por Jonas Taucci
Em meu trabalho profissional – a décadas com
livros - tenho minhas preferências literárias: uma delas são as
biografias.
A biografia de Max Heindel está amplamente
divulgada nas redes sociais, bem como seu Tema Natal (horóscopo). A obra “Memórias
sobre Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz”, de Augusta Foss de Heindel,
estão entre as mais conhecidas.
Existem também relatos sobre o Sr. Heindel de
pessoas que foram contemporâneas do fundador da Fraternidade Rosacruz, um deles
é de autoria de Art Taylor: “Max Heindel, tal qual o conheci”.
Mas, o relato que sempre me chamou a atenção,
pertence a Sra. Bessie Boyle Campbell, publicado a muitos anos pela ”Rays from the Rose Cross” (Sede Mundial), e
posteriormente traduzido pela Fraternidade Rosacruz de São Paulo. O referido
depoimento da Sra. Campbell foi publicado na revista “Serviço Rosacruz”,
número 198, de julho do ano 1.975, páginas 141 a 143.
Transcrevo abaixo – na íntegra – este
depoimento, acreditando ser a única informação, até onde sei, que aborda a vida
anterior de Max Heindel, ainda que resumidamente.
Meu primeiro encontro com Max Heindel foi numa noite de 1.908, em Yakima,
Washington, à entrada de um salão de conferências. Eu havia lido no diário
local o anúncio de sua conferência sobre “A vida depois da morte”, franqueada
ao público. Ora, eu havia sido criada e educada em ambiente estritamente
episcopal e os assuntos dessa natureza espiritual eram incompreensíveis por
eles.
Perguntei a minha irmã e a minha mãe se podiam acompanhar-me para
assistir a conferência, pois o salão em que a mesma se realizaria, ficava numa
rua pouco recomendável para uma moça andar só. Não é demais dizer que não me
deixaram ir só. Quando cheguei à entrada do salão, defrontei-me com três
pessoas. Em que logo reconheci o casal Swigart e o próprio Max Heindel.
Ao contemplar o rosto e a figura de Max Heindel, tive a sensação
momentânea de achar-me diante de um sacerdote, embora ele estivesse trajado
como qualquer homem de negócios.
Muito tempo depois, durante uma de suas aulas, ele nos contou que em seu
anterior renascimento, há trezentos anos, havia sido um sacerdote católico na
França.
Fiquei satisfeita ao ver confirmada minha intuição.
Observando o auditório daquele velho salão, onde Max Heindel proferiu a
primeira das dez conferências, notei que em sua maioria era composta de
mendigos e desocupados, que ali haviam ido, mas para proteger-se do frio e da
neve do que propriamente para ouvi-lo.
O conteúdo de sua dissertação estava além de meu alcance de entendimento,
não obstante seu forte magnetismo pessoal e a grande eloquência que me levava a
crer firmemente em cada palavra que dizia, como grande verdade.
Compreendi que havia ouvido um grande homem, abordando assuntos
transcendentais. Senti que nesses ensinamentos havia encontrado o que há tempo
buscava.
Muito tempo depois, pergunte-lhe o que era isso: magnetismo pessoal. Ele
me respondeu que era um poder obtido mediante atos de bondade, nesta e em vidas
anteriores. Explicou-me que é visto pelo místico como uma aura dourada que os
grandes mestres costumam pintar ao redor da cabeça dos santos, em suas obras
clássicas.
Assisti suas conferências e lições, nessa ocasião, durante seis semanas,
recomeçando tempos depois. Ele não havia publicado ainda a grande obra “O
Conceito Rosacruz do Cosmos”, pois não havia chegado o ano de 1.909.
Suas conferências e lições eram mimeografadas. Em 1.910 assisti novamente
as suas dissertações, já com público numeroso, em Los Angeles. Max Heindel
costumava entremear de vez em quando, em suas palestras, com observações
engraçadas, alegres e simpáticas.
Outras vezes permanecia muito sério e circunspecto. Ele sentia uma grande
compaixão por todas as almas que sofriam. Em 1.911 recebi dele uma carta em que
me comunicava iniciado os trabalhos de Cura. Nessa oportunidade eu passava por
um precário estado de saúde, internada em um hospital de Pasadena, com febre
altíssima. Depois de ler sua amável carta, meu quarto se inundou de luz, e eu
senti uma tal exaltação que não posso descrever.
Eu vinha orando intensamente e incessantemente quando isso sucedeu. Na
manhã seguinte minha febre havia desaparecida por completo e, depois de alguns
dias, achava-me em minha residência restabelecida.
Minha mãe, que também chegou a ser probacionista, passou para o além em
1.915 e Max Heindel veio ao funeral e usou a palavra. Em certo momento ele me
disse: “ Bessie, coloque sua cadeira junto ao ataúde para que sua mãe possa
sentar-se”.
Ele sorriu diante da cadeira para nós vazia e então lhe perguntei se
mamãe se sentia feliz, e ele me respondeu: “ Ela está muito séria e
impressionada com a mudança”.
Os trinta amigos que se achavam presentes ficaram muito impressionados ao
ouvirem suas palavras.
Mas Heindel sempre irradiava uma dulcíssima simpatia e bondade, em sua
habitual humildade.
Sinto que, pela oportunidade de haver conhecido esta grande alma, recebi
a maior benção deste mundo, além do conhecimento da verdadeira religião Cristã
que me veio à mente e ao coração, por seu intermédio.
Há quem possa argumentar sobre a mãe da Sra.
Campbell estar impressionada ao lado do ataúde de seu corpo denso, e não ser
citado a revisão do panorama de sua vida, que deveria estar fazendo, como diz
os Ensinamentos Rosacruzes.
No tocante a este fato, indico os livros:
*** “Filosofia Rosacruz em Perguntas e
Respostas” – Volume II – pergunta # 15, de Max Heindel. (veja aqui)
*** “Na terra dos mortos que vivem”, capítulo
VII, de Prentiss Tucker.
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Edições da Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil |
Em todas biografias e relatos sobre Max
Heindel, sempre encontramos seu comportamento perante seus semelhantes como
sendo de um amigo e irmão.
Nós, aspirantes rosacruzes, podemos nos tornar
maiores e mais eficientes divulgadores da Filosofia Rosacruz, por meio de uma
vida exemplar, de nossa postura, de nossos exemplos, cuja ressonância supera as
mais eruditas palestras, os mais profundos conhecimentos e os mais lapidados textos
sobre os ENSINAMENTOS DA SABEDORIA OCIDENTAL.