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08/04/2023

DEEM-SE AS MÃOS

Uma Atitude que Favorece a Paz e a Cura

DEEM-SE AS MÃOS

💛 A mão do jovem busca a mão do velho e ambas se apertam
movidas pelas mãos eternas de Cristo.

💛 A mão negra busca a mão branca e ambas se apertam 
movidas pelas mãos universais de Cristo.

💛 A mão fraca busca a mão firme e ambas se apertam 
movidas pelas mãos poderosas de Cristo.

💛 A mão do enfermo busca a mão do médico e ambas se apertam 
movidas pelas mãos sanadoras de Cristo

💛 A mão do trabalhador busca a mão do líder e ambas se apertam
movidas pelas mãos realizadoras de Cristo.

💛 A mão da sabedoria busca a mão da ignorância e ambas se apertam 
movidas pelas mãos iluminadoras de Cristo.

💛 A mão do altruísmo busca a mão do egoísmo e ambas se apertam 
movidas pelas mãos amorosas de Cristo.

💛 A mão do pecado busca a mão da graça e ambas se apertam
movidas pelas mãos perdoantes de Cristo.

💛 A mão da vida busca a mão da morte e ambas se apertam
movidas pelas mãos da ressurreição de Cristo.

ENFIM.....
Somente as mãos fechadas não procuram....
Somente as mãos fechadas não se dão...
E mesmo assim, eternamente abertas, 
As mãos de Cristo esperam, para uni-las!

publicado na revista Serviço Rosacruz de maio de 1973- autor desconhecido

31/10/2021

SOMOS ETERNOS

 

Numa nuvem tormentosa sibilando; na asa de Zéfiro,
O coro do espírito canta os hinos sacros do mundo, alegremente
Escuta! Ouve suas vozes: "Pelas portas da morte nós passamos,
a Morte não existe; alegrai-vos a vida continua eternamente".

Somos, sempre fomos e sempre o seremos
Somos uma parte da Eternidade,
Mais velha que a Criação, a parte de Um Grande Todo,
Cada Alma é Individual, na sua imortalidade.

No tear farfalhante do Tempo, nossa roupagem formamos,
A rede do Pensamento urdidos eternamente;
O que é modelada na Terra, é no céu que planejamos
E ao nascer, nossa raça e nossa pátria, já as trazemos na mente.

Brilhamos em uma joia e sobre a onda dançamos.
Cintilamos em pleno fogo, a tumba desafiamos
através de formas várias em tamanho, gênero e nome
A essência individual é a mesma, é a que sempre carregamos.

E quando alcançarmos o mais elevado grau,
A gradação do crescer com nossas mentes relembraremos
Para que, elo por elo, possamos juntá-los todos
E passo a passo tragar o caminho que percorremos.

Com o tempo saberemos, o que realmente foi feito
O que eleva e enobrece, o certo e a verdade
Sem malicia com ninguém, sempre agindo com bondade,
Em e através de nós, a Deus será feita a Vontade.

 poema de Max Heindel presente em: UM PROBLEMA PARA A VIDA E A SUA SOLUÇÃO – Cap. II do livro “OS MISTÉRIOS ROSACRUZES" - (veja aqui)


21/09/2021

Com a Primavera

 
Com a Primavera (no Hemisfério Sul) começam a florescer - e nos mostrar vislumbres dos frutos - as sementes que nos meses anteriores plantamos nos vários planos que atuamos, como nos diz os Ensinamentos de Max Heindel no Ritual do Serviço do Equinócio de Setembro) Primavera no Hemisfério Sul):

“A mesma força germinadora que ativa a semente na terra e a prepara para produzir sua espécie em múltiplo, agita também a mente humana e promove as atividades altruístas que fazem o mundo melhor. ”

Conheça o Ritual do Serviço do Equinócio de Setembro (Primavera no Hemisfério sul) Veja Aqui

03/08/2021

A Arte de Conhecer

 "ADEUS A SÃO PEDRO E SÃO PAULO"

obra de François Perrier (dois apóstolos são separados para serem conduzidos à sua execução)Fonte: Banco de Imagens - Alamy


Estas palavras foram escritas aos Coríntios por Saulo de Tarso, mais conhecido por seu nome romano de Paulo, o Apóstolo. Em seu sentido espiritual, tais palavras têm alto significado. Paulo bem o pode fazer mercê do elevado padrão cultural que possuía como estudante de Gamaliel; era um cidadão romano sofisticado e discípulo da cultura greco-hebráica. Sua íntima associação com Pedro foi o inicio do desenvolvimento da religião Cristã como um ensinamento, uma teologia, uma fé. Poderíamos dizer que Pedro foi historiador que narrou as ações do Cristo, enquanto que Paulo foi o organizador daqueles que acreditavam no que Pedro ensinava. Pode-se dizer que a comunidade cristã teve seu começo no ponto de confluência dos mundos oriental e ocidental, os Judeus e os Gentios.

Este encontro e esta mescla de culturas foram, em grande parte, trabalho de Paulo. Foi Pedro quem disseminou os Ensinamentos de Cristo, mas foi Paulo quem procurou explicá-los. Crê-se que Pedro foi martirizado no reinado de Nero enquanto que a tradição diz que Paulo foi decapitado em Roma e que ambos os eventos ocorreram cerca do ano 65 D.C. Assim, os primeiros seguidores do Cristo deram sua vida, como o fez seu Mestre para que outros pudessem ter vida mais abundante.

A arte pode ser definida como a adaptação de meios para se conseguir um fim. Aqui é aplicada como o maravilhoso conhecimento da realização de Deus no interior do indivíduo. É realmente verdade que se nos conhecemos, conheceremos a Deus; daí o valor do aforismo: “Homem, conhece a ti mesmo”. Neste sentido a arte é uma ciência e é tão elevadora em sua influência, como a religião. Portanto, temos a religião, a arte e a ciência numa trindade educacional do ser humano. Vivendo neste mundo e sendo governado pelas leis da natureza, se nós a conhecermos, podemos com elas cooperar inteligentemente, usando-as como valiosos serviçais.

Sendo a natureza o símbolo visível do invisível Deus, podemos utilizar as vantagens oferecidas, crescendo, por seu intermédio em força e poder da escravidão ao domínio. O saber não é atingido sem esforço e sem convicção de que somos feitos à imagem de Deus; tudo está latente em nós, aguardando o desenvolvimento pelos métodos apropriados. Adquirimos o saber na proporção exata ao esforço que despendermos para adquiri-lo.

Há duas classes de saber; o exotérico e o esotérico; o que é visto e o que não é visto. Em ambos, contudo, o supremo motivo para sua pesquisa deve ser um desejo ardente de BENEFICIAR a HUMANIDADE, desprezando a si mesmo para TRABALHAR PARA OUTROS. Este é o “saber artístico” que faz nascer o mais valioso de todo saber, isto é, a SABEDORIA, uma combinação de cabeça e coração. Devemos primeiro procurar compreender o conhecimento interior antes de podermos aspirar com sucesso ao conhecimento superior. Intentar conhecer os mundos invisíveis e os veículos sutis, tendo pouco conhecimento dos veículos com os quais trabalhamos diariamente e do ambiente em que vivemos, é rematada tolice.

É por isso que para nós é essencial a construção de UM CORPO SÃO. Subamos a escada com segurança, degrau a degrau, não tentando um novo passo enquanto não estivermos perfeitamente seguros e equilibrados no lugar em que nos encontramos. A maioria dos nossos fracassos na vida provém de tentarmos obter as coisas antes de estarmos preparados para elas, “avançando o sinal”, por assim dizer, pois estamos numa época de impaciência e não podemos nem sabemos esperar. Tais nascimentos prematuros, sendo contrários à natureza, produzem penas, sofrimentos e tristezas.

Devemos também lembrar-nos que o conhecimento traz consigo a RESPONSABILIDADE, pois “a quem muito é dado, muito será EXIGIDO”. Se persistirmos em usar nosso conhecimento egoisticamente, nossa magia se transforma de branca em cinzenta e depois em negra; e por fim nos será retirada, a menos que nos arrependamos enquanto é tempo.

O saber pode ser definido como conhecimento prático, dependendo, portanto da capacidade mental do individuo, que é um produto da mente. A mente foi dada ao homem na época Atlante para que ele tivesse propósito para agir e na Época Ariana, foram desenvolvidos o pensamento e a razão pelo trabalho do Ego através da mente para conduzir os Desejos por caminhos que o levassem à obtenção da perfeição espiritual, meta da evolução.
Esta faculdade de pensar e de formar ideias obteve-a o ser humano a expensas do controle sobre as forças vitais, isto é, as forças da natureza. Nós, como Egos, agimos diretamente na substância sutil da Região do Pensamento Abstrato, que temos especializada dentro da periferia de nossa aura individual. Daí, vemos as impressões causadas pelo mundo exterior sobre o Corpo Vital por meio dos sentidos, juntamente com os sentimentos e emoções gerados por essas impressões no Corpo de Desejos e REFLETIDAS NA MENTE. Dessas imagens mentais formamos nossas conclusões na substância da Região do Pensamento Abstrato. Tais conclusões são as IDÉIAS. Pelo poder da vontade projetamos a idéia através da mente, onde ela toma forma concreta como PENSAMENTO-FORMA atraindo em torno de si substância mental da Região do Pensamento Concreto. Pela atividade desses pensamentos-forma nós adquirimos o que designamos por CONHECIMENTO.

O Espírito, por meio da parte sexual ou ENERGIA CRIADORA dirigida “para dentro”, construiu o cérebro para acumular CONHECIMENTO do Mundo Físico. Essa força é a que ainda hoje, constrói e alimenta o cérebro. A força que é exteriorizada com o propósito de criar outro ser chama-se AMOR. O ser humano exterioriza somente parte do seu Amor; o resto ele conserva egoisticamente para construir seus órgãos de expressão internos para aperfeiçoar-se. Com parte do seu poder anímico criador ele, egoisticamente, ama outro ser porque deseja sua cooperação na propagação. A outra parte do seu poder anímico criador ele utiliza para pensar, porque DESEJA CONHECIMENTOS.

Atualmente a mente pode apenas modelar essas imagens, pois está no grau de evolução “mineral”; criar VIDA está fora do poder do ser humano até que sua própria mente torne-se VIVA. No Período de Júpiter a mente humana será vivificada em certa extensão e então o ser humano poderá imaginar formas que VIVAM e cresçam como as plantas. No Período de Vênus, quando a mente humana tenha adquirido SENTIMENTO, o ser humano poderá criar coisas vivas que cresçam e “sintam”.

Finalmente a perfeição humana será atingida no final do Período de Vulcano e o homem poderá “imaginar”, trazendo a “existência” criaturas que vivam, sintam e pensem. O ser humano terá adquirido completo PODER ANIMICO e MENTE CRIADORA como fruto de sua peregrinação pela matéria. Avançou da impotência e Onipotência, da ignorância à Onisciência.

Logo, a arte de conhecer é o aformoseamento da mente, à medida que o ser humano transmuta o corpo em alma e a alma em espírito. Este ano já passamos pelas criações do Espírito Humano (Jeová) por meio de Áries; pelas criações do Espírito de Vida (Cristo) por meio de Touro e pelas criações do Espírito Divino (o Pai) por meio de Gêmeos; assim o corpo, a alma e o espírito são, respectivamente, criados. É essencial que o Princípio Paterno aja pelo Princípio Jeovístico, ou seja, pelo Confortador que agora está conosco. Agora é, portanto, a ocasião em que a mente em evolução deve receber maior consideração, o que bem pode ser feito pela prática de pensar nos outros e para os outros. A Ordem do dia é: “trabalhar para que a mente egoísta se torne altruísta em suas atividades”. Tendo a mente surgido do poder criador da força sexual transmutada em poder anímico pelo AMOR, isto torna-se na chave mágica pela qual a mente pode evoluir. O amor foi à grande dádiva que nos fez Cristo, o Espírito da Vida, o qual, por seu poder produz a alma intelectual, resultado do CONHECIMENTO adquirido por intermédio do Corpo Vital que é a base por onde o Aspirante principia. Logo, a Arte de Conhecer oportunamente nos elevará com o Cristo até o Pai nesta parte especial do ano. “Apenas uma coisa o mundo necessita saber. Apenas um bálsamo existe para as dores humanas, apenas um caminho conduz aos céus: SIMPATIA E AMOR”.

“O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar”. (João 10:17)

 Publicado na revista: SERVIÇO ROSACRUZ – jun/60

15/11/2020

A Sonoridade da Fraternidade Rosacruz

FRATERNIDADE ROSACRUZ – CENTRO DE SANTO ANDRÉ - Março de 1.988. Palestra ministrada (e musicalmente ilustrada) pela probacionista, palestrante, e professora de música Maria Lázara Franzini:“A Relação Música/Deus Solar”. (Foto do probacionista Cristovão Martins.)


por Jonas Taucci

A música ocupa uma posição importantíssima dentro dos ENSINAMENTOS DA SABEDORIA OCIDENTAL; Art Taylor em “A Escala Musical e o Esquema de Evolução”, nos dá uma magnifica explicação sobre isso.

 

Importantíssimo ressaltar que nos oficiamentos dos Rituais, a música está presente (Hinos de Abertura, Encerramento e signo astrológico do mês em vigência), e acertadamente alguns Centros Rosacruzes incluem no Ritual de Cura, a Canção do Serviço da Rosa Branca”, num perfeito sincronismo com os dizeres do referido Ritual: “A Rosa Branca e pura é o símbolo do coração do Auxiliar Invisíveis”.

 

As músicas contidas em Songs of Light”, de nossa Sede Mundial (Oceanside), fortalecem a egrégora dos Centros Rosacruzes, principalmente se forem tocadas e cantadas ao vivo pelos presentes.

 

Max Heindel cita três vertentes das artes (arquitetura, pintura e música), como sendo formas de espiritualizar nossos corpos (Denso, Vital, Desejos e Mente), informando que facilmente (e fisicamente) podemos - com nossas mãos - segurar uma obra arquitetônica e uma tela ou quadro de pintura, contudo, ser impossível fazer isso com os sons musicais.

 

Talvez por isso, a Lição Mensal para os Estudantes, (Oceanside), maio de 1.958, tenha este curioso título, e numa tradução livre, cito algumas de suas passagens nestas semanas que antecedem o Natal; data tão significativa para toda a humanidade, e sempre relacionada com a música.



TRECHOS DE “A MÚSICA:ARTE ILUSÓRIA


*Quando os Senhores das Chamas implantaram o germe que mais tarde converte-se em nosso presente Corpo Denso, eles também nos deram a capacidade para desenvolver os ouvidos.

 

*Ouvindo os sons da natureza (vento, chuvas, trovões ondas do mar etc.), entramos em contato com a nota chave de nosso planeta Terra.

 

*Estamos em dívida com os Senhores de Vênus pelas muitas alegrias encontradas em nossas existências na Terra; deles recebemos todas as manifestações das artes, das quais a música é a que mais nos influencia.

 

*A música nos inspira com o transcendental amor de Deus, a fonte e meta de todo este belo mundo em que vivemos.

 

*Sobre o tom, John Gardiner Brainerd (poeta americano que viveu entre 1.795 a 1.828, nota do tradutor), nos deixa esta pérola:

 

“Deus é seu autor, não o homem,

Ele provê a nota chave de todas as harmonias,

Deus edificou todas as perfeitas combinações,

E Ele nos fez de modo que pudéssemos ouvi-las e as compreenderem”

 

*A música possui maior influência em nosso desenvolvimento e crescimento de nosso SER, que quaisquer outras manifestações artísticas.

 

*Ela toca nossos corações como nenhum outro fator pode realizar, pois está conectada com nossos veículos superiores.

 

*Durante o período em que estamos vivendo nesta Terra, encontramo-nos exilados de nosso Lar Celestial; então nos chega da música uma fragrância de inexplicáveis memórias. O eco de um local onde a paz e alegria exista de uma forma plena.

 

*Ao apreciarmos as grandes obras musicais, sejamos sabedores que elas nos chegam das Regiões Superiores.

 

*A música é a linguagem universal.



Lembro-me que diversos palestrantes de Centros Rosacruzes do Brasil, a décadas passadas, incentivavam seus membros e ouvirem – durante as semanas que antecedem o Natal – músicas alusivas a esta data em seus lares.

 

Recentemente (dezembro de 2.018), compareci a um Concerto Natalino no maravilhoso Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde sua Orquestra Sinfônica, sob regência do maestro Claudio Cruz apresentou diversas músicas relacionadas ao Natal. Fatto per la notte di Natale, composição do italiano Arcangello Corelli 1653-1713, iniciou o concerto, e o final contou com Noite Feliz.


Foto (detalhe) do prospecto distribuído no Theatro Municipal do Rio de Janeiro


Ao término do concerto, o maestro dirigiu-se ao público e disse:

 

- “Que estas sonoridades do Natal, possam acompanhar-nos durante todo os dias do Ano Novo; imbuídos do desejo de sermos úteis, na prática, aos nossos semelhantes”.

 

Isto são Ensinamentos Rosacruzes...


SUGESTÕES PARA LER E OUVIR:

O Mistério das Grandes Óperas (Max Heindel). (veja aqui)

A Escala Musical e o Esquema de e Evolução (Art Taylor). (baixe em PDF aqui)

Uma Nova História da Música, do autor austríaco radicado no Brasil, Otto Maria Carpeaux (1.900-1.978).

Sobre os Hinos da Fraternidade (veja aqui)

Ouça a Canção do Serviço da Rosa Branca (vídeo)



25/10/2020

O Dia em que a Fraternidade Rosacruz foi ao Cinema

Jonas Taucci 

Criada por volta de 1.895, a indústria cinematográfica leva entretenimento a milhões de pessoas em todo o mundo.

 

Contudo, apenas uma minoria consegue captar em certos atores e personagens, determinados arquétipos ou simbolismos transmitidos a aqueles que possuem aptidão para isso.

 

Aqui, alguns exemplos:

 

- Lon Chaney (1.883-1.930) – Filho de pais surdos, este ator notabilizou-se por criar uma técnica própria de maquiagem e de atuar em filmes onde seus personagens possuem deficiências físicas; um bom exemplo é “O corcunda de Notre Dame” (baseada na obra literária “Notre Dame de Paris” de Victor Hugo), de 1.923, onde a compaixão para com nossos semelhantes é transmitida.

 

- Bing Crosby (1.903-1.977) – Além de (ótimo) ator de cinema era (excelente) cantor; Na sua voz, a canção “White Christmas” foi ouvida – segundo estatísticas – por mais de dois bilhões de pessoas durante gerações. Astrologicamente com o ascendente em Libra e signo solar Tauro, Crosby, vivenciou o canto. Possuía ainda Vênus no signo de Gemini (comunicação através das expressões artísticas). Suas atuações em filmes, personifica sublimações/regenerações da inveja em amor ao semelhante.     

 

- Clark Gable (1.901-1.960) –Possuía Vênus (amor), Júpiter (benevolência) e Saturno (responsabilidade) em Capricórnio; arquétipos de personagens que interpretou em vários de seus mais de 60 filmes.

 

Em nossos dias – e desde algumas décadas – inúmeros filmes cinematográficos abordam temas como; vida após a morte, Leis do Renascimento e Causa/Efeito, clarividência, astrologia etc. sendo que vários atores (as) – em suas vidas pessoais – declaradamente dizem serem vegetarianos.

 

Elmam Bacher (Estudos de Astrologia), nos informa que certos atores não são – de forma alguma – meros entretenimentos cinematográficos, e cita os atores acima.  (Volume VII, capítulo II, Filmes Cinematográficos).

 

José Gonçalves Siqueira, probacionista da Fraternidade Rosacruz, disse certa vez, a anos, que no decorrer das décadas vindouras, iriamos ver os Ensinamentos Rosacruzes nitidamente em vários segmentos e departamentos da vida, sem necessariamente estarem sendo classificados como tal.

 

Com lançamento em dezembro de 1.940, e produção dos estúdios Disney, o filme (uma animação onde músicas eruditas e ações são conjugadas) “Fantasia”, é visto até os dias de hoje. Nele podemos observar determinadas músicas/cenas, em nítida afinidade com os ENSINAMENTOS DA SABEDORIA OCIDENTAL:

 

- Tocata e Fuga em Ré Menor (Johann Sebastian Bach, 1685-1750). A relação som/forma.

A) “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus” (Evangelho de João, 01:01).

B) “...como acontece com os esporos ou a areia que formam figuras geométricas à vibração e um arco de violino sobre um prato de bronze” (Max Heindel em Ensinamentos de um iniciado, capítulo XXII, Nosso Trabalho no Mundo).

 

- O Aprendiz de Feiticeiro (Paul Dukas, 1865-1935). O despreparado neófito incursionando no Mundo de Desejos. (Max Heindel em Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I / pergunta #187).

 

- Sagração da Primavera (Igor Stravinsky, 1882-1971). - Conceito Rosacruz do Cosmos (Max Heindel).  Capítulo XII / Evolução da Terra, Época Hiperbórea.

 

Sinfonia nº 6, Pastoral (Ludwig Van Beethoven, 1770-1827). A muito utilizada frase utilizada pela Fraternidade Rosacruz: A natureza sendo o símbolo visível de Deus.

 

- Valsa das Flores, da Suíte Quebra Nozes, (Piotr Ilitch Tchaikovski, 1840-1893). Ritual Rosacruz de Junho; “...os pequenos Espíritos da Natureza que representam tão importante papel no serviço do mundo...esses pequenos servidores reúnem-se para o Festival das Fadas...”.

 

- Uma Noite no Monte Calvo (Modest Mussorgsky, 1839-1881). O Eu-Inferior.

 

- Ave Maria (Franz Schubert, 1797-1828). O Eu-Superior.

 

O (gigantesco e não mais existente) cine Tangará, na cidade de Santo André – SP – Brasil, possuía capacidade de 3.100 pessoas por sessão, sendo que em filmes famosos, exibiam-se três sessões diárias.

 

Foi o que ocorreu naquele domingo, dezembro de 1.980, quando seu cartaz anunciava Fantasia” de Walt Disney.

 

Irmãos da Fraternidade Rosacruz – Centro de Santo André, revezaram-se nos horários de início das três sessões, distribuindo folhetos com informações sobre suas atividades, cursos, livros, palestras etc. e revistas Serviço Rosacruz, do Centro de São Paulo.

 

Perfez-se dessa forma uma divulgação muito grande dos ENSINAMENTOS DA SABEDORIA OCIDENTAL, que resultou numa enorme procura aos Centros de Santo André e São Paulo, de pessoas interessadas.


Desnecessário dizer que na última sessão, e com ingressos antecipadamente adquiridos, grande parte dos membros do Centro Rosacruz de Santo André assistiram ou (reviram) esta magnifica produção cinematográfica. A amizade rosacruciana era vivenciada também fora da Fraternidade Rosacruz; sábados à tarde ou feriados eram preenchidos com chás com bolo nas casas de seus vários membros, num autêntico rodízio de amizade cordial, sincera e fiel. O companheirismo era exercitado sobremaneira (e no trocadilho, com sobremesa).

 

A amizade rosacruciana não era restrita apenas as atividades presenciais dentro dos Centros Rosacruzes. 


Apesar desta divulgação ser – até onde tenho conhecimento – única em termos de cinema e com grande alcance à época, sabemos que ao membro da Fraternidade Rosacruz cabe uma responsabilidade enorme: vivenciar aquilo que aprende e divulga, caso contrário estaríamos praticando a hipocrisia e perdendo rumo no que tange ao nascimento de nosso Cristo Interno.

 

Vinda da Alemanha para o Brasil - início dos anos 50 - Sofia Schrah, ingressou na Fraternidade Rosacruz, onde se tornou probacionista, dedicando longos anos de trabalho ao Centro Rosacruz de Santo André.

 

Lembro-me que, em certa palestra sobre o famoso axioma hermético “Homem conhece a ti mesmo” (Templo de Apolo, em Delfos, Grécia), esta irmã disse:

Se quiseres te conhecer, observa com - muitíssima - atenção tuas práticas diárias com relação aos semelhantes, e de forma alguma com aquilo que acumulastes em termos de conhecimentos. Desta forma te conheceras...“

Método infalível!

 

OBSERVAÇÃO:

Dos anos 50 à meados dos 70, as LIÇÃO MENSAL PARA OS ESTUDANTES, de nossa Sede Mundial (Oceanside), era em formato de livreto (acima), não havendo tradução para o português, e um mesmo assunto sendo tratado vários meses. Muitas destas Lições, foram utilizadas em palestra nos Centros de Santo André e São Paulo, sendo também publicadas na revista Serviço Rosacruz.

 

SUGESTÕES:

- A Preparação do Ator e também A Construção do Personagem (ambos de Constantin Stanislavski).

- História do Cinema Mundial (Fernando Mascarello).

- Filmes do chamadoexpressionismo cinematográfico alemão (décadas de 10 a 30 do século passado), diretores Fritz Lang, Friedrich Murnau, Robert Wiene, Paul Lani, entre outros. 

- O exercício de retrospecção (íntimo de cada um de nós).

20/09/2020

Miguel Ângelo Buonarroti, O Filho da Luz

                              

por Delmar Domingos de Carvalho


... quando visitamos a Itália os objetivos eram essencialmente obter dados sobre os rosacrucianos desde Dante, a S. Francisco de Assis, Santo António, Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, entre outros.

 

Um dos locais que mais ansiávamos analisar e contemplar era a Capela Sixtina. Só que para analisar esta obra tão grandiosa seria necessário muitos meses...mas deu para tomarmos notas valiosas.

 

Ressaltam logo duas: os painéis centrais são 27; juntando os laterais dá o número 33; ambos encerram o nº 9, esse número cabalístico ligado à Humanidade, desde os eleitos 144 000, até às 9 Iniciações Menores. E isto leva-nos até ao poeta rosacruciano, Dante, que muito influenciou este Filho da Luz, o qual em sua obra, ” A Divina Comédia”, usa este número, com a divisão em 33 cantos, ou seja, 3x 3= 9, por sinal a idade com que Jesus Cristo nasceu para o santo etéreo monte, também igual à Latitude da Sede Mundial da Fraternidade Rosacruz, etc.

 

Por outro lado, sabe-se que as medidas desta Capela são iguais às do Templo de Salomão o que ainda mais a liga à Humanidade e ao plano cósmico.

 

Entre as figuras que Miguel Ângelo pintou, neste teto, eis que na que podemos dar-lhe o nº 25=7, está a famosa Sibila Délfica. Este retrato tem sido alvo de muitas fotos, de muitas impressões, de análises: mas há um pormenor pouco focado que está no seu pé esquerdo: surgem 6 dedos, tal como fez Rafael em dois quadros: no Casamento Místico dos altos Iniciados José e Maria em que S. José tem seis dedos também no mesmo pé, como nos relata Max Heindel na obra Iniciação Antiga e Moderna (ver página 69 da edição da F.R. de Portugal, 1999). Em Delfos houve o culto a Apolo, o Sol, o Deus da Luz, e as Sibilas deste antigo santuário tinham poderes proféticos. Note-se ainda que o quadro nº 9 foca Noé embriagado, numa ligação esotérica profunda e o que representa o seu sacrifício está no nº 7; por sua vez, o dilúvio universal, no nº 8. Ficamos por aqui e vamos até à sua escultura “ A Pietá” de Santa Maria del Fiore em Florença.



Cada qual tem a sua interpretação desta enigmática obra. Tudo leva a crer que Miguel Ângelo se representa a si mesmo ou como sendo Nicodemos ou José de Arimatéia, segundo várias opiniões. Para nós surge-nos como uma mistura destas duas personagens carregadas de rico simbolismo esotérico; ele é Nicodemos, em grego, “ o conquistador do povo”; que revela grande coragem na defesa de Cristo contra a Sua condenação (João 7-50-52) e que ajuda José de Arimatéia na colocação do corpo de Jesus no sepulcro. Ora este foi quem recolheu o sangue de Jesus Cristo no cálix, o Cálix do Santo Graal, cuja simbologia está intimamente ligada com o Amor Puro dos Cavaleiros do Graal, Ordem Iniciática da Idade-Média, à qual esteve ligado Jesus. O mesmo sucedeu com a Ordem dos Cavaleiros da Távola Redonda, do enigmático Rei Artur. Em ambos, surge o símbolo da Rosa e da Cruz.

 

Na realidade este Filho da Luz e do Fogo soube levar pesada cruz tendo como Ideal o verdadeiro e Único Cristo que veio para todas as religiões e para todos os povos; quão grande terá sido a sua dor incluindo a vida não lhe ter permitido dar o seu profundo amor de Vênus na dinâmica positiva, sublimando-o totalmente no de Urano, platônico, à sua amada, a marquesa Vottoria Calonna, mulher progressista, em cuja casa reunia pessoas de elevado nível cultural e espiritual, incluindo o português Francisco de Holanda que viria a escrever algo sobre este gênio imortal. Quantas discussões sobre vários temas transcendentais não terão sido realizadas em sua casa? Temas que a inquisição jamais poderia autorizar, antes tudo queimaria, como as obras dos rosacrucianos Picco del  Mirandola, ou de Marsílio Ficino, defensores da lei do renascimento, estas já conhecidas de Miguel Ângelo em casa de Lourenço , o Magnífico.

 

E porquê a célebre estátua de Moisés que contemplamos como uma criança…e nos lembramos da famosa frase: “ Fala Moisés”, pois porquê Miguel lhe colocou dois chifres no cimo da cabeça? Simboliza dois raios de Luz, defendem uns; mas não será muito mais? Quem iniciou e divulgou a doutrina do Cordeiro, uma Nova Religião, sendo o precursor de Jesus Cristo? Não foi Moisés? Com este profeta eis a Idade de Áries, o fim do culto a Taurus e ao mesmo tempo a abertura ao caminho Iniciático, onde as duas glândulas, epífise e hipófise se podem unir criando o caminho para o canal da Luz do clarividente voluntário.


Enfim, resta-nos focar um pouco da sua poesia, tão unida à de Dante, com uma concepção cosmológica do “ non finito” que se espelha em todas as suas obras.


03/06/2020

Ludwig Van Beethoven (1770-2020) Comemorações dos 250 anos

por Delmar Domingos de Carvalho

Quando à noite contemplo extasiado os céus a enorme quantidade de astros que permanentemente bailam em suas órbitas, os chamados sóis e terras, o meu espírito voa para além dessas estrelas distantes, atá à Fonte Primordial, que deu origem a todas as formas e que há-de criar tudo o que será criado.
Beethoven

Beethoven é um dos maiores génios da Humanidade, senão o maior.

Quem como ele foi capaz de subir até à Harpa Celestial, fazendo-a descer até aos corações dos seres humanos?

A Música é a arte suprema, o Som Criador Divino que nos dá paz, alegria, esperança, amor, liberdade.   
    
Quem como Beethoven criou composições geniais, verdadeiros hinos de fraternidade, de liberdade, de harmonia que nos eleva à nossa verdadeira pátria, que nos liberta dos elos que nos escravizam a este mundo cheio de ilusões?

Quem como ele sofreu numerosas amarguras, ingratidões, subindo nas asas do perdão, da música até Deus que muito amava.

A sua surdez física deu-lhe provas muito dolorosas, todavia, será que  como Iniciado Rosacruz não possuía capacidades superiores auditivas? John Russel teve a oportunidade de o ouvir tocar no seu piano, concluindo que entre Beethoven e o piano havia uma íntima união, uma estreita audição, estranha, que levava a que os sons se reflectiam em seu rosto, a sua alma estava muito acima deste mundo físico.

Quando lemos o seu pensamento que serviu de introdução, concluímos que tinha poderes espirituais, que o elevavam muito acima do comum dos mortais. Ele era um filósofo cosmocrata, rosacruciano.

Um dia passeava com a minha querida esposa numa zona verde, em Viena, capital da Música, onde viveu, quando nos surge um “grandioso” monumento em sua honra.

Parámos.

Monumento á Beethoven ( foto do autor do artigo)
Começámos por admirar todo o conjunto, depois acercámo-nos, investigámos cada estatueta que tinha sido esculpida na sua base. Eram nove, alegorias das nove sinfonias. Absorvidos nesta obra maravilhosa, estávamos esquecendo de almoçar!

Uma delas era um cisne. Esta alvinitente ave, símbolo do Iniciado, capaz de voar até às alturas como de mergulhar nas águas, indicava o seu nível evolutivo.

Monumento á Beethoven ( detalhe )
Como sabemos a Nona Sinfonia é o Hino da União Europeia. Foi uma escolha perfeita, falta seguir os elevados ideais contidos nessa obra magistral.

Muito mais havia que falar sobre o seu legado incomensurável, temos de terminar, com as sábias palavras doutro génio rosacruz, o último enciclopedista, Goethe:

“Nunca conheci um artista que tivesse uma tão profunda concentração espiritual aliada a uma enorme grandeza de coração. Por isso, entendo, perfeitamente, que lhe seja dificílimo adaptar-se a este Mundo e às suas convenções.”


Nota de Rosacruz e Devoção: Abaixo parte III e IV da Nona Sinfonia de Beethoven com llegenda em português


20/05/2018

O SERVO NA CASA

Foto de uma das cenas da peça – fonte Wikipedia

O SERVO ((ou O SERVENTE)) NA CASA de Charles Rann Kennedy
Baixe aqui em PDF - Veja antes nota abaixo

Peça de teatro citada por Max Heindel no capítulo III de seu livro MAÇONARIA E CATOLICISMO conforme texto abaixo reproduzido:

“...Mas, quando a fé floresce em obras, alcançamos o mais elevado ideal de expressão. A humanidade pode e admira os sentimentos elevados e a oratória brilhante; mas quando Lincoln rompe as correntes de uma raça escravizada, ou quando um Lutero se rebela em nome dos espíritos agrilhoados da humanidade, garantindo-lhes liberdade religiosa, a ação externa desses emancipadores revela uma beleza de alma que não é vista naqueles que só sonham e que receiam sujar as mãos em um trabalho real no templo da humanidade. Os últimos não são os verdadeiros construtores do templo, e seriam incapazes de se inspirar no maravilhoso templo descrito por Manson no livro "O Servente da Casa". O autor chama o personagem de "Man-son"; isto pode significar que ele o considera Filho do Homem (Son of Man), mas pode ser também que ele quis dizer "Mason", pois o Servente na Casa era, ao mesmo tempo, um construtor do templo. É maravilhosa a visão interior que o autor da peça deve ter tido quando planejou a cena em que o servo, o operário enamorado de sua obra, fala ao clérigo mundano, que é leviano e tão inexpressivo quanto um sepulcro caiado, do templo que ele, operário, construiu. Esta concepção é uma gema mística e preciosa que anexamos para a meditação do leitor:

"Receio que você não considere este templo de grande importância. Ele deve ser visto de certo modo e sob determinadas condições. Algumas pessoas nunca o vêem na sua totalidade. Compreenda que ele não é um monte de pedras mortas e vigas insignificantes, mas É UMA COISA VIVA".

"Quando você entra nele, ouve um som - um som como o de um vigoroso poema cantado. Procure escutar bem, e poderá perceber que esse som é o palpitar de corações humanos, é a inexprimível música das almas dos homens, isto é, se você tem ouvidos para ouvir. Se você tem olhos, verá agora o próprio templo, um enorme mistério de muitas formas e imagens, projetando-se verticalmente do solo à cúpula, OBRA DE EXTRAORDINÁRIO CONSTRUTOR".

"Suas colunas levantam-se como vigorosos troncos de heróis; a delicada carne de homens e mulheres é modelada em torno de seus fortes e inexpugnáveis baluartes. Em cada pedra fundamental, rostos sorridentes de crianças; seus espantosos vãos e arcos são as mãos unidas dos companheiros e, em cima, nas alturas e espaços, acham-se inscritos as inumeráveis meditações de todos os idealistas do mundo".

"Ele se acha ainda em construção e a construção continua. Às vezes, a obra segue sob escuridão profunda, outras vezes, sob luz ofuscante; ora, sob o peso de indizível angústia, ora, com a música de sonoras risadas e aclamações heroicas como o ribombar do trovão. Às vezes, no silêncio da noite, pode-se ouvir o suave martelar dos companheiros trabalhando na cúpula - SÃO OS COMPANHEIROS QUE CHEGARAM AO ALTO".

19/05/2018

A RELAÇÃO CIÊNCIA-RELIGIÃO-ARTE (1)

por Eduardo Aroso
A oposição ciência religião, vice-versa, é antiga. Com o aumento do ambiente materialista actual tem-se agudizado em posições académicas irredutíveis, mas também contendo uma falange significativa que chega a uma situação dir-se-ia crítica ou de fronteira, isto é, o cientista não sai, como lhe compete, da área científica, mas não enjeita outras componentes na busca de uma visão mais abrangente da vida (Leia-se Ciência e Religião, de Russel Stannard, edições 70). O confronto ciência/religião aconteceu no passado, por exemplo, com Galileu e Newton de um lado, e do outro a igreja dominante, o mesmo é dizer o pensamento vigente na época.

É óbvio que o tema daria matéria não só para um livro, mas para vários tratados. Este breve artigo pretende tão-só chamar a atenção para dois ou três pontos essenciais que, em combinação com a filosofia rosacruz, possa contribuir para esbater a barreira que se construiu pelo materialismo separando ciência-religião e até a arte. É sobejamente sabido que a Idade Média viveu intensamente a religião em detrimento da ciência «sufocada» (como diz Max Heindel) e dir-se-ia não desenvolvida como está hoje. Deus estava na religião. O Renascimento trouxe uma notável expansão em todas as artes, maior que a própria ciência moderna que começava então a despontar. Hoje, para muitos cientistas só a ciência pode explicar o mundo e, mais do que este, a própria Vida. Mas não só, pois muita gente segue o preceito de que o que a ciência não explica não é verdade e, sobretudo não confiável! Ou seja, se Deus não está na Ciência não existe, do mesmo modo que os místicos medievais não podiam admiti-Lo nos átomos ou nos feixes quânticos da nossa época, ou como em pleno Romantismo Beethoven percebia Deus através da música.

Se - como diz o povo e bem - «Deus está em toda a parte», é bem de ver que na Manifestação Ele não tem limites para essa Imanência. É esta a razão d’Ele estar tanto na Ciência, na Arte e na Religião. O fanatismo que eclodia no passado em certos momentos de vivência religiosa talvez não seja do mesmo teor de uma espécie fanatismo com que a ciência académica se posiciona como detentora da verdade, mas deixa-nos a pensar que, pelo menos: a) Em cada época tem havido mais propensão para aprofundar uma destas três áreas (religião, ciência, arte); b) Em qualquer uma delas se observa que o ser humano está em evolução, pois há ainda uma visão limitada do Todo; c) tudo indica que se caminhe (Era de Aquário) para uma plenificação do ser no sentido de as fazer convergir, revelando assim a divindade que existe na criatura terrestre e bem assim nesses três ramos do conhecimento e experiência humana.

«Em toda a sua relatividade, todo o progresso decorre duma evolução do conhecimento humano, seja qual for o seu estatuto, estendendo-se pelo místico, o 2 religioso, o científico, no quadro das mais diversas culturas». (António Amorim da Costa, professor de Química, jubilado, da Universidade de Coimbra, «Ciência e Mito», Imprensa da Universidade de Coimbra, 2010). Adianta ainda o autor, como quem se situa bem na fase actual, a da separação (especialização) do saber: «Saber conviver com o intrincado da própria teia poderá ser a mais sábia das atitudes».

É interessante saber que Galileu (cientista que revolucionou a astronomia, condenado a abjurar o seu pensamento perante a Igreja Romana), na sua obra «Sidereus Nuncius» (publicado em Veneza em 1610) o título é o mesmo que o livro de Augusta Foss e Max Heindel, «The Message of the Stars», esta uma colectânea de escritos e horóscopos que quando foi editada constituiu um repositório de conhecimento que veio preencher um vazio, e que ainda hoje é de grande utilidade, muito em particular quanto às doenças. A filosofia rosacruz explica as razões da separação da ciência e da religião, ao longo dos tempos, da predominância de uma sobre a outra, para finalmente serem, como destino, os dois “braços” da Verdade de um modo mais explícito e equilibrado.

É consolador saber que Galileu, profundamente empenhado na ciência da astronomia e não só, tenha tido uma atitude conciliadora (sabe Deus com que cuidado naquela época!) da ciência e da religião: «Todas essas coisas por mim observadas e descobertas, não há muitos dias, mediante um perspicilium inventado e construído por mim, previamente iluminado pela graça divina» («Explicando A Astronomia e o Poder Religioso», de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, edições Ediouro). Na realidade, Galileu foi uma afronta para o pensamento aristotélico do funcionamento do universo que a Igreja defendia. Segundo os estudiosos, o cientista pretendia que a sua teoria não a afrontasse, mas que fosse um passo em frente no avanço da humanidade, tendo ficado decepcionado. Galileu provocou uma cisão no pensamento da época só comparável com a divisão da Igreja Ocidental (romana) e Oriental (ortodoxa) ou da cisão que Lutero trouxe ao catolicismo, conhecido como protestantismo. Dado que um ambiente científico gera um correspondente clima filosófico, a comprovação de que é a Terra (e demais planetas) é que gira à volta do Sol, e não este à volta do nosso planeta, ainda hoje nos faz pensar na clássica sentença «o homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são." (Protágoras, séc. V A.C.).

Se por um lado expressa a ideia de relatividade, o que é certo é que durante a Idade Media e no Renascimento, nomeadamente através da Escolástica, esta expressão mais conhecida na abreviatura «o homem é a medida de todas as coisas» colocou de algum modo o ser humano numa posição egocêntrica, sobrepondo-o assim ao reino animal, vegetal e mineral, afirmação talvez derivada desse pensamento aristotélico antigo que colocava tudo a girar à volta da Terra. De um ponto de vista absoluto no ser humano 3 enquanto centelha divina, tudo gira à sua volta, posição irredutível, pois o Ego é indestrutível.

Mas isso pode obscurecer outra largueza de pensamento, como, por exemplo, a de hoje quanto à negação peremptória de muitos de que haja seres extraterrestres. A filosofia rosacruz explicita bem no capítulo da Cosmogénese que além do ser humano há outros seres mais elevados de outras ondas de vida. O orgulho intelectual que parece ter afluído à frase «o Homem é a medida de todas as coisas», decerto sem que Protágoras imaginasse, não foi tão sábio e pronto para divulgar o dito de S. Paulo em que o seguidor de Cristo diz do ser humano ser um pouco mais que animal e inferior aos anjos, deslocando assim a consciência para um ponto mais alto, o reino angélico. (Continuará)

Eduardo Aroso é Probacionista da The Rosicrucian Fellowship através de Portugal. 
Mais artigos do autor neste blog: (aqui)