22/12/2011

Uniões Continentais (III)

por Delmar Domingos de Carvalho

A UNIÃO EUROPEIA
A minha imagem da Europa é uma Instituição de Estados baseada no amor fraterno desde os muçulmanos da Turquia aos jesuítas de diversos povos.
J.A.Coménio (1592-1670)
 
Quando Coménio, o Patrono da UNESCO, defendeu estes ideais, em seu trabalho “ Os Clamores de Elias”, 1675-1670, a Europa estava sob uma enorme tempestade de lutas fratricidas, guerras políticas e religiosas.
Porque lutou pelo entendimento entre os diversos povos europeus, fossem quais fossem os seus credos, foi considerado por alguns fanáticos, como herético, especialmente, por um fundamentalista calvinista, Samuel Maresius, professor universitário!
Coménio está sendo cada vez mais conhecido pelos seus ideais de democratização do ensino, ele foi o primeiro que defendeu que as mulheres tinham os mesmos direitos que os homens na educação, como esteve ao lado de ensino especial para os irmãos e irmãs com mais problemas físicos e mentais. Também são conhecidas as suas ideais sobre o Governo Mundial, o Tribunal Internacional da Paz, o Parlamento Mundial.
Tempos virão que os seus ideais, utopistas, serão concretizados, ao longo da Idade do Aquário, a partir do século XXVII e durante os dois mil anos seguintes.
Esta é a nossa interpretação do movimento cósmico, como é ainda a nossa profunda aspiração a de que cada pessoa seja um cidadão do mundo.
O nome do seu trabalho CLAMORES DE ELÍAS, foi bem escolhido, face á sintonia com os seus, como à íntima união entre este profeta, com Moisés e ainda com João Baptista, para a construção da Fraternidade Universal.
A partir desta mensagem comeniana, na chamada primavera dos povos, em 1848, Vítor Hugo, outro rosacruz, defende, categoricamente, a criação dos Estados Unidos da Europa, ou a Europa Nação. Como se sabe, esse movimento foi um conjunto de processos revolucionários, com índole nacionalista, que na Europa ocorreu nesse ano, visando o respeito das minorias, que exigiram uma nova ordem global
Vítor Hugo no congresso de Paz, organizado pelo ideólogo italiano Giuseppe Mazzini, em 1849, apresenta os seus ideais sobre uma fraternidade europeia, dizendo que virá um dia em que as balas e os canhões serão silenciados e substituídos pelos votos dos cidadãos europeus para um Senado Europeu, no futuro Estados Unidos da Europa. Volta a defender este ideal em 1851 e, no seu artigo sobre o tema O Futuro, em 1867, afirma que, no século XX, haverá uma Nação que não se chamará França, mas sim, Europa, e nos séculos seguintes será mais avançada, para idealizar, em 1870, primeiro, os Estados Unidos da Europa, e por fim o Governo Mundial numa união de todos os povos.
Doa a sua biblioteca para o futuro Estados Unidos da Europa em que Paris seria a capital, aqui não concordamos, defendemos que será a cidade de Praga, aquela que é o centro do mapa simbólico da Virgem Europa, que está na Biblioteca de Strahov, data de 1582, em que a Lusitânia é mais do que o cume da cabeça ou o rosto da Europa, ela é a glândula pineal, a porta da Luz, da Sabedoria, que a derramará no V Império, cultural, espiritual, fraterno, por meio da lusofonia, cultura universalista, do Padre António Vieira, de Fernando Pessoa, de Agostinho da Silva, etc.
Desde então e até aos nossos dias lembremos apenas os ideais de Churchill, em 1946, algo imperfeitos, aos do belga Guy Verhofstadt que defendeu no seu trabalho a criação dos Estados Unidos da Europa, em 2005.
Outros o têm feito, alguns melhorando as estruturas da UE, desde o seu embrião, em 1951, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, até, em 1957, a criação da CEE.
Temos escrito em vários jornais alguns artigos sobre como construir esta organização singular, qual tentativa de vencer os separatismos e unir os povos por laços solidários e de cooperação para o seu bem comum.
Entendemos que, cada vez mais se deve procurar os elos que uniram os povos deste velho continente, pela positiva, e são muitos, não só em termos de humanismo cristão como nas suas ligações e intercâmbios libertadores com as culturas de raízes judaicas e muçulmanas. Não será Hora de esquecermos as partes negativas, as guerras, etc, e unirmo-nos por laços de verdadeira união?
Muito embora a UE esteja atravessando um período muito difícil, por diversos erros cometidos e porque faltam novos projetos para uma profunda renovação das suas estruturas, em que deverá haver mais altruísmo, mais solidariedade, mais justiça social entre todos, e assim por diante. Desde já existem condições para dentro da UE se unirem as actividades ligadas às Ciências, com projectos comunitários, como noutras áreas desde a fiscal, na educação, na justiça até à segurança, no respeito pela identidade de cada qual e na igualdade de todas as nações.
Confiamos que a UE irá dar passos no sentido de, a seu tempo, se criar uma Federação de Estados e depois a tal utopia dos EUE.
Esperamos que esta nave seja cada vez mais a da “ CONCÓRDIA”, e una os cidadãos em bases seguras de acordo com os ideais universalistas.
Esperemos que este belo projecto de cor do céu azul, a cor do Pai, com 12 estrelas, um número cósmico de grande significado libertador, brilhando sobre todos os países, irradie para toda a área que abrange o tal mapa da Virgem Europa e que vai até à actual Ucrânia e Turquia, dado que tem ligações passadas e presentes, como a sua cabeça está na Europa, o corpo na Ásia, qual ponte para unir os dois continentes se ela souber resolver os seus difíceis problemas, o que desejamos para Bem de todos os povos e ainda a Rússia numa fase algo mais distante...
Finalmente, louvamos os projectos na UE que têm o nome de Coménio, ligados às escolas e que deviam ser alvo de mais estudo em todas as outras áreas na construção desta Europa Unida.
                                                                                                            (continua)

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