados pelos Irmãos Maiores para todos que os procuram, Antigamente eram accessíveis uni­camente aos iniciados. Após a crucificação, porém, o Véu do Templo rasgou de alto a baixo, revelando-nos que a Luz Branca é um reflexo ainda imperfeito da Grande Luz. Por isso, nos exorta a usar "a tocha da razão por guia". É por isso que o Sr. Heindel escreveu: "Devemos ser capazes de reconhecer a verdade internamente".

Lemos na edição de maio de 1916 da revista Rays from the Rose Cross: "A Ordem Rosacruz foi fundada no século XIII por Christian Rosenkreutz, mensageiro das Hierarquias Divinas que conduzem a humanidade em sua evolução. Sua missão é amalgamar o Cristianismo Esotérico, a Maçonaria Mística e a Alquimia Espiritual num grande sistema filosófico e religioso, adequado às mentes inquiridoras, e capaz de satisfazer as necessidades espirituais do mundo ocidental durante a Idade Aquária".

Essa escola, como todas as outras ordens esotéricas, é secreta. A Fraternidade Rosacruz, porém, representa-a no mundo material, tendo como finalidade difundir publicamente essa ciência que une a mente e o coração, sedimentando uma religião científica para o mundo ocidental. Com a tocha da razão por guia, podemos dar passos seguros em direção à nossa meta. Assim, nossas faculdades transformar-se-ão em poderes dinâmicos.

Encontramo-nos no ponto cruciante de nossa evolução. Se atravancarmos a expressão de nossa natureza espiritual, achar-nos-emos reprovados quando menos esperarmos. Seria, de fato, motivo de grande pesar, se formos achados no jardim de infância da vivência espiritual, enquanto que nossas outras faculdades se expressam brilhantemente em assuntos puramente mundanos. Seria um espetáculo ridículo, se não verdadeiramente trágico.

Traduzido da revista Rays from the Rose Cross, nº desconhecido, autor: Richard Parsons - publicado na revista Serviço Rosacruz, set.,1977
Hino Rosacruz de Abertura

23/07/2012


Max Heindel, arauto da Idade do Aquário,
Mensageiro dos Irmãos Maiores,
Como um puro Templário,
Protetor dos irmãos menores.
Embaixador do Cristianismo Esotérico,
Legou elevados ensinamentos,
Numa linguagem clara, exotérica,
Salvou muitos de graves tormentos.


Trabalhou de noite e de dia,
Para ajudar a Humanidade
A viver com mais alegria,
A construir a Fraternidade.


Dos direitos humanos, Defensor;
Explicando, com mente de “menino”
E com elevado e puro Amor,
Os das pessoas do sexo feminino.


Continua trabalhando sem cessar,
Com outros elevados Iniciados,
A ajudar os que sofrem, a libertar
Todos os que levam fardos carregados.

Obrigado Querido Mestre e Amigo
Deixaste um legado valioso.
Saibamos estar contigo,
Num Serviço humilde e amoroso.


Tua obra de grande valor universal,
Vai sendo conhecida e reconhecida,
Na Idade do Aquário será Ideal,
Numa Humanidade livre, pura, esclarecida.

Delmar Domingos de Carvalho
Figueiró dos Vinhos, 21 de Maio de 2011

08/07/2012

Dante, o Maior dos Astrólogos - Parte II

Parte II - O Purgatório
Nota: o texto a seguir refere-se ao Purgatório: 2ª parte da Divina Comédia de Dante Alighieri

A segunda parte do poema é a jornada através do Purgatório. Dante e Virgílio chegam ao Monte Purgatorial quando o Sol está em Escorpião, o símbolo da regeneração.

O Purgatório também tem dez divisões: dois reinos preparatórios; os círculos onde os sete pecados capitais são punidos (a purificação dos atributos mais baixos dos sete planetas); o Paraíso Terrestre, diferente do Paraíso Verdadeiro. (O Paraíso Terrestre é o do elevado Mercúrio, ou a razão humana). O Paraíso Verdadeiro é aquele onde estão as qualidades da alma purificada; a inspiração e intuição.

O pior inimigo a ser vencido, quando desejamos a purificação, é o orgulho. Enquanto ele não for vencido, não será possível uma correta avaliação de nós mesmos, porque o orgulho justificará os nossos erros. O orgulhoso é frio, indife­rente e distante do amor. Se o amor é o máximo bem que o Paraíso tem a oferecer, Dante está certo quando inverte a ordem planetária e coloca o reino de Saturno como o degrau mais baixo na escada da ascensão.

Não há uma diferença essencial entre os pecados no Inferno e os pecados no Purgatório. A diferença existe na atitude mental de cada pessoa. Os que estão no inferno não têm visão alguma que os leve a libertar-se do mal. Como Paulo e Francesca, simplesmente lamentam seu destino mas tornariam a proceder da mesma maneira, pela qual estão padecendo agora, se tivessem uma chance de voltar. No Purgatório, o pecador viu as estrelas e almeja por um estado de purificação.

As punições no Purgatório são seqüências e conseqüências diretas e naturais do pecado. O orgulhoso será dobrado e humilhado por pedras pesadas, pois o orgulho acarreta cargas pesadas. O inve­joso terá seus olhos costurados, porque a inveja impede que se veja que a fonte de nossas necessidades provém do bem Infinito e não através da posse de coisas alheias. Os nervosos e irados viverão numa neblina densa, porque a ira os tornaram cegos à verdade.

Em cada reino do Purgatório há uma oração e uma meditação apropriada e purificadora sobre a qualidade que irá substituir o mal.

Acima do reino do orgulhoso Saturno está o reino dos invejosos, o reino de Júpiter. O lado brilhante de Júpiter é a boa-vontade, aspiração, a mente imagi­nativa e idealista. A inveja resulta da falta de aspiração, boa vontade e um ideal elevado. Na aspiração, o Espírito tem conhecimento das nossas necessidades e a todas supre; daí não haver necessidade de invejar os bens alheios.

Ainda mais alto está o reino do Sol, onde aqueles que viveram melancólicos e indiferentes esforçam-se por transformar essas características em alegrias. Aqui é explicado a Dante que a melancolia e a indiferença são "defeitos" do amor, ou seja, falta de habilidade de entrar em contacto com os raios espirituais do Sol.

O reino de Mercúrio, o do avarento, é purificado pela aceitação voluntária da pobreza e o cultivo do espírito de generosidade. Este é um reino crítico, porque o progresso não se concretizará se não hou­ver "o livre desejo de alcançar uma região mais feliz".

No sexto círculo, a gula e a falta de modéstia serão purificadas no reino de Vênus. Aqui, os Espíritos aprendem o verdadeiro significado do amor e tempe­rança. No círculo seguinte, o da Lua, o pecado da luxúria é purificado. Nas últimas linhas do Canto XXV, Dante fala sobre a castidade de Diana.

Assim são atingidos os cumes do Monte Purgatorial e encontrado o Paraíso Terrestre. Virgílio tem de partir, mas antes coroa Dante. "Eu te invisto com a coroa e a mitra, senhor que és de ti mesmo".

Os sete pecados capitais purificados não tornam o homem senhor de si mesmo. Depois disto ele se encontra face a face com sua alma Beatriz. Dante ainda não está preparado para o Paraíso. Purificação não é tudo, é necessário esquecer o passado. A lembrança do mal anterior é, muitas vezes, um dos grandes impedimentos para uma verdadeira união mística. Assim Beatriz conduz primeiramente Dante ao Rio Lestes. Depois de banhar-se nele, Dante não se lembra de que alguma vez estivesse afastado dela. Em seguida, ele se banha no Rio Eunoé e todas as recordações do passado transformam-se em alegrias e contentamento. Ele diz: "Emergi das águas daquele santo rio, refeito como planta reverdecida em nova folhagem (primaveril). Sinto-me puro e disposto a alçar-me às estrelas".

Assim o Purgatório, tal como o Inferno, termina com a palavra "estrelas".Dante está agora pronto para ascender aos céus planetários. Este é o segundo grande passo no caminho: a "aptidão" do candidato.
 
Traduzido da Revista Rays from the rose Cross ,fev, 1977 por Maria Carolina P.Carvalho
Publicado na revista Serviço ROSACRUZ, mar.1978 - mantida a ortografia da época
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23/06/2012

Explicando as Mudanças

Estou realizando algumas mudanças na disponibilização dos artigos, como alguns já devem ter notado, devido a pedidos ou ainda por verificar  que o blog pode tornar-se mais funcional.

A página Biblia era a mais “visitada” e então decidi fazer um blog, o Rosacruz e Bíblia que tratará exclusivamente do tema que lhe dá o nome, pois assim ficará mais fácil de encontrar e comentar os artigos (os quais ficam relacionados na coluna à direita).

Também criei o blog Rosacruz e Astrologia  por ter recebido algumas solicitações de artigos sobre esse tema que foram publicados na revista Serviço Rosacruz.

Além disso, aos poucos, estou fazendo modificações nas páginas, como já ocorreu com a página Saúde e Cura, deixando-as com um índice, pois está ficando difícil para encontrar algumas postagens antigas. Assim, com o índice, bastará “clicar” no link (título) e irá direto para o artigo. Outra dificuldade das páginas é que não possibilita comentários para cada artigo ou assunto, o que ficará resolvido com essa nova forma de edição.

 Espero continuar contando com a participação e sugestão de todos!

15/06/2012

Por Que Ansiedade?

por Gilberto Silos

Max Heindel em uma de suas cartas alerta aos estudantes quanto à pressa na "busca da verdade", como se o Caminho Espiritual fosse regido por um cronograma com definição de etapas e tempos necessários para atingi-lo.
Essa pressa ou ansiedade pela realização espiritual resulta de uma visão equivocada da própria espiritualidade. Para alguns estudantes, o crescimento anímico depende exclusivamente de aprendizado intelectual. Trocando em miúdos: a evolução de um indivíduo ocorreria na medida de seu empenho de ler, fazer cursos e assistir conferências. Fosse isto verdade, a humanidade seria bem diferente ...
O aprendizado intelectual, isto é, a aquisição de conhecimento é importante, mas constitui apenas o passo inicial. É a colocação do pé na Senda... O Caminho em si mesmo é infinito porque infinita é a nossa evolução. Muitas pessoas, porém, não imaginam que as coisas sejam tão complexas assim. Acabam por desanimar e desistir, imediatistas que são. Outros aprendem filosofia e astrologia com grande facilidade, mas acabam abandonando a Senda por não admitirem a necessidade de auto-disciplina. Orgulham-se de seu cabedal de conhecimento, cada vez mais amplo, sem, contudo, perceber que a erudição sem uma profunda reforma de caráter torna-se até perigosa. A verdade que imaginam conhecer nada mais é que um verniz intelectual. Só a "sabedoria interna" pode sentir o sabor da verdade. Só um coração nobre, um corpo são e uma mente pura formam um canal capaz de intuí-la em suas profundezas.
O conhecimento por si só não é suficiente. Não basta. Max Heindel diz no Conceito, a respeito da obra, que "a única opinião digna de ser levada em conta é a que tem como base o conhecimento". Mas, consciente de sua responsabilidade como mensageiro da Ordem Rosacruz, ele não vacila em afirmar:" Esta obra não é infalível porque não há sobre esse complicado assunto qualquer revelação que abranja tudo. O autor não é onisciente, nem outros o são. O Conceito está longe de ser a última palavra sobre o assunto. À medida que avançamos, novos aspectos se apresentam aos nossos olhos e esclarecem-se muitas coisas que antes só víamos como através de um cristal embaçado".
Muito mais do que aquisição de conhecimento, o avanço no Caminho depende do cultivo de virtudes essenciais. Requer paciência, amor, coragem e outros fatores que se conquistam e consolidam talvez em muitas vidas.
Portanto, que a busca com ansiedade seja substituída pela procura com intensidade. O aspirante, ao longo do tempo, perceberá que o seu crescimento é uma realidade.
publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil, Jan.1993
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29/05/2012

Dante, o Maior dos Astrólogos Parte I - O Inferno


Hoje em dia, poucos compreendem o quanto a astrologia penetrou nos poemas e pinturas da época medieval. Poucas pessoas percebem que Dante foi um dos mais profundos astrólogos de seu tempo. A "Divina Comédia" é astrologia em estrutura e essência. Mesmo em nossos dias, os nossos melhores intérpretes da filosofia da astrologia têm muito que aprender com este grande expoente do século XIII.

Estudemos o poema rapidamente. É a história da procura mística de uma vida maior, a pesquisa para o desenvolvimento da alma e maior visão espiritual.

O poema começa com Dante perdido na floresta. Esta é a floresta da natureza dos desejos astrais. Os três grandes desejos do homem descritos por Dante são o prazer (a pantera), ambição (o leão) e a inveja (a ursa). Esses três animais ameaçam Dante no começo do poema. O Sol está em Áries, daí o desejo por algo novo, a chegada do novo guia Virgílio e o começo da viagem. Virgílio simboliza a razão humana. Ele é realmente o planeta Mercúrio, o guia e o mestre para a cruzada. Mercúrio, tornando-se humano, só pode levar Dante a 2/3 do caminho. Ele o leva para baixo através dos círculos do Inferno e para cima até o cume do Monte Purgatorial. A razão humana, no entanto, não pode subir até o Paraíso. Portanto, no Paraíso a orientação a Dante será feita por Beatriz, a alma iluminada.

O Inferno é dividido em dez grandes círculos. No círculo preliminar moram aqueles que nunca fizeram algo bom ou mau "os desventurados que nunca viveram". No Limbo moram os filósofos os quais, segundo Dante, não tiveram uma mensagem espiritual profunda, mas simplesmente, uma de cunho intelectual. Esses professores não estão realmente no inferno, mas nas fronteiras dele! Eles induzem as pessoas a colocarem falsos valores em suas vidas; não conseguem sentir e transmitir espiritualidade, por isso a negam. Nós poderíamos discordar de Dante quanto a certas pessoas que ele pôs no Limbo, mas como estudantes da vida espiritual, não podemos discutir quanto à sua ideia.

A nota-chave do Inferno é dada pelos valores errados que são colocados na razão humana. As pessoas seguindo tais ensinamentos encontram somente insatisfações em seu caminho, decorrendo daí uma reação violenta. O primeiro passo para baixo é não ouvir a razão e entregar-se à vida emocional. Por isso, no círculo seguinte, encontramos as pessoas nas quais "a razão é influenciada pela luxúria". Como punição, essas criaturas que não usam a luz da razão, o bom senso e a moralidade, que antepuseram a paixão à razão, são arrastadas pelos ventos invernais em rodopios, sem pausa que descanse, sem esperança que conforte.

Aqui vivem pessoas como Cleópatra e aqui Paolo e Francesca choram eternamente.

Dois círculos, um mais alto e outro mais baixo, são dados a Mercúrio. No mais alto, Limbo, está a razão fria; no mais baixo, a razão está submersa em desejo emocional.

O terceiro círculo é o dos glutões. É dominado pela Lua, a qual rege Câncer e este rege o estômago. Os glutões estão deitados em camas de lama e em neve suja e fria. Eles nada aprenderam na Terra durante suas vidas, mas só procuraram seu próprio conforto. Por isso no inferno estão eternamente privados desse conforto.

O quarto círculo é o que mostra o lado escuro de Vênus, deusa da abundância. Os característicos de Vênus são prodigalidade e avareza.

O quinto círculo é o do lado escuro do Sol, o Rio Estige, onde mais forte se adensa a neblina. Aqui habitam todos aqueles que se entregaram à melancolia e à revolta, em vez de serem como o Sol, felizes e satisfeitos. Os habitantes lamentam-se: "Nós éramos tristes mesmo vivendo sob a cálida e agradável luz do sol".


FORMAS DE PENSAMENTO

Hoje em dia as pessoas não entendem que a melancolia é um inferno subjetivo e que as formas de pensamento criadas aqui, serão as únicas que manterão no próximo mundo. Se lhes tivessem sido ensinadas e vividas essas verdades básicas ocultas, o seu próprio raciocínio e bom senso fariam alterar seus pensamentos.

O sexto círculo planetário é o de Marte. Aqui na cidade de Dite habitam todos aqueles que perverteram a verdade: os heréticos. A cidade de Dite, cidade infernal, é porta de acesso às regiões mais baixas do inferno.

Dante prossegue pelo caminho de Peixes, regido por Júpiter, até o inferno de Júpiter, no círculo planetário seguinte. "Agora Peixes movimenta-se de forma ondulante ao longo do horizonte". (Canto XI). Aqui se encontram os jupiterianos violentos, tempestuosos e suicidas. (Astrologicamente Júpiter está quase sempre envolvido em morte).

No círculo de Saturno estão os fraudulentos, os hipócritas e os maus conselheiros.

Finalmente, para testemunhar às pessoas qual o pior mal que pode ser colocado num planeta, Dante nos mostra o reino gelado dos traidores, onde Judas permanece preso a um bloco de gelo. Gelo aqui é o símbolo da absoluta falta de calor, a ausência total de amor (calor) que é o pior de todos os males. Dante considera o traidor o mais distanciado de Deus, porque o traidor excluiu o amor e a lealdade de sua própria alma.

Agora Dante e o seu guia sobem por uma passagem secreta para um mundo superior, de onde se avista o esplendor de um céu estrelado. As últimas linhas do Inferno relatam: "A partir daqui, nós observaremos as estrelas".

Depois de ter contemplado e passado pelos males e sofrimentos da vida, nós vemos e almejamos alguma coisa maior, mais alta, nobre e brilhante. É o despertar para uma vida mais elevada, o desejo do homem de se purificar das forças inferio­res.

Ele viu as estrelas!
(continua)

Publicado na revista Serviço ROSACRUZ , fev,1978 - Traduzido da Revista Rays from the Rose Cross ,Fev, 1977 por Maria Carolina P. Carvalho

22/05/2012

EM HARMONIA COM A LEI


O maravilhoso poder de Deus, frente a uma condição específica, tem sido provado muitas vezes por inúmeras pessoas. Se desejamos ser curados é necessário fazermos algo para colaborar e nos tornarmos merecedores de tal graça.

A fé em princípio é indispensável, já que é um apoio invisível, tão poderoso como uma base de granito. A fé é a resignação à dor; é o sol interno que ilumina a longa e obscura noite da incerteza. A fé significa estar mais próximo da Divindade que imaginamos porque representa confiança, humildade e suave anelo de que seremos atendidos e amparados. Igualmente é importante nossa boa vontade para corrigir hábitos arraigados que em nós existem e que retardam a ajuda esperada. Recordemos que quando alguém procede mal desperdiçando sua vida é porque não tem forças para enfrentar seus problemas. É necessário um gesto de coragem moral para eliminar um mau-caráter e conduzir-se pelas boas inclinações o que é possível através da ajuda a alguém que necessita. Dessa forma - trabalhando em harmonia com o Universo estaremos nos renovando moral e espiritualmente, colocando-nos em consonância com as forças que o regem.

É de supor que toda pessoa que procura curar-se esteja disposta a tudo o que é possível para dar sua ajuda nesse amoroso trabalho do Pai Celestial. Entretanto, se fizermos o contrário, estaremos nos neutralizando às finalidades que regem o Universo e que existem em nós mesmos. Todos nós temos a capacidade de agir moralmente bem, bem como a necessidade de assim proceder. Assim, todos os que se inclinam para o bem, com toda certeza não procurarão a auto renovação a qual será alcançada automaticamente.

Provas do amor protetor de Deus sempre tivemos; deixemos, pois, que Sua presença interna seja o guia das nossas ações, pois, dessa maneira estaremos trabalhando com a Lei. Consequentemente, pessoas e situações serão atraídas, as quais contribuirão para nosso desenvolvimento espiritual e estados de saúde que necessitamos.

Face ao exposto acima, pensemos sobre o pernicioso hábito de fumar (ou utilizar qualquer outra droga tóxica semelhante, ou ainda ingerir álcool). Sabemos quão benéfico seria para o nosso corpo físico se deixássemos esse vício. Ainda, o consequente esforço da vontade nos beneficiaria sumamente. É evidente que sem o nosso esforço os Auxiliares Invisíveis serão frustrados em seu Serviço pois, as toxinas inaladas ou ingeridas diariamente anulam as ações realizadas por esses amorosos auxiliares durante a noite. Dessa maneira devemos nos esforçar para que nossa determinação seja constante e forte até que essa difícil batalha seja vencida.

QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ


Esse artigo faz parte de uma coleção de textos sobre cura da seção "Healing" da revista "Rays from the Rose Cross" .Muitos deles foram traduzidos pela Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil e publicados na revista "Serviço Rosacruz". São distribuídos gratuitamente a todos os que se inscrevem no Serviço de Cura seja Estudantes ou não. Portanto são públicos. Se deseja divulgar, por favor mantenha os créditos. Veja mais como este aqui