por Jonas Taucci
Numa conversa com o probacionista Antônio Munhoz, no primeiro semestre de 1.988, notamos que palestras sobre o Guardião do Umbral raramente foram proferidas na Fraternidade Rosacruz; pode-se ter sido citado o assunto, mas única e exclusivamente sobre isto, não tenho conhecimento (até os dias de hoje...).
Informações na literatura Rosacruz, também são escassas.
Sugeriu-me organizarmos então, uma palestra sobre o que dispúnhamos sobre isto, que realizamos nos Centros Rosacruzes de São Paulo e Santo André no segundo semestre deste mesmo ano de 1.988.
Aqui, um resumo destas palestras, baseada na Lição Mensal do Estudante acima.
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SEGUNDO SEMESTRE DE 1.988: As palestras nos Centros Rosacruzes de Santo André (Antônio Munhoz, abaixo) e de São Paulo (autor deste artigo, mais abaixo).
(PARENTESES IMPORTANTE): As fotos acima, são de autoria de Alexandre Rodrigues; um dos primeiros probacionistas do Brasil. Este irmão – durante mais de cinco décadas – documentou fotograficamente momentos marcantes de vários Centros Rosacruzes e a Casa do Estudante (cidade de Campos do Jordão), tais como Natal, Páscoa, aniversários, solstícios e equinócios, além da histórica participação da Fraternidade Rosacruz de São Paulo, na Bienal Internacional do Livro.
Carinhosamente o chamávamos de Pulitzer, numa alusão ao nome dado ao prêmio das melhores fotos do ano.
Alexandre Rodrigues
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Um assunto que – para alguns aspirantes rosacruzes – causa certo temor, refere-se ao Guardião do Umbral.
Trata-se de uma entidade elemental criada nos planos invisíveis por todos nossos maus pensamentos, palavras e ações durante nossas existências anteriores; teremos que enfrentá-lo - como fato de transformá-lo em um bem espiritual, uma etapa na evolução - em algum momento de nosso caminho rumo a esferas superiores.
Quando o neófito adentra no Mundo de Desejos conscientemente (pela Iniciação), deve estar frente a frente com esta entidade, que representa a somatória de nosso egoísmo, cólera, inveja, luxúria, culto à personalidade etc. que não foram corrigidos e que aguardam sua erradicação.
Deve reconhecer e admitir que esta entidade é parte de si mesmo e prometer ao seu Eu Superior sanar as dívidas representadas por esta horrível forma.
Extremamente difícil (mas uma realidade), crer e aceitar que cada um de nós – no passado – cometeu profundas marcas de maldade e descaso para com nossos semelhantes necessitados e raras boas ações; a consequência óbvia disto foi que os dois éteres inferiores do Corpo Vital (Éteres Químico e de Vida) resultaram em altamente desenvolvidos, e os éteres superiores (Éteres de Luz e Refletor) praticamente “mortos por inanição”.
Passamos todo o intervalo entre vidas terrestres em regiões purgatoriais, expiando maldades pensadas, faladas e praticadas durante a vida física; não havendo Vida Celeste de que se pudesse relatar.
A Bíblia refere-se a isso na Epístola de Paulo aos Efésios (02:01):
“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados”
Devido a isto se fez – e faz – necessário a visita anual de Cristo; única forma de subjugar nosso egoísmo mediante o impulso altruístico (Urano), e assim merecer alguma permanência no Primeiro Céu.
O Guardião do Umbral, ainda que sempre presente, não é visível para o homem comum durante os intervalos entre morte e renascimento e, reiterando, em algum momento de nossa jornada evolutiva teremos que – sozinhos – confrontá-lo. Max Heindel, certa vez, tentou auxiliar um jovem neste intento.
Não conseguiu.
Sobre isto, fica a sugestão de leitura do livro A Mensagem das Estrelas, Cap. XXX – O Guardião do Umbral – Horóscopo 02. (Veja nota final)
Este embate, trata-se de uma tarefa individual de cada um de nós, para com seu Guardião do Umbral individual.
Geralmente esta entidade manifesta-se como um ser do sexo oposto; através dele somos sempre tentados a cometer atos que simbolicamente nos expulsam do Jardim do Éden (Iniciação Antiga e Moderna – capítulo V – A Glória de Shekinah – parte A Lua Cheia como um fator de crescimento anímico). (Veja nota final)
Um dos maiores entraves para o embate com o Guardião do Umbral constitui-se no medo.
Este deve ser conquistado prioritariamente, aliado à força de vontade, equilíbrio e persistência. Entretanto, se não obtermos uma fortaleza espiritual não passaremos por esta prova; um bom exemplo disto acha-se no livro Zanoni do inglês Edward George Bulwer Lytton (1.803-1.873) citado por Max Heindel no livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I – Pergunta 187.(Veja nota final)
Fortaleza espiritual – conscientizemo-nos – não são conhecimentos obtidos através da leitura de livros, cursos, palestras, artigos, conhecimentos esotéricos ou astrológicos etc. e sim na praticidade diária daquilo que Cristo nos ensinou.
A antítese:
Não nos esqueçamos também das palavras de Max Heindel no livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Voluma I – Pergunta 76:
“O Anjo da Guarda não é exatamente uma entidade pertencente a uma evolução superior, mas é a incorporação personificada das nossas boas ações em todas as nossas vidas passadas que, embora invisíveis para nós, estão sempre conosco, impelindo-nos a agir corretamente e a praticar cada vez mais o bem”. (Veja nota final)
O Amor Crístico emanado por cada um de nós e direcionado para com nossos semelhantes, constitui-se na grande solução e faculdade que nos fará vencer o
Guardião do Umbral, nos livrará da carga passada e nos permitirá trabalhar juntamente com os Irmãos Maiores.
Então poderemos estar seguros de que não somente estaremos saldando dívidas do destino, mas também acumulando tesouros no céu.
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No próximo dia 21 de junho, 06h12m (horário de Brasília), o Sol ingressa no cardinal e aquático signo zodiacal de Câncer.
Por orientação de nossa Sede Mundial (Oceanside), oficiemos dia 20 deste mesmo mês, o Ritual Rosacruz do Solstício de Junho. (veja aqui)