Sue Goske
Ao adentrar o pátio externo do Tabernáculo do Deserto a pessoa
encontrava, primeiramente, o Altar dos Sacrifícios. Em nossos tempos, quando o
aspirante põe o pé no CAMINHO, conhece, de
imediato, o passo inicial: a purificação. Em seu ardor desejará, sem dúvida,
superar logo todos os obstáculos à sua caminhada. Aspirará a vencer o mal.
Porém, antes de iniciar suas tentativas, deverá conhecer as técnicas, por assim
dizer, que lhe assegurarão êxito em seu empreendimento.
Tudo existe como VIBRAÇÃO.
A natureza de um objeto ou ser é determinada pelo seu peculiar tipo de
vibração. Chamamos de "bom" tudo o que vibra em harmonia com as Leis
da Natureza: colaboração, unidade, enfim, todo elemento conducente ao bem do
conjunto.
O ato praticado através de motivação altruísta gera uma vibração
harmoniosa com o todo. O mal é uma
vibração discordante. Insofismavelmente, o mal, e o bem criam, de maneira
diferente, a discórdia e a harmonia. O egoísmo é, realmente, ego-destruição. Enquanto
o homem viver em desacordo com a Natureza, por ignorância ou propositadamente,
terá de sofrer. Não vencerá as Leis da Natureza: elas é que o vencerão. E das
dores e sofrimentos padecidos formar-se-ão pérolas de sabedoria. O homem compreenderá
que não pode desafiar as forças superiores. Dessa maneira, o mal colabora para
um bem final. Através dos efeitos da discórdia em sua vida, o ser humano
aprende a amar a harmonia.
Os aspirantes da Antiga Dispensação obedeciam à Lei pelo medo. O
Cristo trouxe a Lei do Amor à humanidade. O medo e o amor são duas vibrações
bem diferentes. O aspirante moderno tem a possibilidade de efetuar a
transmutação em seu próprio ser polo PODER
DO AMOR. Cristo Jesus nos ensinou a chave oculta do método a ser
empregado: "Não resistais ao mal". A resistência é composta por
fricção, luta e intensa oposição. Essas vibrações não se harmonizam com a meta
do aspirante: o equilíbrio. Ele poderá descobrir, até com certo espanto, que
não possui armas para batalhar contra o mal. Foi isso que aconteceu com
Amfortas, personagem de "Parsifal" tentou destruir Klingsor por meio
de uma força que só devia ser usada para curar. Eis aí uma pista esclarecedora
das causas profundas da derrota sofrida por Amfortas: usou um poder sagrado que
lhe fora confiado, de maneira indevida. Tentou destruir e não curar. O uso
pervertido acarretou-lhe a perda daquele maravilhoso dom. É particularmente
significativo que ele colheu exatamente o efeito de suas próprias intenções: um
ferimento sem cura, até a remissão completa do mal gerado.
Podemos, então, interpretar o princípio de "Não resistais
ao mal" por "Não resistais à vibração desarmoniosa; transmutai-a em
harmonia". Se a vibração de Amfortas fosse constituída de perdão, amor e
sabedoria, não teria investido contra o
mago negro Klingsor. Não seria prejudicado e poderia sujeitar os poderes maléficos
do mago negro pela nota-chave amorosa do poder de Cristo, cuja vibração mais
elevada é capaz de transmutar o mal em bem.
traduzido da revista Rays from the Rose Cross, nº desconhecido
publicado na revista Serviço Rosacruz, julho de 1977