06/12/2020

O Pré-requisito do Natal

FRATERNIDADE ROSACRUZ – CENTRO DE SANTO ANDRÉ

Dezembro de 1.985 – Probacionista Antônio Pereira 

em palestra sobre o Natal / Foto do probacionista Armando Têmpera

por Jonas Taucci

Invariavelmente o Sol encontra-se no signo zodiacal de Capricórnio na “noite mais santa do ano” (Natal) e anteriormente a isso, o Sol percorre o signo de Sagitário.


Há um profundo significado oculto nisso; a preparação para o Natal. Para entendê-la, há que se compreender o simbolismo de Sagitário: um centauro.


-A metade superior (humana), refere-se a nossas virtudes. 


-A metade inferior (animal) representa nossas mazelas; as regiões de nosso interior onde há a necessidade de uma regeneração e sublimação.


Nesta representação arquetípica, o centauro aponta sua seta (ações), disparada pelo arco (dinâmica Crística) para o alto (elevados ideais), outras setas estão numa aljava (generosidade palavra relacionada a Júpiter, regente de Sagitário).


Para que nosso Cristo Interno nasça (Natal, Capricórnio) o aspirante deve antes disso, passar pelas lições de Sagitário: sublimar seu Eu-Inferior (parte animal do centauro) em Eu-Superior (parte humana do centauro), através de ações (o manejar do arco e as setas), imbuídas de generosidade (aljava).

Antônio Pereira foi um entusiasta probacionista: incentiva os estudantes nos cursos da Fraternidade Rosacruz, direcionava-os a participarem dos Rituais, presenteou várias pessoas com o livro “O Conceito Rosacruz do Cosmos, ministrou palestras nos centros de Santo André, Penha, Lapa, São José dos Campos e São Paulo.


Todo mês de dezembro – em suas palestras e durante muitos anos – dizia da importância das lições de Sagitário na preparação para o Natal: a prática da generosidade, item sem o qual jamais iremos celebrar nosso Natal Interno.


Uma das Lição Mensal do Estudante, de Oceanside (acima), foi exatamente sobre este tema:


-Muitas pessoas estão dispostas a acreditar em Deus.


-Muitas pessoas estão aprendendo a responder às belezas da natureza e das artes: arquitetura, pintura e música.


-Muitas pessoas possuem a curiosidade de saber os mistérios da Criação do Universo, Sistema Solar e de nosso planeta Terra.


-Uma minoria está disposta a renunciar sua exaltação pessoal baseada em prestígio temporário, posses materiais, cargos, diplomas, em favor da importância de praticar a generosidade para com o próximo.


“Se alguém quer vir após mim, renuncia a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me”.  (Evangelho de Mateus – 16:24).


Com facilidade – e bem perto de nós – encontraremos pessoas necessitadas e desassistidas, que precisam de auxílio.


Caso tenhamos um interesse maior na obtenção de conhecimentos esotéricos do que a prática da generosidade para com elas, com certeza está decretada nossa “FALENCIA ESPIRITUAL”.


A nossa jornada com o objetivo de desenvolvermos nosso Cristo Interno, está - única e exclusivamente – relacionada com o SERVIÇO abnegado que prestamos aos necessitados: a arquitetura de nosso auxílio para com eles.


Possuirmos conhecimentos avançados de filosofia rosacruz e sermos indiferentes ao próximo, representa nossa estagnação espiritual, perda de rumo e uma total ilusão no que se refere ao projeto de celebração de nosso Natal Interno; o “fermento” a que Cristo se refere no evangelho de Mateus (13:33), representa a generosidade, que faz crescer nosso Eu-Superior.

Ainda sobre Sagitário:


-Nossa generosidade – temperada com discernimento – deve ser do tamanho do regente da Hierarquia de Sagitário: Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar.


SUGESTÕES DE LEITURA 

Coletâneas de um Místico (Max Heindel) – Capítulo XVII (aqui)

Ritual Rosacruz de Dezembro. (aqui)

Ritual Rosacruz de Natal ou da Noite Santa (aqui)

Interpretação Mística do Natal (Max Heindel). (aqui)

Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas (Max Heindel)Vol.1 -  Perg. 89 (aqui).

Médico de Homens e de Almas, livro da autora inglesa (1.900-1985) Taylor Caldwell.

05/12/2020

A Casa do Estudante Rosacruz

Foto da Casa do Estudante Rosacruz  da Fraternidade Rosacruz - 
Sede Central do Brasil em Campos do Jordão 

A  Casa  do  Estudante  Rosacruz
por Maria Geralda Moreira Santos


É uma casa simples, tão bonita.

Inundada de sol cheia de luz.

Ladeada de pinheiros e montanhas.

A casa do estudante Rosacruz.

 

Muitos passam por ela e nada vêm.

Poucos vêm e maravilham-se.

Voltam sempre; levando em seus corações,

A consciência da contemplação de um Templo.

 

Tucanos, periquitos e sabiás.

Quanta cor!  Quanta alegria!

Convivem com serelepes*

Alimentando-se em harmonia.

 

É o éter de luz densificando-se,

Em sonoras notas musicais.

Rodeada de anjos entoando,

Um eterno glória ao Pai.


(*) Nota da autora: *serelepe no linguajar popular de Campos do Jordão é (esquilo).

Veja mais sobre a Casa do Estudante Rosacruz aqui

Influências Protetoras

 Há modos de proteger-se a si mesmo das influências inimigas e convém estar bem cientes das cousas que possam nos ameaçar para tomarmos as precauções necessárias nessas emergências.


Quando vivemos uma vida pura e nossos dias são cheios com o serviço a Deus e a nossos semelhantes, mantendo sempre pensamentos nobres e realizando boas ações, criamos a Veste Dourada de Bodas que é uma força radiante para o bem. Nenhum mal pode penetrar nesta armadura porque o mal como um bumerangue, retomando para aquele que o desejou aos outros. É fato comprovado que cada ser humano está envolto por uma atmosfera áurica. Muitas vezes sentimos a presença de uma pessoa a quem não vemos e se sentimos sua presença é porque percebemos essa atmosfera exterior a nossos corpos. Esta aura muda gradualmente, tornando-se mais e mais dourada no Ocidente. Quanto mais nos identificamos com Sol, tanto mais aumenta a cor dourada da mesma que é a cor do Cristo, dos verdadeiros Cristãos, dos santos, em torno dos quais os pintores põem uma auréola. Gradualmente vamos nos assemelhando a Ele, e este soma psuchicon ou corpo-alma está tomando forma e convertendo-se em nossas "Vestes de Bodas".


Mas, infelizmente, nenhum de nós é completamente bom. Conhecemos demais a guerra existente entre a carne e o espírito. Não podemos ocultar o fato de que, como dizia São Paulo, "o bem que queremos fazer não fazemos; e o mal que queremos evitar, esse fazemos". Muito frequentemente nossas boas resoluções se reduzem a nada e fazemos o mal só porque nos é mais fácil. Todos temos dentro de nós o núcleo do mal que vem a ser como um "abre-te Sésamo" para as potências maléficas que queiram agir por nosso intermédio. Por esse motivo é melhor não nos expormos desnecessariamente indo a lugares em que se efetuem reuniões onde ocorrem entidades invisíveis para nós, por mais formosos que possam parecer à primeira vista todos os seus ensinamentos. E muito menos devemos tomar parte como espectadores em demonstrações de hipnotismo porque a atitude negativa que a pessoa adote pode conduzir facilmente à obsessão. Deveríamos seguir sempre o conselho de Paulo e revestir-nos com a armadura de Deus. Devemos ser sempre positivos em nossa luta pelo bem contra o mal e nunca perder a ocasião de colaborar com os Irmãos Maiores em palavras ou atos, na Grande Guerra que se efetua pela supremacia espiritual.


Max Heindel, Princípios Ocultos de Saúde e Cura, Cap.XIII

Veja também: Aura Protetora (aqui)

15/11/2020

A Sonoridade da Fraternidade Rosacruz

FRATERNIDADE ROSACRUZ – CENTRO DE SANTO ANDRÉ - Março de 1.988. Palestra ministrada (e musicalmente ilustrada) pela probacionista, palestrante, e professora de música Maria Lázara Franzini:“A Relação Música/Deus Solar”. (Foto do probacionista Cristovão Martins.)


por Jonas Taucci

A música ocupa uma posição importantíssima dentro dos ENSINAMENTOS DA SABEDORIA OCIDENTAL; Art Taylor em “A Escala Musical e o Esquema de Evolução”, nos dá uma magnifica explicação sobre isso.

 

Importantíssimo ressaltar que nos oficiamentos dos Rituais, a música está presente (Hinos de Abertura, Encerramento e signo astrológico do mês em vigência), e acertadamente alguns Centros Rosacruzes incluem no Ritual de Cura, a Canção do Serviço da Rosa Branca”, num perfeito sincronismo com os dizeres do referido Ritual: “A Rosa Branca e pura é o símbolo do coração do Auxiliar Invisíveis”.

 

As músicas contidas em Songs of Light”, de nossa Sede Mundial (Oceanside), fortalecem a egrégora dos Centros Rosacruzes, principalmente se forem tocadas e cantadas ao vivo pelos presentes.

 

Max Heindel cita três vertentes das artes (arquitetura, pintura e música), como sendo formas de espiritualizar nossos corpos (Denso, Vital, Desejos e Mente), informando que facilmente (e fisicamente) podemos - com nossas mãos - segurar uma obra arquitetônica e uma tela ou quadro de pintura, contudo, ser impossível fazer isso com os sons musicais.

 

Talvez por isso, a Lição Mensal para os Estudantes, (Oceanside), maio de 1.958, tenha este curioso título, e numa tradução livre, cito algumas de suas passagens nestas semanas que antecedem o Natal; data tão significativa para toda a humanidade, e sempre relacionada com a música.



TRECHOS DE “A MÚSICA:ARTE ILUSÓRIA


*Quando os Senhores das Chamas implantaram o germe que mais tarde converte-se em nosso presente Corpo Denso, eles também nos deram a capacidade para desenvolver os ouvidos.

 

*Ouvindo os sons da natureza (vento, chuvas, trovões ondas do mar etc.), entramos em contato com a nota chave de nosso planeta Terra.

 

*Estamos em dívida com os Senhores de Vênus pelas muitas alegrias encontradas em nossas existências na Terra; deles recebemos todas as manifestações das artes, das quais a música é a que mais nos influencia.

 

*A música nos inspira com o transcendental amor de Deus, a fonte e meta de todo este belo mundo em que vivemos.

 

*Sobre o tom, John Gardiner Brainerd (poeta americano que viveu entre 1.795 a 1.828, nota do tradutor), nos deixa esta pérola:

 

“Deus é seu autor, não o homem,

Ele provê a nota chave de todas as harmonias,

Deus edificou todas as perfeitas combinações,

E Ele nos fez de modo que pudéssemos ouvi-las e as compreenderem”

 

*A música possui maior influência em nosso desenvolvimento e crescimento de nosso SER, que quaisquer outras manifestações artísticas.

 

*Ela toca nossos corações como nenhum outro fator pode realizar, pois está conectada com nossos veículos superiores.

 

*Durante o período em que estamos vivendo nesta Terra, encontramo-nos exilados de nosso Lar Celestial; então nos chega da música uma fragrância de inexplicáveis memórias. O eco de um local onde a paz e alegria exista de uma forma plena.

 

*Ao apreciarmos as grandes obras musicais, sejamos sabedores que elas nos chegam das Regiões Superiores.

 

*A música é a linguagem universal.



Lembro-me que diversos palestrantes de Centros Rosacruzes do Brasil, a décadas passadas, incentivavam seus membros e ouvirem – durante as semanas que antecedem o Natal – músicas alusivas a esta data em seus lares.

 

Recentemente (dezembro de 2.018), compareci a um Concerto Natalino no maravilhoso Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde sua Orquestra Sinfônica, sob regência do maestro Claudio Cruz apresentou diversas músicas relacionadas ao Natal. Fatto per la notte di Natale, composição do italiano Arcangello Corelli 1653-1713, iniciou o concerto, e o final contou com Noite Feliz.


Foto (detalhe) do prospecto distribuído no Theatro Municipal do Rio de Janeiro


Ao término do concerto, o maestro dirigiu-se ao público e disse:

 

- “Que estas sonoridades do Natal, possam acompanhar-nos durante todo os dias do Ano Novo; imbuídos do desejo de sermos úteis, na prática, aos nossos semelhantes”.

 

Isto são Ensinamentos Rosacruzes...


SUGESTÕES PARA LER E OUVIR:

O Mistério das Grandes Óperas (Max Heindel). (veja aqui)

A Escala Musical e o Esquema de e Evolução (Art Taylor). (baixe em PDF aqui)

Uma Nova História da Música, do autor austríaco radicado no Brasil, Otto Maria Carpeaux (1.900-1.978).

Sobre os Hinos da Fraternidade (veja aqui)

Ouça a Canção do Serviço da Rosa Branca (vídeo)



14/11/2020

Referente à Humildade


Alcançar a verdadeira humildade é uma das coisas mais difíceis de atingir na vida.O ser humano está sempre sujeito a se vangloriar. Sempre se considera bom, abnegado e serviçal. Com esta informação no seu subconsciente pode transformar o seu trabalho em uma farsa. Trocar o ouro de espírito pelo brilho metálico da vaidade.

 

Como se pode extirpar esse cancro que se aloja no íntimo do ser humano e compromete sua obra de perfeição? Orai e vigiai, aconselha o São Paulo, com o coração devoto, porque se uma oração carece do sentimento profundo de devoção, torna-se um exercício automático que não fornece ajuda nem sustentáculo. Devemos lembrar eternamente, que Deus está dentro de nós e os nossos acertos são obras Dele. Sem esta Divina manifestação, de onde viria a nossa glória?

 

A vaidade humana pode frustrar completamente a finalidade da nossa caminhada para alcançar a sublimação e o aperfeiçoamento da nossa divinização na transformação do vil metal em ouro do espírito.

 

Para chegar a perfeição, a caminhada é longa, acidentada. Acreditar que não contrariando as leis humanas seremos virtuosos é uma ilusão. Quanto mais a luz brilha, mais nítida são as sombras e melhor podemos descobrir mais faltas, das quais antes nem tínhamos conhecimento. Quando nos conscientizamos desse fato nossa reação não deve ser de desânimo. Devemos agradecer ao Senhor pela oportunidade de um trabalho melhor, para um aperfeiçoamento mais profundo. Encontrando falhas escondidas, devemos nos alegrar com a oportunidade de poder sublimá-las, porque, como nada se perde e como tudo se transforma, a sublimação é o único caminho que podemos tomar para efetuar o “nosso trabalho” humildemente.

 

Os acertos não devem dar a oportunidade para o nosso orgulho, já que num piscar de olhos podemos tropeçar.

 

O reconhecimento e o elogio são outras pedras de tropeço no caminho, dificultando, mais do que ajudando, o progresso. Quando perguntamos: Será que reconhecem meu trabalho? Será que observam minha dedicação? Será que me consideram? São sugestões de vaidade do eu inferior. Se quisermos realmente alcançar o reto e estreito caminho é bom que nos abstenhamos destas sugestões. Se somos sinceros conosco, de nada adiantam os reconhecimentos, pois, bem sabemos o quanto temos que melhorar, lutar para o purificar nossas rejeições e antipatias e aprender a amar.

 

A verdadeira paz e harmonia só podemos alcançar com a humilde aceitação e consciência de que tudo que é Bom, Verdadeiro e Belo vem do nosso Divino Pai Interno, que quer nos salvar, dignificar e iluminar para que alcancemos nossa meta – a Comunhão Espiritual.

 

Publicado no “ECOS” da Fraternidade Rosacruz, setembro outubro de 1993 com as iniciais M.M.

25/10/2020

O Dia em que a Fraternidade Rosacruz foi ao Cinema

Jonas Taucci 

Criada por volta de 1.895, a indústria cinematográfica leva entretenimento a milhões de pessoas em todo o mundo.

 

Contudo, apenas uma minoria consegue captar em certos atores e personagens, determinados arquétipos ou simbolismos transmitidos a aqueles que possuem aptidão para isso.

 

Aqui, alguns exemplos:

 

- Lon Chaney (1.883-1.930) – Filho de pais surdos, este ator notabilizou-se por criar uma técnica própria de maquiagem e de atuar em filmes onde seus personagens possuem deficiências físicas; um bom exemplo é “O corcunda de Notre Dame” (baseada na obra literária “Notre Dame de Paris” de Victor Hugo), de 1.923, onde a compaixão para com nossos semelhantes é transmitida.

 

- Bing Crosby (1.903-1.977) – Além de (ótimo) ator de cinema era (excelente) cantor; Na sua voz, a canção “White Christmas” foi ouvida – segundo estatísticas – por mais de dois bilhões de pessoas durante gerações. Astrologicamente com o ascendente em Libra e signo solar Tauro, Crosby, vivenciou o canto. Possuía ainda Vênus no signo de Gemini (comunicação através das expressões artísticas). Suas atuações em filmes, personifica sublimações/regenerações da inveja em amor ao semelhante.     

 

- Clark Gable (1.901-1.960) –Possuía Vênus (amor), Júpiter (benevolência) e Saturno (responsabilidade) em Capricórnio; arquétipos de personagens que interpretou em vários de seus mais de 60 filmes.

 

Em nossos dias – e desde algumas décadas – inúmeros filmes cinematográficos abordam temas como; vida após a morte, Leis do Renascimento e Causa/Efeito, clarividência, astrologia etc. sendo que vários atores (as) – em suas vidas pessoais – declaradamente dizem serem vegetarianos.

 

Elmam Bacher (Estudos de Astrologia), nos informa que certos atores não são – de forma alguma – meros entretenimentos cinematográficos, e cita os atores acima.  (Volume VII, capítulo II, Filmes Cinematográficos).

 

José Gonçalves Siqueira, probacionista da Fraternidade Rosacruz, disse certa vez, a anos, que no decorrer das décadas vindouras, iriamos ver os Ensinamentos Rosacruzes nitidamente em vários segmentos e departamentos da vida, sem necessariamente estarem sendo classificados como tal.

 

Com lançamento em dezembro de 1.940, e produção dos estúdios Disney, o filme (uma animação onde músicas eruditas e ações são conjugadas) “Fantasia”, é visto até os dias de hoje. Nele podemos observar determinadas músicas/cenas, em nítida afinidade com os ENSINAMENTOS DA SABEDORIA OCIDENTAL:

 

- Tocata e Fuga em Ré Menor (Johann Sebastian Bach, 1685-1750). A relação som/forma.

A) “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus” (Evangelho de João, 01:01).

B) “...como acontece com os esporos ou a areia que formam figuras geométricas à vibração e um arco de violino sobre um prato de bronze” (Max Heindel em Ensinamentos de um iniciado, capítulo XXII, Nosso Trabalho no Mundo).

 

- O Aprendiz de Feiticeiro (Paul Dukas, 1865-1935). O despreparado neófito incursionando no Mundo de Desejos. (Max Heindel em Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I / pergunta #187).

 

- Sagração da Primavera (Igor Stravinsky, 1882-1971). - Conceito Rosacruz do Cosmos (Max Heindel).  Capítulo XII / Evolução da Terra, Época Hiperbórea.

 

Sinfonia nº 6, Pastoral (Ludwig Van Beethoven, 1770-1827). A muito utilizada frase utilizada pela Fraternidade Rosacruz: A natureza sendo o símbolo visível de Deus.

 

- Valsa das Flores, da Suíte Quebra Nozes, (Piotr Ilitch Tchaikovski, 1840-1893). Ritual Rosacruz de Junho; “...os pequenos Espíritos da Natureza que representam tão importante papel no serviço do mundo...esses pequenos servidores reúnem-se para o Festival das Fadas...”.

 

- Uma Noite no Monte Calvo (Modest Mussorgsky, 1839-1881). O Eu-Inferior.

 

- Ave Maria (Franz Schubert, 1797-1828). O Eu-Superior.

 

O (gigantesco e não mais existente) cine Tangará, na cidade de Santo André – SP – Brasil, possuía capacidade de 3.100 pessoas por sessão, sendo que em filmes famosos, exibiam-se três sessões diárias.

 

Foi o que ocorreu naquele domingo, dezembro de 1.980, quando seu cartaz anunciava Fantasia” de Walt Disney.

 

Irmãos da Fraternidade Rosacruz – Centro de Santo André, revezaram-se nos horários de início das três sessões, distribuindo folhetos com informações sobre suas atividades, cursos, livros, palestras etc. e revistas Serviço Rosacruz, do Centro de São Paulo.

 

Perfez-se dessa forma uma divulgação muito grande dos ENSINAMENTOS DA SABEDORIA OCIDENTAL, que resultou numa enorme procura aos Centros de Santo André e São Paulo, de pessoas interessadas.


Desnecessário dizer que na última sessão, e com ingressos antecipadamente adquiridos, grande parte dos membros do Centro Rosacruz de Santo André assistiram ou (reviram) esta magnifica produção cinematográfica. A amizade rosacruciana era vivenciada também fora da Fraternidade Rosacruz; sábados à tarde ou feriados eram preenchidos com chás com bolo nas casas de seus vários membros, num autêntico rodízio de amizade cordial, sincera e fiel. O companheirismo era exercitado sobremaneira (e no trocadilho, com sobremesa).

 

A amizade rosacruciana não era restrita apenas as atividades presenciais dentro dos Centros Rosacruzes. 


Apesar desta divulgação ser – até onde tenho conhecimento – única em termos de cinema e com grande alcance à época, sabemos que ao membro da Fraternidade Rosacruz cabe uma responsabilidade enorme: vivenciar aquilo que aprende e divulga, caso contrário estaríamos praticando a hipocrisia e perdendo rumo no que tange ao nascimento de nosso Cristo Interno.

 

Vinda da Alemanha para o Brasil - início dos anos 50 - Sofia Schrah, ingressou na Fraternidade Rosacruz, onde se tornou probacionista, dedicando longos anos de trabalho ao Centro Rosacruz de Santo André.

 

Lembro-me que, em certa palestra sobre o famoso axioma hermético “Homem conhece a ti mesmo” (Templo de Apolo, em Delfos, Grécia), esta irmã disse:

Se quiseres te conhecer, observa com - muitíssima - atenção tuas práticas diárias com relação aos semelhantes, e de forma alguma com aquilo que acumulastes em termos de conhecimentos. Desta forma te conheceras...“

Método infalível!

 

OBSERVAÇÃO:

Dos anos 50 à meados dos 70, as LIÇÃO MENSAL PARA OS ESTUDANTES, de nossa Sede Mundial (Oceanside), era em formato de livreto (acima), não havendo tradução para o português, e um mesmo assunto sendo tratado vários meses. Muitas destas Lições, foram utilizadas em palestra nos Centros de Santo André e São Paulo, sendo também publicadas na revista Serviço Rosacruz.

 

SUGESTÕES:

- A Preparação do Ator e também A Construção do Personagem (ambos de Constantin Stanislavski).

- História do Cinema Mundial (Fernando Mascarello).

- Filmes do chamadoexpressionismo cinematográfico alemão (décadas de 10 a 30 do século passado), diretores Fritz Lang, Friedrich Murnau, Robert Wiene, Paul Lani, entre outros. 

- O exercício de retrospecção (íntimo de cada um de nós).

27/09/2020

O Dia em que a Fraternidade Rosacruz foi aoTeatro

      por Jonas Taucci

As dependências do Teatro Municipal da cidade de Santo André (São Paulo – Brasil) achavam-se totalmente lotadas: poltronas, frisas e camarotes, naquela noite de outubro do ano 1.983.


Membros da Fraternidade Rosacruz – Centro de Santo André, ocupavam seus postos: bilheterias, locais de acesso ao interior do teatro, balcão de informações, e indicando também os locais às pessoas para encontrarem seus respectivos assentos. A programação era distribuída a todos:

No prospecto constava o endereço do referido Centro Rosacruz, e datas/horários de suas reuniões. Também vários folhetos dos Ensinamentos Rosacruzes foram – gratuitamente – distribuídos a todos os presentes: A Idade Aquariana, Irmãos da Rosacruz, Interpretação Rosacruz do Cristianismo, A Sabedoria de uma Dieta Vegetariana, O Emblema Rosacruz, A Nova Higiene de Vida, A Lei e Nossas Necessidades, O Valor Educacional da Astrologia, Efeitos do Álcool, Drogas e Cigarro, além de várias revistas Serviço Rosacruz (do Centro de São Paulo).

 

Houve uma ampla divulgação deste Concerto Operístico – de forma antecipada - em jornais, revistas e emissoras de rádio, o que muito contribuiu para a lotação do Teatro Municipal de Santo André (com sua estupenda acústica).

 

A maestrina e pianista Mitzi Floehlich, conduziu de forma magistral o Grupo Lírico do ABC, apresentando obras de Monteverdi, Pergolesi, Cimarosa, Scarlatti, Verdi e Rossini na interpretação de excelentes tenores, barítonos, sopranos e contraltos.

 

A Secretaria da Cultura da cidade de Santo André, cedeu gratuitamente o Teatro Municipal para tal evento e a arrecadação – integral da bilheteria – foi destinada a uma instituição de caridade voltada ao idoso, localizada na cidade de Santo André, sendo estas informações registradas em Ata de Assembleia do Centro Rosacruz de Santo André, juntamente com carta emitida pela referida instituição, notificando (e muito agradecendo) o recebimento do tão necessário auxílio financeiro.

 

Um grande número de pessoas, após o Concerto Operístico, procurou os Centros Rosacruzes de Santo André e de São Paulo, em busca de maiores informações sobre os ENSINAMENTOS DA SABEDORIA OCIDENTAL, e várias iniciaram o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz.

De ascendência austríaca, Mitzi Floehlich, eximia maestrina, cantora, organista, professora de canto e pianista, contribuiu amorosamente - uma enormidade e por décadas - para com estes Centros Rosacruzes, em suas celebrações natalinas (dezembro) e aniversários (Santo André em maio e São Paulo no mês de setembro).

 

Comparecia abnegadamente, com parte de seu (numeroso) Grupo Lírico do ABC, inserindo páginas musicais inesquecíveis nestas datas.

 

Os Hinos Rosacruzes de Abertura, Encerramento, e signos astrológicos dos meses em vigência, eram executados e cantados de forma magistral. Para se ter uma ideia de seu repertório em suas colaborações musicais na Fraternidade Rosacruz, cito algumas:

 

Lullaby (Brahms) Agnus Dei (Bizet), Ária da Corda em Sol (Bach), No Jardim de um Mosteiro (Katelbey), Pomp and Circunstance (Elgar), Magnificat (Monteverdi), Parsifal e Lohengrin (Wagner), A Flauta Mágica (Mozart), Ave Maria (Cesar Franck), Pater Noster (Liszt), Coral da 9ª Sinfonia (Beethoven), além de várias músicas natalinas e de aniversários.

Oportuno citar o artigo elaborado pelo Centro Rosacruz de Seattle (USA), final dos anos 60, com tradução de dedicados probacionistas aqui do Brasil (será publicado futuramente neste blogue), com referência às formas de divulgação dos ENSINAMENTOS DA SABEDORIA OCIDENTAL.

 

O texto descreve– entre outros itens - convidar pessoas a conhecerem os Centros Rosacruzes, presentear amigos e doar a bibliotecas os seus livros e folhetos, falar dos cursos, etc. Evidentemente, por ser artigo dos anos 60, não haver referências aos atuais avanços da informática (que muito contribuí atualmente na difusão).

 

Contudo, neste texto cita-se como o primeiro passo que devemos considerar para esta divulgação:

 

- Nossa prestação de serviço abnegado ao semelhante, acompanhado da humildade; nossos atos diários são vistos por pessoas, sendo esta a melhor forma de divulgarmos os Ensinamentos Rosacruzes. 

 

- Tudo o mais é secundário (por vezes terciário, quaternário...).

 

Tive o privilégio e a felicidade de conhecer, por anos, a maestrina Mitzi Floehlich.

 

Ela divulgou os Ensinamentos Rosacruzes pelo seu comportamento.

 

Naquele ano, teatro, evento e principalmente pela finalidade, a Fraternidade Rosacruz recebeu um sonoro (e superlativo) “bravíssimo! ”.

20/09/2020

Miguel Ângelo Buonarroti, O Filho da Luz

                              

por Delmar Domingos de Carvalho


... quando visitamos a Itália os objetivos eram essencialmente obter dados sobre os rosacrucianos desde Dante, a S. Francisco de Assis, Santo António, Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, entre outros.

 

Um dos locais que mais ansiávamos analisar e contemplar era a Capela Sixtina. Só que para analisar esta obra tão grandiosa seria necessário muitos meses...mas deu para tomarmos notas valiosas.

 

Ressaltam logo duas: os painéis centrais são 27; juntando os laterais dá o número 33; ambos encerram o nº 9, esse número cabalístico ligado à Humanidade, desde os eleitos 144 000, até às 9 Iniciações Menores. E isto leva-nos até ao poeta rosacruciano, Dante, que muito influenciou este Filho da Luz, o qual em sua obra, ” A Divina Comédia”, usa este número, com a divisão em 33 cantos, ou seja, 3x 3= 9, por sinal a idade com que Jesus Cristo nasceu para o santo etéreo monte, também igual à Latitude da Sede Mundial da Fraternidade Rosacruz, etc.

 

Por outro lado, sabe-se que as medidas desta Capela são iguais às do Templo de Salomão o que ainda mais a liga à Humanidade e ao plano cósmico.

 

Entre as figuras que Miguel Ângelo pintou, neste teto, eis que na que podemos dar-lhe o nº 25=7, está a famosa Sibila Délfica. Este retrato tem sido alvo de muitas fotos, de muitas impressões, de análises: mas há um pormenor pouco focado que está no seu pé esquerdo: surgem 6 dedos, tal como fez Rafael em dois quadros: no Casamento Místico dos altos Iniciados José e Maria em que S. José tem seis dedos também no mesmo pé, como nos relata Max Heindel na obra Iniciação Antiga e Moderna (ver página 69 da edição da F.R. de Portugal, 1999). Em Delfos houve o culto a Apolo, o Sol, o Deus da Luz, e as Sibilas deste antigo santuário tinham poderes proféticos. Note-se ainda que o quadro nº 9 foca Noé embriagado, numa ligação esotérica profunda e o que representa o seu sacrifício está no nº 7; por sua vez, o dilúvio universal, no nº 8. Ficamos por aqui e vamos até à sua escultura “ A Pietá” de Santa Maria del Fiore em Florença.



Cada qual tem a sua interpretação desta enigmática obra. Tudo leva a crer que Miguel Ângelo se representa a si mesmo ou como sendo Nicodemos ou José de Arimatéia, segundo várias opiniões. Para nós surge-nos como uma mistura destas duas personagens carregadas de rico simbolismo esotérico; ele é Nicodemos, em grego, “ o conquistador do povo”; que revela grande coragem na defesa de Cristo contra a Sua condenação (João 7-50-52) e que ajuda José de Arimatéia na colocação do corpo de Jesus no sepulcro. Ora este foi quem recolheu o sangue de Jesus Cristo no cálix, o Cálix do Santo Graal, cuja simbologia está intimamente ligada com o Amor Puro dos Cavaleiros do Graal, Ordem Iniciática da Idade-Média, à qual esteve ligado Jesus. O mesmo sucedeu com a Ordem dos Cavaleiros da Távola Redonda, do enigmático Rei Artur. Em ambos, surge o símbolo da Rosa e da Cruz.

 

Na realidade este Filho da Luz e do Fogo soube levar pesada cruz tendo como Ideal o verdadeiro e Único Cristo que veio para todas as religiões e para todos os povos; quão grande terá sido a sua dor incluindo a vida não lhe ter permitido dar o seu profundo amor de Vênus na dinâmica positiva, sublimando-o totalmente no de Urano, platônico, à sua amada, a marquesa Vottoria Calonna, mulher progressista, em cuja casa reunia pessoas de elevado nível cultural e espiritual, incluindo o português Francisco de Holanda que viria a escrever algo sobre este gênio imortal. Quantas discussões sobre vários temas transcendentais não terão sido realizadas em sua casa? Temas que a inquisição jamais poderia autorizar, antes tudo queimaria, como as obras dos rosacrucianos Picco del  Mirandola, ou de Marsílio Ficino, defensores da lei do renascimento, estas já conhecidas de Miguel Ângelo em casa de Lourenço , o Magnífico.

 

E porquê a célebre estátua de Moisés que contemplamos como uma criança…e nos lembramos da famosa frase: “ Fala Moisés”, pois porquê Miguel lhe colocou dois chifres no cimo da cabeça? Simboliza dois raios de Luz, defendem uns; mas não será muito mais? Quem iniciou e divulgou a doutrina do Cordeiro, uma Nova Religião, sendo o precursor de Jesus Cristo? Não foi Moisés? Com este profeta eis a Idade de Áries, o fim do culto a Taurus e ao mesmo tempo a abertura ao caminho Iniciático, onde as duas glândulas, epífise e hipófise se podem unir criando o caminho para o canal da Luz do clarividente voluntário.


Enfim, resta-nos focar um pouco da sua poesia, tão unida à de Dante, com uma concepção cosmológica do “ non finito” que se espelha em todas as suas obras.