Dias atrás recebi um interessante relato de uma amiga, de como se curou, por intermédio dos auxiliares invisíveis da Fraternidade Rosacruz. Acho oportuno divulgá-lo.
Esta amiga sofria, há muito tempo, de horríveis espasmos nevrálgicos. Seu marido é estudante da Fraternidade Rosacruz e sugeriu-lhe pedir ajuda ao Departamento de Cura. Ela concordou e preencheu o formulário. Obteve orientação, mas não notava nenhuma ajuda imediata. Desesperava-se com os espasmos e algumas vezes atingia o desespero, chegando até à ideia de suicídio, para acabar de vez com aquela situação que a medicina não sabia debelar. Um dia... bem, prefiro que ela mesma o relate; usarei as suas próprias palavras:
"Orava desesperadamente e adormeci. Devia estar num profundo sono quando entrou em meu quarto um Senhor. Não abriu a porta: parecia atravessá-la como se ela não existisse. Percebi quando se aproximou de minha cama e parou, olhando sobre mim. Não senti qualquer temor, ainda que não soubesse de quem se tratava."
"Ele parecia refletir profundamente. Meneou a cabeça, com um gesto de pena e de admiração para o que observava em mim. Pus-me a reparar melhor: em seu braço direito havia, dobrada, uma espécie de capa de tonalidade violeta, difícil de explicar."
Estendeu para mim a mão esquerda; apanhou minha mão direita e disse-me com suavidade: "levanta-te". Senti que me puxava estranhamente a mão. Senti-me desusando sobre mim mesma ao tentar sentar-me e depois levantar-me fora da cama".
"Ele abriu aquela espécie de capa violeta e insinuava colocá-la sobre meus ombros. Tomou outra vez minha mão e chamou minha atenção para o meu corpo, que jazia dormido na cama. Depois disse: "Vim auxiliar-te, pois muito tempo o desejaste, se bem que fracamente. Esperava porque tinhas fortes dúvidas..."
"Eu me achava entre admirada e horrorizada, olhando meu corpo — um montículo desgraçado, em trajes noturnos listrados. Notei meu rosto cansado e distorcido, os cabelos desordenados. “Fiz um gesto para ajeitá-los e o Senhor m'o impediu, dizendo: "Como é possível fazer-se um mínimo de ajuda, quando consideras tudo perdido? Por que te apegas tanto ao que não é teu verdadeiro ser? Importa caminharmos constantemente, para a frente e para cima, através da eternidade que somos! Não te esqueças disto, a partir de hoje".
"Afastei-me um pouco de minha cama e justifiquei-me: "Odeio parecer-me com essa pessoa que aí está dormindo". E ele contestou: "A culpa desta situação cabe inteiramente a ti e a mais ninguém".
"— Sim — adicionei — mas eu me esforcei muito, saiba o Senhor disso — apesar de me sentir tão cansada e enferma!"
"Ele olhou alguns segundos em meu rosto e disse: "Procura lembrar-te; sempre andaste pensando em doença; sempre estiveste alimentando esta doença em pensamento. Deves aprender a não viver em doença”.
“Indicou-me uma vez mais o corpo adormecido, tomou-me por uma das mãos e me conduziu para fora do quarto. Passamos pela porta, como ele havia entrado. Lá fora não parecia muito escuro. Ele levantou e movimentou a sua mão, acima da cabeça. Começamos a voar suavemente. Nem cheguei a notar quando meus pés se desprenderam da terra. Fomos subindo e enquanto nos movimentávamos, percebi nitidamente os telhados das casas e as copas das árvores lá em baixo. Já estávamos longe, quando observei a meu companheiro: "em criança eu costumava sonhar que viajava assim, voando para lugares distantes". Ele concordou com a cabeça e depois, fitando-me, disse: "Tua família está preocupada contigo. É preciso que te livres deste medo com que te atormentas. Serás auxiliada por nós, se aprenderes a aceitar as oportunidades que te apresentarmos, na hora. Fica sempre na expectativa".
Na carta de minha amiga, segue-se uma viva descrição da luz e da cor que ela notava no Mundo dos Desejos que visitava. Contou algo sobre os seres que viu lá, quando viajavam pelo espaço.
"A volta e a descida não foram muito agradáveis para mim — continuava ela — porque fiquei com medo. Com aquele ser a meu lado ainda, aproximei-me de casa e nela entrei, tal como saí. Vi minha mãe e filhos dormindo e quando cheguei junto ao meu corpo, examinei-o atentamente, de novo".
— "Esforcei-me, esta noite, para provar-te que aquilo que está dormindo no leito não é a verdadeira vida. Continuarei te ajudando e outros virão também ajudar-te. Mas tu mesma deves dar mais atenção a isto”- disse meu acompanhante. Em seguida, mostrando os frascos de drogas químicas que se achavam à cabeceira da cama, acrescentou:
“ Isto só pode retarda a sua evolução”. Tirou aquela espécie de capa de cima de meus ombros e, dobrando-a, colocou-a em seu braço esquerdo. Inclinou-se, tomou uma das mãos do corpo que estava dependurada para fora do leito. Senti fortes puxões. Sentei-me na cama. Meu companheiro me deu instruções para que eu me deitasse. Uma calma sensação, muito agradável, invadiu-me o ser. Ele me olhou ainda por alguns momentos e, pondo sua mão direita sobre o meu coração, levantou os olhos e disse: “Assim seja! ” E, virando-se, abandonou o meu quarto”.
“Acordei-me no dia seguinte. Sentia-me muito bem, como há muitos anos não sentia. Lembrei-me nitidamente de tudo. Levantei-me, e a primeira coisa que fiz foi jogar os medicamentos fora. ”
Quando chegou domingo, à noite, meu marido me convidou: “Tens vontade de ir comigo à reunião da Fraternidade Rosacruz? ”
Concordei imediatamente. Era minha primeira visita. Chegamos cedo à reunião. Pude olhar calmamente o salão, quando, pousando os olhos sobre um quadro reconheci o Auxiliar Invisível que me visitara aquela noite. Era Max Heindel! ”