25/03/2019

Significado Esotérico dos Dois Ladróes

PERGUNTA: Qual o significado esotérico dos dois ladrões e da cruz?

RESPOSTA: Contrariamente à opinião geralmente aceita, os quatro Evangelhos não são absolutamente a biografia de Jesus, o Cristo. São fórmulas iniciáticas de quatro diferentes Escolas de Mistérios. Para encobrir o seu significado esotérico, a vida e o ministério de Cristo foram também entremeados. Isso pôde ser feito porque todos os iniciados, sendo individualidades cósmicas, têm experiências similares. Sabemos que Cristo falava à multidão por parábolas, mas o significado oculto delas era explicado aos Seus discípulos em particular. Paulo também “dava leite para os fracos e carne para os fortes”. Jamais pretenderam transmitir os símbolos ocultos para as pessoas comuns, ou fazer da Bíblia ”um livro aberto de Deus”, como muitos atualmente acreditam.

Ao ler na Memória da Natureza descobrimos que, quando da crucificação, não houve apenas dois, mas vários crucificados. Naquela época, a pena capital era imposta pelas mínimas transgressões e muitos sofreram essas mortes bárbaras. Deste modo, aqueles que pretendiam encobrir o significado oculto dos Evangelhos, precisavam encontrar algo com que preencher a narrativa e velar as circunstâncias realmente vitais da crucificação.

A história relativa aos ladrões é, portanto, um incidente verdadeiro, não possuindo nenhum significado esotérico.

Pergunta 99 do livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol. I Max Heindel

24/03/2019

Expansão de Consciência

Uma mensagem do ECOS da The Rosicrucian Fellowship, década de 80 (*)

No Capítulo do Conceito Rosacruz do Cosmos que trata do esquema ou caminho da evolução lemos: “Os três e meio Períodos que faltam serão dedicados ao aperfeiçoamento destes veículos, e a expansão de nossa consciência em algo semelhante a onisciência” (Veja Conceito Rosacruz do Cosmos - Caminho da Evolução - Os Sete Períodos) .Esta lição trata desta importante fase da evolução. Já caminhamos um grande percurso desde a consciência de sono profundo, do Período de Saturno ao estado de consciência de vigília atual, e estamos nos preparando para a elevada consciência espiritual que obteremos no Períodos de Vulcano. Este é o grande plano que nosso Criador traçou para nós – os Espíritos Virginais. Através das diferentes fases da involução fomos guiados por Seres Elevados, de variados graus de poder, porém, no tempo atual, nos encontramos no caminho evolutivo do desenvolvimento, e ampliando a nossa Consciência de Vigília, cujo desenvolvimento está em nossas próprias mãos, dependendo de nossa iniciativa e diligência, a fim de que cresça ou estacione.

Como Aspirantes sinceros e humildes temos plena consciência de nossos muitos defeitos. Como alcançar o crescimento anímico é o objetivo de nossos esforços diários, porque é este crescimento anímico que aumentará a nossa consciência. Frequentemente sentimos que não podemos nos concentrar ou meditar de forma correta ou tão profundamente como desejaríamos porque influências externas nos perturbam, e com facilidade pensamos que a tarefa de Aspirante é demasiada para nós. É então que somos tentados a fugir ao compromisso de nos desenvolvermos espiritualmente. Mas sabemos que o crescimento anímico não se acumula “fugindo da vida” ou das nossas obrigações para com a sociedade e para com o mundo físico. A consciência se produz pela guerra entre o Corpo de Desejos (que constrói) e o Corpo Vital que destrói). O Espírito renasce para obter experiência e esta só se pode alcançar pelo contato com nossos semelhantes no Mundo Físico de ação e reação.

A razão para a edificação de nosso intricado sistema de veículos eficientes durante a involução, foi para obter consciência própria pelo uso destes veículos conscientemente. Durante nossa jornada evolucionária, conseguimos poder anímico que é o alimento que o Espirito requer. Desde o princípio este nosso espírito foi uma parte de Deus, e agora, como sempre, “ vivemos, nos movemos e temos o nosso ser” em Deus, porém, tem que se converter em um espírito humano, individualizado, consciente. Como tal, no devido tempo, deve dar-se conta de sua própria história passada, suas possibilidades atuais e suas futuras potencialidades.

Cristo advertiu a seus ouvintes: “Se, tu, portanto, perfeito como teu Pai é perfeito nos Céus”. Ele sabia que nenhum de Seus ouvintes possuía a perfeição de Deus no tempo em que Ele lhes falou, porém, que é possível ao homem conseguir. Por Suas palavras desejava “impressionar” e recordar à humanidade que, pelo esforço constante e pelo exercício da vontade, o homem poderá alcançar a perfeição. Ele quis elevar aos não sensitivos porque Ele sabia que nosso adormecido espírito tem que ser despertado, frequentemente por dolorosas experiências.

Reunimos material para o crescimento de nossa alma através de nossas experiências diárias. Como tratamos estes acontecimentos que enfrentamos em nossa existência diária, será nossa contribuição individual para com a vida. Cada um de nós experimentou um meio ambiente distinto e se equipou com um átomo-semente mais ou menos poderoso no começo da vida, e, por conseguinte a reação de cada um, é diferente, individualizada, e assim enriquecerá a obra da vida. Carecemos de poder suficiente apreciável sobre os sucessos com que temos de nos defrontar em nossa jornada desde o berço ao túmulo, porém, podemos determinar COMO reagir ante eles. Temos liberdade em demonstrar, face aos problemas da vida, debilidade ou valor ao enfrenta-los. Nesta luta divina, a alma é enriquecida e a quinta-essência deste crescimento anímico é extraído vida após vida, armazenando-se como poder vibratório. Este poder reunido pelo Espírito durante muitas vidas é o que sentimos quando nos colocamos em contato com nossos semelhantes. É o poder vibratório que com frequência cria imediato gostos ou aversões. O poder anímico se imprime em nossa própria alma e sentimos o seu efeito.

Richard Wagner, em sua Ópera Parsifal, teve um esplêndido êxito ao dar-nos um quadro revitalizado da velha lenda que fala da jornada do homem através da vida conforme enfrenta os perigos e domina as tentações. Finalmente, chega à conclusão de sua pesquisa com a alma enriquecida e sua alma expandida. Quando, pela primeira vez, Parsifal aparece em cena, é puro e sem malícia e, surpreendemente inocente. Deseja ser de alguma utilidade no Castelo do Graal, porém, antes de o conseguir, tem que enfrentar as realidades da vida e do mundo com seus perigos, porque tem que aprender a discernir. Este é o único meio de verificarmos onde somos débeis. Parsifal em sua inocência passa através de seus encontros com as donzelas e a tentadora Kundry sem prejudicar-se. Em seu doloroso encontro com Kundry obtém novo conhecimento que resulta em maior consciência. Parsifal viaja através do mundo, encontra sofrimentos e fadigas, e, agora quando retorna ao castelo do Graal está em condições de ajudar e seus esforços são aceitos prazerosamente, porque tem o domínio de si mesmo. Parsifal diz a seus amigos: “Vim através dos erros e sofrimentos, através de muitos fracassos e incontáveis angústias. Isso deveria dar a todos aqueles “QUE PROCURAM” novo alento para fazer o seu trabalho no mundo, sabendo que nada se perde e que todo esforço sincero é válido.

A essência de nossas experiências, vida após vida, se acumula e não se perde. O amor e entendimento adquirido fará nossa jornada para o alto mais feliz e mais proveitosa a todo aquele que tentar.

(*) Tradução da Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil publicada na revista Serviço Rosacruz, agosto de 1982

TERMOS ROSACRUZES - LETRA M

  MEMÓRIA DA NATUREZA

Quando o investigador ocultista deseja estudar um acontecimento do passado da humanidade, pode facilmente chamar ante sua mente a imagem desse acontecimento existente na Memória da Natureza. Há na Natureza uma “gravação” de nosso passado que abarca até mesmo mínimos detalhes. O clarividente treinado, que pode ler na Memória da Natureza, pode observar as diversas vidas de um homem, como se uma película cinematográfica se desenvolvesse ante ele no sentido inverso. Veria primeiramente a vida atual do homem em questão, depois seu nascimento, sua estadia nos mundos invisíveis, depois a morte de sua vida anterior, o panorama que por si mesmo se desenvolveu em sentido inverso, passando, se houve, a idade adulta, a juventude, a adolescência e a infância até o nascimento, e assim sucessivamente através das diversas vidas.

Do livro Dicionário de Termos Rosacruzes, tradução pela Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil 

07/03/2019

Tratado Esotérico sobre a Geladeira

Elias e a viúva de Serapta ( I Reis,17), 1630, Bartholomeus Breenbergh

por Jonas Taucci
Os Ensinamentos Rosacruzes estão alicerçados no Cristianismo Esotérico, onde não devemos nos esquecer – por mais conhecimentos e informações que possamos obter – as palavras do Cristo:

“Aquele que quiser ser o maior entre vós, seja o servo de todos”

Evangelho de Lucas (04:21 a 30), palavras de Cristo:

- No tempo do profeta Elias, não choveu por muito tempo, houve fome e muitas viúvas em Israel. Porém apenas uma viúva, em Serapta (Sidônia), recebeu a visita de Elias, que a alimentou. (I Reis Capítulo 17)

- No tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel, contudo nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, de nacionalidade síria. (II Reis Capítulo 05).

A fome (espiritual) e a cura ao leproso (purificação/iluminação), vieram às pessoas que não pertenciam à comunidade judaica, nem a Israel. Possuir o “carimbo” de pertencermos a uma religião, doutrina, filosofia, seita etc. não significa – em termos de avanço evolutivo espiritual - absolutamente nada.


Naamã banhando-se no Jordão (II Reis, 5:10-14). Gravura, autor desconhecido. 
Fonte Wikimmedia Commons

Das palavras de Cristo acima, tira-se uma das lições mais importantes (senão a mais...), para o aspirante rosacruz:

Pertencermos à Fraternidade Rosacruz e sabermos – sobejamente - seus livros, cursos, textos, palestras etc., não se constitui numa garantia de crescimento e desenvolvimento espiritual. Com certeza, há pessoas muito mais dimensionadas dentro da escala evolutiva, que, por praticar - talvez ainda que inconscientemente - os Ensinamentos Rosacruzes, avançaram mais na Senda, não conhecendo absolutamente nada sobre estes ensinamentos...

Pode surgir a retórica:

- Procuro estudar e aprender estes Ensinamentos Rosacruzes, para os colocar em prática, conscientemente.

Surge a réplica:

- Estamos realmente fazendo isso, ou apenas cultuando e idolatrando nossos conhecimentos, pensando em si próprio?

Tudo o que nos pertence, por excesso, pertence (ou deveria pertencer...) aos necessitados.

*** A quantas andam as roupas em nossos armários?

*** Como está o abastecimento de nossa geladeira?

*** Temos remédios que perderam o prazo de validade?

***Quanto tempo dedico a meu próximo, efetivamente, visitando pessoas enfermas e necessitadas?

Há um outro fator – importantíssimo, atrelado a este princípio:

Atualmente fala-se muito de desapego. Desapego não significa abster-se das coisas físicas, na verdade significa estas coisas não possuírem as pessoas.

No informativo de nossa Sede Mundial (Oceanside), bimestre janeiro/fevereiro deste ano de 2.019, há uma admoestação (literalmente, e sem trocadilhos) CRUCIAL:

- ... não se chega à iniciação sentado numa poltrona dando conselhos ou falando da vida alheia. Se valorizamos o que aprendemos, pratiquemos essas verdades, tornando-se canais autoconscientes para o bem e esforcemo-nos em fazer a diferença em nossa vida, comunidade e mundo.

Muitos sonham em visitar o Templo Rosacruz (etérico).

Poucos possuem um lampejo ao semelhante, ao visitar sua geladeira...