A água era o principal elemento associado com a Atlântida, onde o homem foi ensinado a controlar suas emoções e a desenvolver suas faculdades físicas. Naquele continente o psiquismo alcançou o maior estagio de desenvolvimento já visto, nunca igualado antes ou depois, tendo a musica Atlanteana se constituído em um -fator de desenvolvimento das faculdades psíquicas. A maior parte dessas músicas era solene e grave, algumas vezes alcançando níveis de grandeza imponente. Suas ondas melódicas eram comparáveis a música rítmica atualmente ouvida nos movimentos cíclicos das marés alta e baixa. O Sol nunca brilhou claramente na Atlântida. A atmosfera era sempre pesada devido à névoa existente. Nessa atmosfera nevoenta as figuras vaporosas de outros planos eram facilmente discerníveis, uma condição que auxiliou de maneira importante o despertar e o desenvolvimento das faculdades psíquicas. O Período Atlanteano terminou quando o continente foi destruído pela água.
A transição da Lemuria para a Atlântida foi marcada por um aumento da densidade da atmosfera, corpos físicos mais solidificados e a consciência humana focalizada mais definitivamente no mundo material. A humanidade estava então perdendo aquela bonita e quase continua comunhão com as hostes angelicais, desfrutada anteriormente pelos Lemurianos. Consequentemente havia uma correspondente perda na percepção das harmonias celestiais. Entretanto, neste estágio de desenvolvimento não tinham perdido contato com os mundos mais internos a ponto de negar ou mesmo duvidar da existência da Musica das Esferas, fosse ela ouvida ou não. Tais negativas não chegavam ao materialismo profundo da presente era. Assim, os Iniciados dos Templos Atlanteanos, sacerdotes e sacerdotisas da sabedoria eterna, realizavam seus rituais sagrados em total acordo com os ritmos celestiais.
Os Templos Atlanteanos eram realmente universidades onde as faculdades física, mental e espiritual do homem eram estimuladas e desenvolvidas. A partir do momento que o homem deixou de viver em harmonia com os mundos elevados, seu corpo tornou—se sujeito a desarmonias e doenças; nessas condições, um Mestre Iniciado afinava-se com a nota estelar de um indivíduo., a fim de substituir a desarmonia pela harmonia. Com essa finalidade, a música, a grande panacéia curadora, era administrada nesses templos.
Os povos Atlanteanos eram muito mais suscetíveis aos efeitos curativos do ritmo do que a humanidade atual. Eles podiam utilizar a força pulsante do crescimento das plantas e apropriar-se delas para a revitalização e renovação de seus corpos. Podiam também transferir essas energias de uma planta para outra, assim, aumentando a energia das fracas e doentes através das fortes e saudáveis. As palpitantes correntes de vida emitiam tons específicos na medida em que elas cresciam para cima. Os Atlanteanos podiam ouvir esses sons e transcrevê-los em música, tão perfeitamente afinados aos ritmos das plantas que eles possuíam uma dinâmica eficácia curadora. No devido tempo,consequentemente, a terapia musical se tornou um dos principais ramos da instrução no Templo.
A fala foi desenvolvida pelos Atlanteanos um tipo de fala cantante. Suas palavras entoadas projetavam energia em qualquer objeto especificado e por essa energia o objeto podia ser remodelado de acordo com a vontade de um indivíduo. Os cânticos e hinos de todas as religiões antigas tiveram sua origem nessa fala cantante. Os sacerdotes do Templo e seus discípulos avançados podiam ouvir também as notas musicais dos objetos naturais e estavam aptos, por meio do poder que isto lhes dava, a realizar milagres de transformação. Isto originou numerosos mitos e lendas relacionados às civilizações que precederam nossa atual Quinta Raça Original, os povos Arianos. Na Era de Ouro da Atlântida a liderança era conferida aos neófitos do templo,mais espiritualmente desenvolvidos, aos quais eram concedidas honras e reverências pelos leigos. A Realeza era um Grau do Templo ao qual somente o mais merecedor podia aspirar, pois o Rei Iniciado era precedido apenas pelo Alto Sacerdote.
Será visto que no poder praticamente ilimitado dos Atlanteanos reside a semente da decadência e destruição definitivas. A tentação ao mau uso daquele poder foi para eles quase irresistível. Com o desenvolvimento de sua índole de desejos e de um concomitante crescimento em interesses egoístas, as habilidades que originalmente funcionavam sob a direção das Hierarquias de Luz foram transferidas para as da Sombra. As condições anunciando caos e desintegração — similares àquelas manifestadas no mundo atual — tornaram-se prevalentes. Tais condições eram sempre indicativas do "inicio do fim".A fala cantante dos consagrados Iniciados do Templo foi modificada para fins nocivos e destrutivos. Literalmente, as "explosões tonais", afinadas à nota-chave de uma pessoa ou objeto, eram usadas para destruir cruelmente a vida humana e a propriedade.
O conhecimento pelo homem das harmonias celestiais em ondas de tons Maiores e Menores foi comentado anteriormente. Com a depravação crescente dos Atlanteanos, as consonâncias e dissonâncias tornaram-se mais e mais agudamente diferenciadas. O resultado foi uma música estranha e sinistra, uma música capaz de produzir doença, perda da memória e mesmo insanidade. "Círculos Sombrios" compostos por neófitos do Templo, trabalhando sob influência das Sombras, estavam aptos a expressar explosões tonais capazes de expulsar um Ego para fora de seu corpo físico, frequentemente causando nas pessoas obsessão permanente ou mesmo a morte. Esses fatos são mencionados apenas para ressaltar o longo alcance dos poderes do som.
Somente um remanescente dos Atlanteanos foi salvo. Na terminologia bíblica, Noé e sua família sobreviveram ao Dilúvio. Este remanescente se tornou a semente da atuai raça Ariana. Sobre o novo continente para o qual esse remanescente migrou, o Sol brilhou claramente e pela primeira vez o homem pôde usufruir uma atmosfera oxigenada tal como a temos hoje. A humanidade dessa raça recebeu a suprema dádiva, a mente, o elo que lhe permitirá ser como os deuses. O grande trabalho dos Arianos e espiritualizar e desenvolver as mentes Crísticas. Como a mente está relacionada com o elemento Ar, é através do ar que seu progresso maior será atingido. Caso haja outra destruição deste planeta apôs suas (do planeta) lições terem sido aprendidas, ela vira através daquele elemento.
A raça humana esta destinada a recuperar as harmonias celestiais que ela perdeu na Atlântida. Isto será feito através da mente Crística e a música será o fator primordial na sua consecução. Através dos séculos os Guias da Humanidade tem enviado a Terra alguns de seus mais avançados Iniciados em música para auxiliar o homem a espiritualizar sua mente. Tal foi o propósito da Criação de Haydn, do Messias de Handel e da magnífica Paixão de Bach. Este desenvolvimento esta sob a orientação dos Senhores da Mente os quais pertencem à Hierarquia de Sagitário, o signo que conserva o modelo da mente mais elevada e seus mistérios espirituais. O objetivo dessas Hierarquias é apressar no homem seus incentivos espirituais e encorajar suas aspirações ate que ele ganhe ascendência sobre sua inferior mente carnal.
A nota-chave de Sagitário é Fá Maior e a nota-chave da Terra é também Fá Maior. Vários sons da natureza são, consequentemente, afinados a esta nota. Esta é a razão pela qual composições em Fá Maior são especialmente relaxantes para um sistema nervoso alterado, também efetivos para restaurar um corpo fatigado e para acalmar uma mente aturdida.
Através de ritmos em Fá Maior os Senhores da Mente concederam a mente germinal para a humanidade nascente e através de seu uso continuado estão trazendo essa mente para o ponto onde ela possa transmitir, para a personalidade externa do homem, a imagem—espírito existente dentro deles. Estes se tornarão os pioneiros da Sexta Raça Original e entre eles nascerá um tipo de música com qualidades que curam e iluminam. Todos os movimentos em direção ao futuro são escolas preparatórias para a Nova Era. Até que as mentes dos neófitos se tornem espiritualizadas, eles receberão, através de tons e ritmos, aqueles poderes superiores que estão aguardando para serem concedidos ao homem.
Tradução do Cap II do livro: Music - TheKeynote of Human Evolution de Corinne Heline, publicado na "Rays from the Rose Cross", Fev/Mar de 1988.
Veja também: A Música na Lemúria