30/06/2013

Falando em Arquétipos

por Gilberto Silos
Consultando o “Aurélio” vamos encontrar ARQUÈTIPO definido como “modelo de seres criados”, “padrão” “exemplar”. De um modo geral, conceitua-se arquétipo como o padrão original de alguma coisa.
 
Segundo os ensinamentos rosacruzes há um arquétipo para cada indivíduo no mundo. O corpo denso é uma cópia física exata do arquétipo, um modelo vivente, vibrante, formado na Região do Pensamento Concreto. Quando o corpo é imperfeito ou enfermo é porque o arquétipo não foi bem formado. Sua elaboração condiciona-se ao nível evolutivo e estado de consciência do espírito. O espírito forma o arquétipo com o auxílio das Hierarquias Criadoras, principalmente os Senhores da Mente.
 
O espírito põe o arquétipo em vibração através de um som, correspondente à nota chave do átomo-semente do corpo denso. Este som emite uma cor característica, de acordo com o estado de consciência do indivíduo. Som e cor podem alterar-se no transcurso da vida, à medida que o corpo físico ai experimentando transformações. Quando o som cessa, o arquétipo para de vibrar e o corpo denso morre.
 
A qualidade do material aglomerado para a formação de um corpo denso depende do átomo-semente. Mas, a quantidade depende do arquétipo, o qual determina a forma, a altura, o peso e a aparência física. É um modelo vivo do corpo.
 
Toda ação produz um efeito no arquétipo. Se ela se harmoniza com as leis da evolução, o arquétipo se fortalece e sua duração pode ser prolongada. Em caso contrário, a tendência é ele debilitar-se e destruir-se. Em cada renascimento o espírito recebe várias oportunidades para evoluir. Se ele as aproveita integralmente, ou quase, sua existência aqui neste plano poderá até ser prolongada. Porém, caso o espírito enverede por caminhos perigosos e extremamente destrutivos, sua passagem pelo mundo físico poderá ser abreviada pelas Hierarquias que eliminam o arquétipo.
 
Na Região do Pensamento Concreto quando se deseja conhecer ou estudar alguma coisa, basta concentrar-se em seu arquétipo. Ele emite um som capaz de, imediatamente, ensejar uma noção de cada uma das fases de sua natureza, oferecendo uma visão de seu passado e a história do seu desenvolvimento. Mas Heindel, com a habilidade característica dos iniciados, pode vislumbrar muita coisa através dos arquétipos, inclusive modificações geomorfológicas que futuramente ocorrerão neste planeta.
publicado no ECOS da Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil de julho, 1994

08/06/2013

Angelus Silesius e o Nosso Cristo Interno (*)

Provavelmente todo estudante Rosacruz já tenha ouvido falar em Angelus Silesius.

Citado e chamado de místico por Max Heindel no Conceito Rosacruz do Cosmos (capítulo XV-Cristo e sua Missão), Angelus Silesius possui uma biografia peculiar.

Desconhecemos o dia de seu nascimento, porém sabemos que nasceu de pais luteranos na Silésia, sendo batizado no dia 25 de dezembro de 1.624, com o nome de Johannes Scheffler, e a exemplo de seus pais, seguiu a religião luterana.

Filho primogênito formou-se em medicina, doutorou-se em filosofia e apreciava a poesia.

Por volta de 1653, abandona o luteranismo, abraça o catolicismo e muda seu nome para Angelus Silesius.

Sua obra mais importante, sem dúvida, “O Peregrino Querubínico” (também conhecida em países de língua portuguesa como “O Viajante Querubínico“) possui uma particularidade : está escrita em dísticos (grupo ou estrofe de dois versos), e toda ela - mística por excelência - alicerçada no desabrochar de nosso Cristo Interno.

Abaixo, alguns deles – de uma profundidade espiritual enorme para a época - ficando claro para o estudante Rosacruz, a relação dos mesmos com o Cristo Interno de cada um de nós.

Ainda que Cristo nascesse mil vezes em Belém, se não nascer dentro de ti, tua alma ficará perdida. (Este trecho é o mais conhecido pelo estudante rosacruz, sendo encontrado no Conceito Rosacruz do Cosmos, e no Ritual do Serviço do Solstício de Dezembro).

O que importa, Gabriel, tua saudação à Virgem, se a mesma mensagem a mim não se dirige? (Gabriel, anjo Lunar, anunciou à Maria, símbolo de pureza, virgindade comportamental e casticidade de caráter, o nascimento de Jesus, nosso Cristo Interno. Devemos transportar e vivenciar isso para nosso íntimo) .

Recolhe-te em ti mesmo. E lá encontrarás, e não em terra estranha, a pedra filosofal. (Aqui, um correlato com as palavras de Cristo, em Lucas 17:20 “ O Reino de Deus não vem com aparência exterior”.

E na medida que em que meu eu desaparece, que o eu do meu Senhor se revigore e cresça. (Meu eu/eu inferior, sendo transmutado em Eu do Senhor/Eu Superior).

A alma é um cristal, a divindade, a luz. E o corpo em que vives, o estojo que as conduz. (Alma é a somatória de todas as boas ações que praticamos em nossas existências, e o cristal, elemento que os Espíritos Lucíferos não possuem acesso. Vide o livro “Carta aos Estudantes” de Max Heindel, carta 32) .

Dançam estrelas, põe o Sol tudo a mover: Não pertences ao Todo, se fixo é teu ser. (Uma alusão à música das esferas, já que dançar, está intimamente ligado à música. O “caminhar sonoro” das estrelas pelo universo, e também nossa mobilidade Planos Interno/Renascimento na Terra.) .

Como Deus, sou rico. Nem um grão de poeira Ele pode ter que eu também não tenha. (A referencia de nossa origem divina, sem nenhuma conotação material. Nossa riqueza espiritual; somos "Cristos-em-formação").

Se queres chamar o Altíssimo de Pai, deves primeiro reconhecer que és seu filho. (Devemos reconhecer nossa filiação espiritual, e vive-la).

O teu coração recebe Deus e todo seu valor, quando diante dele se abre como uma rosa.(As sete rosas, glândulas endócrinas, desabrochando, florindo em nosso íntimo. O desabrochar de nosso Cristo Interno) .

Amigo, agora basta ! Se ainda queres ler, vai, e torna-te a Escritura e a Essência. (Devemos vivenciar o que lemos e  aprendemos. A veracidade de uma filosofia está em sua vivência , no serviço amoroso e desinteressado ao nosso semelhante).
(*) Artigo originariamente escrito pelo autor para este blog.