26/11/2011

QUE SENTIMENTO É ESSE ?

Que tem a força do leão,
A prudência da serpente,
A pureza da pomba,
E a beleza da rosa?

Que nos faz sábios,
Desvenda-nos mistérios,
Com a precisão exata,
De uma equação divina?

Que nos fortalece as asas,
Aponta-nos o infinito,
Permite-nos voar,
Como se fossemos pássaros?

Que nos faz sonhar,
Mostra-nos o arco-íris,
Mesclando o céu,
De cor e esperança?

Que nos ilumina,
Com o brilho,
Intenso de uma estrela,
Guiando-nos na escuridão?

Que nos torna vitoriosos,
Quebra algemas,
Desprende laços,
Transcende o mundo?

Este sentimento que vibra,
Este sentimento que nos eleva,
É a presença do Cristo em nós,
O Eterno mensageiro do Amor.

Maria Geralda Moreira Santos,
Probacionista da Fraternidade Rosacruz em São Paulo
Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz – Sede Central do Brasil - Março/Abril - 2003

19/11/2011

O Cristo Em Mim


Para aqueles que vêem as verdades espirituais por trás das formas temporais e evanescentes, que as vestem com as indumentárias sempre imutáveis do cerimonial, a legendária Estrela de Belém, brilha cada ano como o Místico Sol da Meia Noite, o qual penetra em nosso planeta no solstício de dezembro (verão no Hemisfério Sul) para iniciar e irradiar de seu centro – do centro do nosso planeta – os três atributos divinos: Vida, Luz e Amor.

Esses raios de poder e esplendor espirituais enchem nosso globo com a luz divina que envolve todo aquele que vive sobre a Terra, desde o menor ao maior, mas que todos não podem partilhar seus benefícios na mesma medida – alguns têm mais e outros menos. Outros, porém, parecem não possuir nada dessa oferta amorosa que o Pai preparou para nós - Seu Filho bem-amado. Não cultivaram ainda o Magneto Espiritual dentro de si mesmos – o Cristo Infante, que somente Ele poderá nos guiar, no Caminho, na Verdade e na Vida.

Se não tenho olhos para ver o benefício que o brilho do Sol produz, como poderei saber que o Cristo é meu, a não ser por meio do Cristo em mim?
trechos de uma palestra de José Gonçalves Siqueira
 

 

15/11/2011

Uniões e Separatismos (II)

Só somos donos da nossa consciência, o resto é tudo uma ilusão.

Os filhos serão nossos? Será que é “meu filho” ou “minha filha”? Os apelidos que unem as famílias nas chamadas árvores genealógicas será que são laços eternos ou simplesmente laços de uma só vida terrena, ou quanto muito em várias vidas, até que aprendamos a subir acima desses laços, casando com outros ramos, com pessoas de outros povos?
Neste caso, como em tudo, se analisarmos, com profundidade, veremos que somos “donos” apenas da nossa consciência; o resto é laços passageiros, mas que englobam deveres e direitos.
A actual realidade sociológica o que nos mostra? São bem claras as mudanças em todos os níveis. Já lá vai o tempo em que os filhos ficavam nas localidades onde os pais nasceram e viveram. Agora, emigram e imigram cada vez mais, e assim se vão criando outros laços, assim vamos aprendendo que, afinal, a família é só uma: a Humanidade.
Face ao exposto é dever dos pais criar os filhos não egoisticamente, para eles, mas para a Vida onde tudo existe e tem o seu ser.
Logo a sociedade tem de criar estruturas que actuam sob verdadeiros laços de fraternidade e não clubistas; temos de mudar de mentalidades e evitar a cristalização, desde o torrão natal, às etnias, tribos e até as nações.
Todavia, porque a evolução é lenta, embora, actualmente, devido a estarmos chegando ao final de mais uma Época, as mutações irão sendo muito mais aceleradas, temos de reconhecer que muitas pessoas estão ainda fortemente agarradas aos tais laços separatistas. É nosso dever respeitar toda esta realidade e construir uma civilização melhor, tendo em atenção todos estes aspectos.
Desconhecer ou não tomar em consideração todos eles, acabamos por criar mais problemas, alguns muito graves.
A História mostra-nos quantas guerras e outras questões têm havido e há, porque existem tais laços e temos tido dificuldades em os ultrapassar sem elas!
Depois, como é que formámos países em África? Tivemos em consideração as diferentes etnias, tribos e assim por diante ou foi de acordo com determinados interesses mais ou menos egoístas e outros? Logo, não será de admirar que estes nossos irmãos e irmãs continuem em lutas fratricidas, que, para eles não o são. Infelizmente será pela experiência dolorosa que vão aprendendo a ultrapassar todas estas divisões.
E como estamos na “velha” Europa, será que não temos ainda alguns destes problemas? E na Ásia e nos outros continentes?
Na realidade muito temos de ultrapassar neste domínio, incluindo os fundamentalismos religiosos, os clubistas e outros, como os consanguíneos.
E porque a Hora é de profundas mutações, esta é uma das áreas que mais irá ser alvo, quer se queira ou não; o comboio evolutivo aproxima-se da Idade do Aquário e muitos dos laços separatistas têm de ser substituídos por uniões fraternas, reais, não somente baseadas em interesses egoístas, económicos ou outros.
O Amor unificante é e será a mola real para ultrapassar estas separações. E Ele é libertador, actua sem nada esperar, nem sequer um obrigado. Ora Ele está relacionado com a prova mais difícil, a do sexo.
Sem resolvermos todo o quadro a ele ligado, desde que saímos do Jardim do Éden e a ele voltarmos, muitos e graves problemas continuarão sem solução. Os abusos sexuais e as perversões, os maus tratos, e assim por diante, somente serão vencidos, quando esse Amor Unificante dominar o nosso coração. E isso encerra lições de Pureza, de castidade que não é sinónimo de abstinência.
Um dos fenómenos positivos vemos na evolução de algumas “casas reais”. Há cada vez mais uniões sem terem em consideração se há sangue azul ou de outra cor, até porque ele é somente vermelho. Os tempos medievais já lã vão e não voltarão; isto de clero, nobreza e povo, é outra divisão que teve o seu auge, embora ainda resida com alguma força nos tais éteres reflectores do nosso corpo vital, muitas memórias estão aí
arquivadas, mas vão sendo melhoradas por outras mais libertadoras e unificadoras, de acordo com os ensinamentos do humanismo cristão e não só.
E será que no sistema republicano não temos problemas algo semelhantes?
Cada caso é um caso. Quantos filhos e filhas de fascistas ou de sociais fascistas, de fundamentalistas, seguiram caminhos diametralmente opostos e vice-versa?
Vivemos num século em que, cada vez mais existem casamentos entre pessoas de povos diferentes o que é muito positivo. Assim, nos libertaremos dos tais laços escravizantes e separatistas. Tudo isso irá aumentar, ao longo dos próximos séculos.
Contudo, paradoxalmente, ao mesmo tempo que se verificam as uniões entre pessoas de vários países, como entre os povos, desde a U.E a outras nos diversos Continentes; surgem os separatismos nas famílias, divórcios e mais divórcios, vários povos querem formar Nações, separando-se das que os abrange e assim por diante. Cada qual está cada vez mais individualizado, de tal maneira que, nos grandes centros e não só, nem se conhece o vizinho do lado, nem sabemos como ele está ou o que necessita, e assim por diante.
Tudo isto, no fundo, faz parte da nossa aprendizagem evolutiva. Do separatismo exagerado, individualizado, qual tijolo separado da casa, vamos construir uma nova Casa onde nela se fundirão todas as do mundo numa vivência cosmocrata.
Então, em vez de uma família, teremos “todas”. Com disse Max Heindel: “Todos serão como pais e irmãos, a quem se deve proteger e ajudar”.Também, os que ainda estão dominados por nacionalismos racistas, fanatismos perigosos, um dia, dirão como o norte- americano, Thomas Paine: “ O MUNDO É A MINHA PÁTRIA”.
Nessa dinâmica, aprendamos a colocar mais uma pétala na rosácea da Flor Universal. A sua cor é a vermelha, do sangue., igual em todos nós, seja qual for a cor da pele ou a forma de pensar.
Se o branco é a cor do Absoluto, onde estão todas as cores; o azul é a do Pai (Deus do nosso sistema solar); o amarelo, do Filho (Cristo); o vermelho, Javé, do Espírito Santo. Aprendamos a sair das influências de Javé, o Senhor da Forma, do Antigo Testamento, pelo Amor Unificante de Cristo. Quando isso suceder, falaremos todas as línguas, devido à união interna no Espírito Santo, derrubaremos as fronteiras separatistas das línguas da Torre de Babel.
Todavia, até lá, e muito ainda falta, tenhamos consideração por todas as línguas, incluindo pelos dialetos, pelas culturas que elas encerram, rica diversidade, aprendamos a falar vários idiomas sem supremacia de nenhum, até porque, no processo de unificação com a Unidade da Vida, jamais perderemos a nossa Individualidade singular.

12/11/2011

A Regeneração


Re-tomar o Caminho perdido é um requisito da evolução e a procura desse Caminho nada mais é do que a resposta aos constantes anseios do Eu Interior.
Para realizar esse propósito o Espírito vai adquirindo corpos físicos de diferentes estados de cristalização, trabalhando neles e com eles, até que estes sirvam para adquirir experiências para o Espírito, e abandonando-os quando es­se objetivo não se realiza.
Esse fato ocorre naturalmente em toda a natureza. Há morte e renascimen­to constante em toda espécie de vida.
Com relação a onda de vida humana, alguns espíritos são capazes de estru­turar ou de planejar meios de avaliação de suas experiências num processo mui­to mais rápido, do que a grande maioria. Diz-se que esses espíritos são pionei­ros. Em uma linguagem bíblica: "que tomaram o Céu por assalto".
O propósito dos Ensinamentos Rosacruzes é investigar e oferecer meios de re-encontrar o Caminho, ou seja, meios de Regeneração independentes do pro­cesso de renascimentos. É o conhecimento direto.
Esse processo tem início quando decidimos utilizar todas as nossas energi­as vitais (A Vida - que é dádiva do Mundo do Espírito de Vida) a favor do Es­pírito como nos explica Max Heindel em seu livro Maçonaria e Catolicismo - cap. VII, A Pedra Filosofal, o que é e como é feita.

Nota: Para adquirir o exemplar impresso de Maçonaria e Catolicismo: clique aqui
Postagens da semana:
Que sentimento é Esse? poesia de Maria Geralda Moreira Santos
Uniões Continentais – Delmar Domingos de Carvalho

08/11/2011

Uniões e Separatismos (I)

por Delmar Domingos de Carvalho
“ O amor a que se deve aspirar é o que abarca todos os seres e que aumenta em proporção directa às necessidades daquele que recebe." Max Heindel

Ao longo da nossa involução e evolução percorremos miríades de anos, em diversas formas físicas, em vários estágios do planeta Terra.
Nela, partimos de um determinado nível de união, só que num estado muito embrionário, até que foi preciso a separação para aprendermos lições especiais, ligadas com a personalidade individualizada de cada qual.
Este caminho foi e continua sendo penoso, pelo que urge aprender as novas lições que apontam para uma nova e superior forma de união, baseada no Amor Universal.
Contudo, até que, de novo, vivamos na Unidade da Vida, numa transcendente fusão, mas sem confusão, temos de atravessar vários laços, mais ou menos separatistas.
Faz parte da evolução e, como tal, há que saber compreender e dar tempo ao tempo para que essa fusão se realize no Tempo e no Espaço.
Entre esses laços separatistas, formação da Torre de Babel, estão as etnias, as tribos, as famílias consanguíneas, as nações e outras uniões, que tenham por base somente os interesses parciais, egoístas e afins.
Como é evidente, não será com uma varinha mágica que, de um momento para o outro, passaremos a viver em Fraternidade Universal, muito menos na Unidade da Vida Universal, omnisciente e omnisconsciente.
Tudo tem o seu tempo.
Nesta fase, muitas pessoas ainda vivem ou não sob laços étnicos, tribais, e outros, somente vendo a sua parte e o resto é estrangeiro, estranho?
Por outro lado, a Família consanguínea continua ainda a ter uma valiosa ação em todo este processo evolutivo. É certo que o Ideal de Cristo exige que se coloquem os interesses gerais acima dos parciais; mas do Ideal à realidade há um longo caminho a percorrer.
Por isso, os pais continuam a ter uma missão imprescindível, como os filhos, os esposos, entre si, toda esta área encerra lições evolutivas de enorme valor.
E porque estes laços são mais ou menos possessivos, egoístas, eis que dizemos: “os meus filhos”; os “meus pais”; a “minha esposa”; “o meu Esposo”, “as minhas noras”; “os meus genros”, “os meus netos” ou “as minhas netas”, e assim por diante nos laços colaterais desde irmãos aos primos.

05/11/2011

O Sofrimento de Margarida
Nota: a pergunta refere-se ao último quadro ou ato da obra Fausto (Parte ou Vol. I) de Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832).

 
PERGUNTA 20
Por que o sofrimento de Margarida foi tão extremo e desproporcional em relação ao de Fausto, indo até à de­tenção e à pena de morte, enquanto a vida dele, sua liberdade e busca da felicidade não foram perturbadas?

Resposta: Esta questão refere-se a um dos mitos que nos foram revelados através dos tempos e, contrariamente à crença popular, um mito não é uma história fictícia, mas é uma verdade velada, transmitindo, através de símbolos, grandes princípios espirituais. Esses mitos foram dados à humanidade incipiente pela mesma razão que proporcionamos às nossas crianças ensinamentos éticos através de. histórias infantis ilustradas, que vão sendo gravados em suas mentes de uma forma que o ensina­mento só intelectual seria incapaz de conseguir.

Goethe, um iniciado, tratou o mito de Fausto de uma maneira extraordinariamente iluminadora, e a chave do problema encontra-se no prólogo, que se desenrola no Céu da mesmíssima forma que acontece no início do Livro de Jó. Os Filhos de Deus comparecem diante do Trono e o Demônio está entre eles, pois também é um dos Filhos de Deus. É autorizado a tentar seduzir Fausto para que as forças espirituais possam vir à tona e a virtude desenvolver-se. É um dos nossos grandes erros considerar a inocência e a virtude como sinônimos. Cada um de nós nasce inocente, livre de qualquer mal, que foi todo eliminado, mas há certas tendências que podem transformar-se em vício e, por esta razão, devemos ser postos à prova a cada vida para ver se cederemos à tentação e optaremos pelo vício, ou se resistiremos e desenvolveremos a virtude. Fausto é tentado, cai, mas, posteriormente, arrepende-se sinceramente e transmuta as forças do mal em bem, de tal maneira que ao final é salvo. O arrependimento e a auto-reforma antes da morte forjaram a sua salvação. A paixão luxuriosa que sentia por Margarida deu lugar ao amor puro por Helena. Margarida também cede à tentação, arrepende-se, é salva, e seus pecados são per­doados. No primeiro caso, temos a salvação por atos. Com sua energia, que domina as forças do mal, ele constrói uma nova terra, uma terra onde um povo livre pode viver sob melhores condições. Ele procura elevar a humanidade a um plano superior e, através desse ato e pela sua dedicação desinteressada em relação aos outros, é remido das forças do mal. No caso de Margarida, a salvação resulta da prece e do arrependimento. Temos nesse drama, conforme representado por Goethe, um perfeito símbolo do ensinamento ocidental, onde se processa tanto o per­dão dos pecados como a expiação de um ato errado por um ato correto correspondente. A morte é algo que chega para todos, e o sofrimento que resulta do ato errado é diferente em cada caso, o qual não foi minimizado para Fausto, cuja vida foi prolongada por muitos anos, ao contrário de Margarida que teve uma vida bem mais curta. A única diferença é que Fausto superou conscientemente a tentação e, numa vida futura, será imune a ela, enquanto que no caso de Margarida isto é problemático. Numa vida terrena posterior, ela terá ainda que enfrentar a tentação para provar se desenvolveu ou não a força de caráter necessária para resistir ao mal e aderir ao certo.
Do livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Max Heindel