Os filhos serão nossos? Será que é “meu filho” ou “minha filha”? Os apelidos que unem as famílias nas chamadas árvores genealógicas será que são laços eternos ou simplesmente laços de uma só vida terrena, ou quanto muito em várias vidas, até que aprendamos a subir acima desses laços, casando com outros ramos, com pessoas de outros povos?
Neste caso, como em tudo, se analisarmos, com profundidade, veremos que somos “donos” apenas da nossa consciência; o resto é laços passageiros, mas que englobam deveres e direitos.
A actual realidade sociológica o que nos mostra? São bem claras as mudanças em todos os níveis. Já lá vai o tempo em que os filhos ficavam nas localidades onde os pais nasceram e viveram. Agora, emigram e imigram cada vez mais, e assim se vão criando outros laços, assim vamos aprendendo que, afinal, a família é só uma: a Humanidade.
Face ao exposto é dever dos pais criar os filhos não egoisticamente, para eles, mas para a Vida onde tudo existe e tem o seu ser.
Logo a sociedade tem de criar estruturas que actuam sob verdadeiros laços de fraternidade e não clubistas; temos de mudar de mentalidades e evitar a cristalização, desde o torrão natal, às etnias, tribos e até as nações.
Todavia, porque a evolução é lenta, embora, actualmente, devido a estarmos chegando ao final de mais uma Época, as mutações irão sendo muito mais aceleradas, temos de reconhecer que muitas pessoas estão ainda fortemente agarradas aos tais laços separatistas. É nosso dever respeitar toda esta realidade e construir uma civilização melhor, tendo em atenção todos estes aspectos.
Desconhecer ou não tomar em consideração todos eles, acabamos por criar mais problemas, alguns muito graves.
A História mostra-nos quantas guerras e outras questões têm havido e há, porque existem tais laços e temos tido dificuldades em os ultrapassar sem elas!
Depois, como é que formámos países em África? Tivemos em consideração as diferentes etnias, tribos e assim por diante ou foi de acordo com determinados interesses mais ou menos egoístas e outros? Logo, não será de admirar que estes nossos irmãos e irmãs continuem em lutas fratricidas, que, para eles não o são. Infelizmente será pela experiência dolorosa que vão aprendendo a ultrapassar todas estas divisões.
E como estamos na “velha” Europa, será que não temos ainda alguns destes problemas? E na Ásia e nos outros continentes?
Na realidade muito temos de ultrapassar neste domínio, incluindo os fundamentalismos religiosos, os clubistas e outros, como os consanguíneos.
E porque a Hora é de profundas mutações, esta é uma das áreas que mais irá ser alvo, quer se queira ou não; o comboio evolutivo aproxima-se da Idade do Aquário e muitos dos laços separatistas têm de ser substituídos por uniões fraternas, reais, não somente baseadas em interesses egoístas, económicos ou outros.
O Amor unificante é e será a mola real para ultrapassar estas separações. E Ele é libertador, actua sem nada esperar, nem sequer um obrigado. Ora Ele está relacionado com a prova mais difícil, a do sexo.
Sem resolvermos todo o quadro a ele ligado, desde que saímos do Jardim do Éden e a ele voltarmos, muitos e graves problemas continuarão sem solução. Os abusos sexuais e as perversões, os maus tratos, e assim por diante, somente serão vencidos, quando esse Amor Unificante dominar o nosso coração. E isso encerra lições de Pureza, de castidade que não é sinónimo de abstinência.
Um dos fenómenos positivos vemos na evolução de algumas “casas reais”. Há cada vez mais uniões sem terem em consideração se há sangue azul ou de outra cor, até porque ele é somente vermelho. Os tempos medievais já lã vão e não voltarão; isto de clero, nobreza e povo, é outra divisão que teve o seu auge, embora ainda resida com alguma força nos tais éteres reflectores do nosso corpo vital, muitas memórias estão aí
arquivadas, mas vão sendo melhoradas por outras mais libertadoras e unificadoras, de acordo com os ensinamentos do humanismo cristão e não só.
E será que no sistema republicano não temos problemas algo semelhantes?
Cada caso é um caso. Quantos filhos e filhas de fascistas ou de sociais fascistas, de fundamentalistas, seguiram caminhos diametralmente opostos e vice-versa?
Vivemos num século em que, cada vez mais existem casamentos entre pessoas de povos diferentes o que é muito positivo. Assim, nos libertaremos dos tais laços escravizantes e separatistas. Tudo isso irá aumentar, ao longo dos próximos séculos.
Contudo, paradoxalmente, ao mesmo tempo que se verificam as uniões entre pessoas de vários países, como entre os povos, desde a U.E a outras nos diversos Continentes; surgem os separatismos nas famílias, divórcios e mais divórcios, vários povos querem formar Nações, separando-se das que os abrange e assim por diante. Cada qual está cada vez mais individualizado, de tal maneira que, nos grandes centros e não só, nem se conhece o vizinho do lado, nem sabemos como ele está ou o que necessita, e assim por diante.
Tudo isto, no fundo, faz parte da nossa aprendizagem evolutiva. Do separatismo exagerado, individualizado, qual tijolo separado da casa, vamos construir uma nova Casa onde nela se fundirão todas as do mundo numa vivência cosmocrata.
Então, em vez de uma família, teremos “todas”. Com disse Max Heindel: “Todos serão como pais e irmãos, a quem se deve proteger e ajudar”.Também, os que ainda estão dominados por nacionalismos racistas, fanatismos perigosos, um dia, dirão como o norte- americano, Thomas Paine: “ O MUNDO É A MINHA PÁTRIA”.
Nessa dinâmica, aprendamos a colocar mais uma pétala na rosácea da Flor Universal. A sua cor é a vermelha, do sangue., igual em todos nós, seja qual for a cor da pele ou a forma de pensar.
Se o branco é a cor do Absoluto, onde estão todas as cores; o azul é a do Pai (Deus do nosso sistema solar); o amarelo, do Filho (Cristo); o vermelho, Javé, do Espírito Santo. Aprendamos a sair das influências de Javé, o Senhor da Forma, do Antigo Testamento, pelo Amor Unificante de Cristo. Quando isso suceder, falaremos todas as línguas, devido à união interna no Espírito Santo, derrubaremos as fronteiras separatistas das línguas da Torre de Babel.
Todavia, até lá, e muito ainda falta, tenhamos consideração por todas as línguas, incluindo pelos dialetos, pelas culturas que elas encerram, rica diversidade, aprendamos a falar vários idiomas sem supremacia de nenhum, até porque, no processo de unificação com a Unidade da Vida, jamais perderemos a nossa Individualidade singular.