15/11/2020

A Sonoridade da Fraternidade Rosacruz

FRATERNIDADE ROSACRUZ – CENTRO DE SANTO ANDRÉ - Março de 1.988. Palestra ministrada (e musicalmente ilustrada) pela probacionista, palestrante, e professora de música Maria Lázara Franzini:“A Relação Música/Deus Solar”. (Foto do probacionista Cristovão Martins.)


por Jonas Taucci

A música ocupa uma posição importantíssima dentro dos ENSINAMENTOS DA SABEDORIA OCIDENTAL; Art Taylor em “A Escala Musical e o Esquema de Evolução”, nos dá uma magnifica explicação sobre isso.

 

Importantíssimo ressaltar que nos oficiamentos dos Rituais, a música está presente (Hinos de Abertura, Encerramento e signo astrológico do mês em vigência), e acertadamente alguns Centros Rosacruzes incluem no Ritual de Cura, a Canção do Serviço da Rosa Branca”, num perfeito sincronismo com os dizeres do referido Ritual: “A Rosa Branca e pura é o símbolo do coração do Auxiliar Invisíveis”.

 

As músicas contidas em Songs of Light”, de nossa Sede Mundial (Oceanside), fortalecem a egrégora dos Centros Rosacruzes, principalmente se forem tocadas e cantadas ao vivo pelos presentes.

 

Max Heindel cita três vertentes das artes (arquitetura, pintura e música), como sendo formas de espiritualizar nossos corpos (Denso, Vital, Desejos e Mente), informando que facilmente (e fisicamente) podemos - com nossas mãos - segurar uma obra arquitetônica e uma tela ou quadro de pintura, contudo, ser impossível fazer isso com os sons musicais.

 

Talvez por isso, a Lição Mensal para os Estudantes, (Oceanside), maio de 1.958, tenha este curioso título, e numa tradução livre, cito algumas de suas passagens nestas semanas que antecedem o Natal; data tão significativa para toda a humanidade, e sempre relacionada com a música.



TRECHOS DE “A MÚSICA:ARTE ILUSÓRIA


*Quando os Senhores das Chamas implantaram o germe que mais tarde converte-se em nosso presente Corpo Denso, eles também nos deram a capacidade para desenvolver os ouvidos.

 

*Ouvindo os sons da natureza (vento, chuvas, trovões ondas do mar etc.), entramos em contato com a nota chave de nosso planeta Terra.

 

*Estamos em dívida com os Senhores de Vênus pelas muitas alegrias encontradas em nossas existências na Terra; deles recebemos todas as manifestações das artes, das quais a música é a que mais nos influencia.

 

*A música nos inspira com o transcendental amor de Deus, a fonte e meta de todo este belo mundo em que vivemos.

 

*Sobre o tom, John Gardiner Brainerd (poeta americano que viveu entre 1.795 a 1.828, nota do tradutor), nos deixa esta pérola:

 

“Deus é seu autor, não o homem,

Ele provê a nota chave de todas as harmonias,

Deus edificou todas as perfeitas combinações,

E Ele nos fez de modo que pudéssemos ouvi-las e as compreenderem”

 

*A música possui maior influência em nosso desenvolvimento e crescimento de nosso SER, que quaisquer outras manifestações artísticas.

 

*Ela toca nossos corações como nenhum outro fator pode realizar, pois está conectada com nossos veículos superiores.

 

*Durante o período em que estamos vivendo nesta Terra, encontramo-nos exilados de nosso Lar Celestial; então nos chega da música uma fragrância de inexplicáveis memórias. O eco de um local onde a paz e alegria exista de uma forma plena.

 

*Ao apreciarmos as grandes obras musicais, sejamos sabedores que elas nos chegam das Regiões Superiores.

 

*A música é a linguagem universal.



Lembro-me que diversos palestrantes de Centros Rosacruzes do Brasil, a décadas passadas, incentivavam seus membros e ouvirem – durante as semanas que antecedem o Natal – músicas alusivas a esta data em seus lares.

 

Recentemente (dezembro de 2.018), compareci a um Concerto Natalino no maravilhoso Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde sua Orquestra Sinfônica, sob regência do maestro Claudio Cruz apresentou diversas músicas relacionadas ao Natal. Fatto per la notte di Natale, composição do italiano Arcangello Corelli 1653-1713, iniciou o concerto, e o final contou com Noite Feliz.


Foto (detalhe) do prospecto distribuído no Theatro Municipal do Rio de Janeiro


Ao término do concerto, o maestro dirigiu-se ao público e disse:

 

- “Que estas sonoridades do Natal, possam acompanhar-nos durante todo os dias do Ano Novo; imbuídos do desejo de sermos úteis, na prática, aos nossos semelhantes”.

 

Isto são Ensinamentos Rosacruzes...


SUGESTÕES PARA LER E OUVIR:

O Mistério das Grandes Óperas (Max Heindel). (veja aqui)

A Escala Musical e o Esquema de e Evolução (Art Taylor). (baixe em PDF aqui)

Uma Nova História da Música, do autor austríaco radicado no Brasil, Otto Maria Carpeaux (1.900-1.978).

Sobre os Hinos da Fraternidade (veja aqui)

Ouça a Canção do Serviço da Rosa Branca (vídeo)



14/11/2020

Referente à Humildade


Alcançar a verdadeira humildade é uma das coisas mais difíceis de atingir na vida.O ser humano está sempre sujeito a se vangloriar. Sempre se considera bom, abnegado e serviçal. Com esta informação no seu subconsciente pode transformar o seu trabalho em uma farsa. Trocar o ouro de espírito pelo brilho metálico da vaidade.

 

Como se pode extirpar esse cancro que se aloja no íntimo do ser humano e compromete sua obra de perfeição? Orai e vigiai, aconselha o São Paulo, com o coração devoto, porque se uma oração carece do sentimento profundo de devoção, torna-se um exercício automático que não fornece ajuda nem sustentáculo. Devemos lembrar eternamente, que Deus está dentro de nós e os nossos acertos são obras Dele. Sem esta Divina manifestação, de onde viria a nossa glória?

 

A vaidade humana pode frustrar completamente a finalidade da nossa caminhada para alcançar a sublimação e o aperfeiçoamento da nossa divinização na transformação do vil metal em ouro do espírito.

 

Para chegar a perfeição, a caminhada é longa, acidentada. Acreditar que não contrariando as leis humanas seremos virtuosos é uma ilusão. Quanto mais a luz brilha, mais nítida são as sombras e melhor podemos descobrir mais faltas, das quais antes nem tínhamos conhecimento. Quando nos conscientizamos desse fato nossa reação não deve ser de desânimo. Devemos agradecer ao Senhor pela oportunidade de um trabalho melhor, para um aperfeiçoamento mais profundo. Encontrando falhas escondidas, devemos nos alegrar com a oportunidade de poder sublimá-las, porque, como nada se perde e como tudo se transforma, a sublimação é o único caminho que podemos tomar para efetuar o “nosso trabalho” humildemente.

 

Os acertos não devem dar a oportunidade para o nosso orgulho, já que num piscar de olhos podemos tropeçar.

 

O reconhecimento e o elogio são outras pedras de tropeço no caminho, dificultando, mais do que ajudando, o progresso. Quando perguntamos: Será que reconhecem meu trabalho? Será que observam minha dedicação? Será que me consideram? São sugestões de vaidade do eu inferior. Se quisermos realmente alcançar o reto e estreito caminho é bom que nos abstenhamos destas sugestões. Se somos sinceros conosco, de nada adiantam os reconhecimentos, pois, bem sabemos o quanto temos que melhorar, lutar para o purificar nossas rejeições e antipatias e aprender a amar.

 

A verdadeira paz e harmonia só podemos alcançar com a humilde aceitação e consciência de que tudo que é Bom, Verdadeiro e Belo vem do nosso Divino Pai Interno, que quer nos salvar, dignificar e iluminar para que alcancemos nossa meta – a Comunhão Espiritual.

 

Publicado no “ECOS” da Fraternidade Rosacruz, setembro outubro de 1993 com as iniciais M.M.