31/01/2022

O Dia dos Namorados e o Rosacrucianismo

A escala do amor”, do pintor francês Jean Antoine Watteau (1.684-1.721)
Por Jonas Taucci (*)
De forma resumida, esta celebração provavelmente teve origem por volta do ano 270 DC, na Roma antiga: conta-se que o bispo Valentim celebrava casamentos entre os soldados romanos, contrariando as ordens do imperador Claudio II, o que lhe custou a pena de morte. Antes de sua execução (14 de fevereiro), Valentim recebeu – no cárcere – várias cartas de jovens casais, informando que sempre iriam acreditar na força do amor entre as pessoas.

Esta data passou por uma série de significâncias, acentuadamente na Idade Média.

No século XVII, os ingleses, oficializaram esta data, como uma forma de homenagear os casais enamorados, e assim ofertarem presentes. Esta tradição teve consequências:

1- Países de língua inglesa adotaram esta data (14 de fevereiro), como Valentine’s Day, e outros países em dias diferentes (interessante no Brasil ser comemorado dia 12 de junho, véspera de Santo Antônio, conhecido como o santo dos casamentos).

2- A data em que é celebrado o amor entre os namorados, amoldou-se a circunstâncias de cada país; religiosa, social, historicamente... e veladamente de uma forma esotérica.

Elmam Bacher (Estudos de Astrologia – Volume V), informa que certas datas - ainda que para a maioria da humanidade de uma forma inconsciente – nos transmitem verdades cósmicas. Uma delas:

O Dia dos Namorados


Temos aqui a sua correspondência com a 5a Casa Zodiacal, onde a Hierarquia de Léo e o Sol possuem morada num horóscopo abstrato (cúspide de Áries e Marte na primeira casa, cúspide de Touro e Vênus na segunda casa, cúspide de Gêmeos e Mercúrio na terceira casa etc.).

Nesta data expressamos nosso carinho à pessoa amada com presentes que geralmente e por tradição são:

1- Cartão com dizeres (expressando o nobre sentimento do amor).
2- Flores (fragrância).
3-Chocolates (doçura).

Não importa qual dia do ano em que a data dos Dia dos Namorados ocorra em diversos países: ela estará sempre associada à nossa 5ª Casa Zodiacal e o Sol.

Max Heindel e sua esposa Augusta Foss Heindel, nos falam desta Casa:

A) sua relação com o namoro e o amor. (A Mensagem das Estrelas – 4º Capítulo, A leitura do horóscopo – As Casas).

B) sua correspondência com o coração. (Astrodiagnose – Um Guia de Saúde - Capítulo II, Correlação da Anatomia e da Fisiologia com o Zodíaco).

Um bom (e particular) exercício esotérico sobre isto, consiste em inserir numa Roda do Zodíaco em branco (abaixo), apenas o signo correspondente à cúspide de nossa 5ª Casa, inserir também - se for o caso - planetas localizados nesta nossa Casa e traçar possíveis aspectos com outros planetas. O sr. Bacher, por inúmeras vezes em sua obra utiliza-se deste método de traçarmos – isoladamente – determinadas posições astrológicas para estudos.

A partir disto, realizarmos uma profunda meditação e reflexão baseada nos dizeres abaixo do Sr. Bacher, sobre o Dia dos Namorados (ele o chama de Valentine’s Day), e a nossa 5ª Casa.

1- A canção dos jovens de coração.

2- Sermos mantenedores de um coração renovado e puro, pelos impulsos do afeto.

3- O brilho da estrela do amor.

4- Deveríamos manter viva a perfeição da beleza, amando o belo na relação, o encanto na convivência harmoniosa e a inspiração sempre renovada da LUZ, que sempre está presente no ser amado.

Esta última colocação do Sr. Bacher, nos faz lembrar o Ritual Rosacruz do Serviço do Templo “esquecer, diariamente, os defeitos dos nossos irmãos e procuremos servir à Divina Essência neles oculta, o que constitui a base da Fraternidade”).

Uma das definições mais elevadas sobre FRATERNIDADE, foi deixada por Elmam Bacher (Estudos de Astrologia – Volume VIII – capítulo II), isenta de qualquer conotação referente a conhecimento, cargos, níveis escolares ou posses materiais:

“A FRATERNIDADE É A ESSÊNCIA DESTILADA DAQUILO QUE SE APRENDE MEDIANTE O RELACIONAMENTO DO AMOR”.

Nosso desenvolvimento espiritual será alcançado unicamente com o desabrochar de nossa divindade interna e isto não ocorrerá a menos que façamos os necessários esforços e sacrifícios; muitas vidas de prestação de serviços à humanidade; até que sejamos capazes de agir desta maneira, nenhuma quantidade de livros, palestras, cursos, textos etc. nos fará alcançar este intento.

Durante séculos – e para a maioria da humanidade – a aceitação desta máxima acima, foi – também - impedida por acreditar-se que o Cristo que esteve aqui a dois mil anos salvaria a todos aqueles que nele cresse e tratasse de ser uma boa pessoa, sendo que por “boa pessoa” entenda-se dentro de certas crenças com seus respectivos critérios.

Cristo então faria, literalmente, o resto.

O fiel aspirante rosacruz está imbuído da fé de que a oração acompanhada de obras humanitárias e desapego ao culto à personalidade e egoísmo, atrairão auxílio dos ILUMINADOS que sempre estão desejosos a guiar um espírito aspirante.

22/01/2022

O Tempo na Experiência Purgatorial

Dante e Virgílio na entrada do Purgatório, Domenico Morelli (Wikimedia Commons)
Pergunta A experiência purgatorial do Ego é contínua desde o panorama da sua morte até o seu nascimento, ou há períodos de intervalo entre o fim de um sofrimento causado por determinada ação e o início de outro?

Resposta: A natureza que é Deus em manifestação sempre pretende preservar a energia, obtendo os maiores resultados com o mínimo gasto de força, e a mínima perda de energia. A lei de analogia é aplicada neste caso. Se estudarmos o efeito da mudança no mundo físico, aprenderemos algo sobre a sua consequência no reino acima do nosso. Uma pessoa que está sofrendo intensamente por um curto período de tempo, geralmente sente a dor mais agudamente, enquanto aquela que sofre durante anos sucessivos, embora a dor que ele ia infligida possa ser igualmente violenta, não parece senti-la na mesma proporção, pois acostumou-se a ela, e de certa forma o corpo adaptou-se a dor, por isso o sofrimento não é tão intensamente sentido neste caso quanto no primeiro.

Ocorre o mesmo na experiência purgatorial. Se uma pessoa (homem ou mulher) foi excessivamente dura e cruel durante a sua vida, se permaneceu indiferente quanto ao sentimento dos outros, se causou profunda dor em variadas ocasiões, verificamos que o seu sofrimento no purgatório será muito rigoroso, naturalmente intensificado pelo fato de que a experiência purgatorial é de menor duração do que a vida vivida na terra; mas a dor é intensificada proporcionalmente. Portanto, torna-se evidente que se a experiência fosse contínua, se a dor gerada por um ato fosse imediatamente seguida por outra, grande parte do sofrimento perder se ia para alma, pois não seria sentido em toda a sua intensidade. Por esse motivo, as experiências chegam de encomendas, com períodos de descanso para que sofrimento seguinte possa ser profundamente sentido.

Alguns podem achar que isso é cruel e que a dor infligida, ao utilizar-se desse artifício para intensificar o sofrimento, é desnecessária. Mas não é assim. Esse sofrimento resultará em um bem maior, pois a natureza ou Deus nunca busca desforra ou vingança, mas apenas almeja ensinar ao culpado a não mais ser vencido pelo erro. Por isso, ele deve espiar por todas as faltas cometidas. Isso irá ensiná-lo a respeitar, em uma vida futura, os sentimentos alheios e a ser misericordioso com todos. Portanto, é necessário que a dor seja altamente sentida para conservação da energia e para que a pessoa possa purificar-se e tornar-se melhor, o que não acontecerá se a dor fosse continua e o sofrimento correspondente amenizado.

PERGUNTA N.°1 do livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol II - Max Heindel, seção A VIDA APÓS A MORTE

09/01/2022

CURAR O ENFERMO

por Max Heindel 
Cristo deu a Seus discípulos dois mandamentos quando lhes disse: “Pregai o Evangelho e Curai o enfermo". Vimos, na lição do mês passado, como o ministério de um guia espiritual está estreitamente ligado à cura das doenças físicas, pois, anda que a imediata e aparente causa da enfermidade possa ser física, numa análise final, todas as doenças são devidas à transgressão das Leis de Deus, que chamamos geralmente de "Leis da Natureza" em nossos intentos materiais de eliminar o Divino. Bacon, com rara percepção espiritual, disse: "Deus e a Natureza diferem entre si como o sinete e a impressão”. Como o flexível lacre é moldado pelas linhas rígidas do sinete, assim também a Natureza se ajusta passivamente às leis imutáveis do seu divino Criador. Portanto, a saúde e a condição de livre-arbítrio são a regra nos reinos inferiores. Quando o estágio humano foi alcançado, quando a individualidade se desenvolveu e começamos a transgredir as Leis de Deus e, invariavelmente, esta transgressão leva ao sofrimento.

Existe um lado da Lua que nunca vemos, não obstante, sabemos que ele existe, e é precisamente esse lado oculto que é um fator importante para a formação das marés, como o é a parte visível da Lua que está mais próxima de nós. Também no homem existe um lado oculto que é tão ativo como o ser físico que contemplamos. As transgressões às leis divinas nos planos de ação mental e moral, são tão responsáveis pelos transtornos físicos, como o é o lado oculto da Lua na formação das marés.

Se o que antecede fosse compreendido, os médicos deixariam de ficar perplexos com o fato que enquanto uma certa dose de um determinado medicamento produz a cura em um caso, pode ser absolutamente ineficaz em outro. Um número crescente de médicos está acreditando que a Lei do Destino é um fator importante na manifestação das doenças e na demora de sua cura, não obstante não acreditarem na falácia de um destino inexorável. Reconhecem que Deus, por Sua vontade, não nos faz sofrer, nem tampouco pretende punir o transgressor. Reconhecem que a dor e o sofrimento são destinados a ensinar-nos lições que não aprenderíamos ou não poderíamos aprender por qualquer outro meio. As estrelas mostram o período mais propício para recebermos a lição, não obstante, nem mesmo Deus pode determinar o tempo exato, nem qual o sofrimento necessário; nós mesmos temos essa prerrogativa, pois somos divinos. Se avaliarmos as nossas transgressões e começarmos a obedecer às leis antes que a aflição estelar cesse, curar-nos-emos de nosso mal, seja ele mental, físico ou moral; mas, se persistirmos até ao final de uma aflição estelar sem termos aprendido a lição necessária, seremos forçados, mais tarde, a passar por uma configuração ainda mais adversa.

Por isso, afirmamos que um curador dotado de uma mente espiritual pode prestar, frequentemente, serviços eficazes e diminuir o período de sofrimento do paciente ao indicar-lhe a causa de sua aflição. No entanto, mesmo quando ele se sinta incapaz de sanar a doença, pode encorajar o paciente durante uma crise de inevitável sofrimento, dando-lhe esperanças de alívio para quando essa determinada hora passar. No meu atendimento aos doentes nestes últimos anos, tem sido frequente o meu privilégio de poder mostrar os sinais da Estrela da Esperança e, até onde eu me lembre, as minhas predições sobre as melhoras, em um prazo determinado, realizaram-se sempre e, algumas vezes, quase de maneira milagrosa, pois as estrelas são o Relógio do Destino e são sempre exatas.

Pelo que expusemos acima, podemos entender porque, sob o ponto de vista espiritual, devemos estudar astrologia. Na lição do próximo mês, espero expor algo mais definitivo quanto à Panaceia Espiritual.

Do livro CARTAS  AOS  ESTUDANTES (carta 06) de Max Heindel

ARTIGOS SOBRE SAÚDE E CURA:  aqui

06/01/2022

ECOS NATALINOS

AS LUNAÇÕES (LUA NOVA)PARA 2.022
POEMA
por Jonas Taucci (*)

Os Evangelhos não são meramente o relato biográfico de uma pessoa; são verdades cósmicas que revelam o caminho para o nascimento do Cristo-Interno em cada um de nós. Suas passagens, alguns personagens e situações, tipificam experiências anímicas que o aspirante rosacruz deve trilhar para seu amadurecimento espiritual.

O versículo acima – um dos poucos que retrata a infância de Jesus na Bíblia, deve ser aplicado ao aspirante rosacruz, e com o passar do tempo para toda a humanidade.

Quando o menino Jesus alcançou a idade adulta havendo desenvolvido fortaleza espiritual tal qual não igualada por nenhum outro homem, ele cedeu seus Corpos Denso e Vital para o Cristo (maior iniciado do Período Solar) iniciar sua Missão.
Analogamente, quando o aspirante rosacruz passar de sua infância (espiritual) para a fase adulta (também espiritual), seu Cristo-Interno irá manifestar-se atrevida e claramente, levando a cabo a tarefa, se não igual, semelhante à do Cristo Cósmico: amar e auxiliar seus irmãos.

O “crescer e fortalecer” mencionado na passagem acima, não se refere ao físico, mas sim ao Interno: trata-se do trabalho alquímico que devemos realizar, e sabedoria é o conhecimento aplicado aos necessitados.

Somos chispas divinas (e a Graça de Deus estava com ele), a divindade está em nosso interior; sejamos conscientes de que possuímos uma origem celestial, procedemos de Deus e a Ele retornaremos num longínquo dia, amadurecidos espiritualmente (parábola do Filho Pródigo).

O aspirante que realiza seu trabalho caladamente, em auxílio à humanidade, se dimensionará em sabedoria, então a Graça de Deus verdadeiramente estará sobre ele; a tal aspirante – através destes esforços e a instrumentalização da Graça, estará manifestando-se.

Jesus aguardou 30 anos para que Cristo fizesse uso de seus veículos; nosso Cristo-Interno aguarda nossos pensamentos, palavras e serviço aos semelhantes, para poder nascer.

Há quem diga haver escassez de informações sobre a infância de Jesus nos Evangelhos: um “véu” que encobre este período. Há um profundo significado:

Analogamente, a infância (espiritual) do aspirante rosacruz que se esforça por desenvolver seu Cristo-Interno, é um assunto estritamente privado; as experiências vivenciadas diferem de aspirante para aspirante e não devem ser reveladas. Sabe-se que a vaidade, egoísmo, orgulho e culto à personalidade, são enormes obstáculos que impedem a passagem da “infância” para a “maturidade”, cristicamente falando.
Nos encontramos ainda próximos do último Natal, excelente época para meditarmos sobre isso.

* Texto lido na quarta-feira, 06 de janeiro de 1.982, na Fraternidade Rosacruz de São Paulo, por ocasião da “Semana Max Heindel”, baseado na Lição Mensal do Estudante – dezembro de 1.977 de nossa Sede Mundial – Oceanside, intitulada “A preparação e o Cristo-Interno”.

Referida “Semana” foi durante décadas realizada nos meses de janeiro (falecimento) e julho (nascimento), com o objetivo de evocar GRATIDÃO ao fundador da Fraternidade Rosacruz, Max Heindel.

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Abaixo, as lunações (Lua Nova) que ocorrerão em 2.022, horário de Brasília.

Consultemos - mensalmente e com atenção - nosso tema Natal, vejamos em que Casa Zodiacal ocorrem estas Lunações - há uma tendência destas Casas serem ativadas.

Observemos também se estas Lunações fazem aspectos (conjunções, sextis, quadraturas, trígonos ou oposições) com algum planeta radical, Meio Céu, Cabeça/Cauda do Dragão, Roda da Fortuna ou Ascendente; agradeçamos a Deus por estas experiências, sejam quais forem, pedindo – fervorosamente - também aos Irmãos Maiores para que as possamos assimilar.
No ano de 2.022, haverá duas lunações (Lua Nova) no mês de abril.

Nosso Tema Natal (horóscopo) e seus aspectos são bênçãos divinas, nos trazendo EXPERIÊNCIAS E CRESCIMENTO ANÍMICO: os objetivos de nossos (re) nascimentos na Terra.

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TIRE UM TEMPO

Tire um tempo para pensar,
é a força do poder.

Tire um tempo para brincar,
é o segredo da juventude eterna.

Tire um tempo para ler,
é a fonte da juventude.

Tire um tempo para orar,
é a maior força da Terra.

Tire um tempo para amar e ser amado,
é um privilégio concedido por Deus.

Tire um tempo para ser amável,
esta é a verdadeira estrada para a felicidade.

Tire um tempo para rir,
essa é a música da alma.

Tire um tempo para doar,
o dia é muito curto para ser egoísta.

Tire um tempo para trabalhar,
esse é o preço do sucesso.

Poema de autor desconhecido publicado na Lição Mensal do Estudante - Sede Mundial – Oceanside, Maio de 1.965 – Os Sons e os Éteres Parte V – A Lira de Apolo e a Música das Esferas

SEIS DE JANEIRO

 Max Heindel  (23/07/1865  -  06/01/1919)

Hoje, seis de janeiro, os estudantes da Fraternidade Rosacruz rememoram dois expressivos acontecimentos: O Dia de Reis e o aniversário do desenlace físico de Max Heindel.

Os Magos viram a Estrela brilhar e ofereceram ouro (símbolo do Espírito), mirra (símbolo da Alma) e incenso (símbolo do Corpo).

Como precursor, também Max Heindel viu a estrela, como ele bem disse: a estrela fixa que permite ao homem moderno qual navegante, demandar o NORTE, firme no leme de seu domínio próprio, convicto e constante em seu propósito de evoluir mais depressa, vencendo todos os ventos e tempestades de sua natureza inferior.

Assim como os Magos e no anseio amoroso de orientar os homens para um futuro melhor, seguiu a referida estrela e ofertou-se inteiramente (em corpo, alma e espírito) à causa rosacruz. Nossa singela lembrança de gratidão. Feliz Dia de Reis e um Abençoado 2022.

Mais sobre Max Heindel: (aqui)