14/11/2020

Referente à Humildade


Alcançar a verdadeira humildade é uma das coisas mais difíceis de atingir na vida.O ser humano está sempre sujeito a se vangloriar. Sempre se considera bom, abnegado e serviçal. Com esta informação no seu subconsciente pode transformar o seu trabalho em uma farsa. Trocar o ouro de espírito pelo brilho metálico da vaidade.

 

Como se pode extirpar esse cancro que se aloja no íntimo do ser humano e compromete sua obra de perfeição? Orai e vigiai, aconselha o São Paulo, com o coração devoto, porque se uma oração carece do sentimento profundo de devoção, torna-se um exercício automático que não fornece ajuda nem sustentáculo. Devemos lembrar eternamente, que Deus está dentro de nós e os nossos acertos são obras Dele. Sem esta Divina manifestação, de onde viria a nossa glória?

 

A vaidade humana pode frustrar completamente a finalidade da nossa caminhada para alcançar a sublimação e o aperfeiçoamento da nossa divinização na transformação do vil metal em ouro do espírito.

 

Para chegar a perfeição, a caminhada é longa, acidentada. Acreditar que não contrariando as leis humanas seremos virtuosos é uma ilusão. Quanto mais a luz brilha, mais nítida são as sombras e melhor podemos descobrir mais faltas, das quais antes nem tínhamos conhecimento. Quando nos conscientizamos desse fato nossa reação não deve ser de desânimo. Devemos agradecer ao Senhor pela oportunidade de um trabalho melhor, para um aperfeiçoamento mais profundo. Encontrando falhas escondidas, devemos nos alegrar com a oportunidade de poder sublimá-las, porque, como nada se perde e como tudo se transforma, a sublimação é o único caminho que podemos tomar para efetuar o “nosso trabalho” humildemente.

 

Os acertos não devem dar a oportunidade para o nosso orgulho, já que num piscar de olhos podemos tropeçar.

 

O reconhecimento e o elogio são outras pedras de tropeço no caminho, dificultando, mais do que ajudando, o progresso. Quando perguntamos: Será que reconhecem meu trabalho? Será que observam minha dedicação? Será que me consideram? São sugestões de vaidade do eu inferior. Se quisermos realmente alcançar o reto e estreito caminho é bom que nos abstenhamos destas sugestões. Se somos sinceros conosco, de nada adiantam os reconhecimentos, pois, bem sabemos o quanto temos que melhorar, lutar para o purificar nossas rejeições e antipatias e aprender a amar.

 

A verdadeira paz e harmonia só podemos alcançar com a humilde aceitação e consciência de que tudo que é Bom, Verdadeiro e Belo vem do nosso Divino Pai Interno, que quer nos salvar, dignificar e iluminar para que alcancemos nossa meta – a Comunhão Espiritual.

 

Publicado no “ECOS” da Fraternidade Rosacruz, setembro outubro de 1993 com as iniciais M.M.

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