27/08/2021

O Pensamento Na Construção Do Caminho Espiritual

 por Roberto Costa 
Tem sido dito: "Como o homem pensa em seu coração, assim ele é". De fato, o pensamento é uma força criadora, o poder que permite ao Espírito expressar-se. Podemos dizer que tudo o que está no mundo, feito pela mão rio homem é, a rigor, pensamento cristalizado.

Além da mente, para a concepção de um pensamento, é necessária uma ideia gerada pelo Ego na Região do Pensamento Abstrato. A mente receptiva acolhe esta ideia e dá origem a um pensamento. Presentemente, entretanto, a mente não está focalizada de forma a permitir uma imagem clara e verdadeira do que o Espírito imaginou, Essas imagens ainda não são nítidas. Por isso, no presente estágio de ' desenvolvimento, o homem necessita experimentar no mundo físico o que concebe mentalmente, até que tenha condições, no futuro, de emitir a palavra criadora.

Paulo, na Epístola aos Filipenses, Cap. 4, vers. 8, nos dá um conselho muito prático sobre como ocupar nossa mente de forma correta quando diz: "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai".

O pensar corretamente nos valores do Espírito, como nos ensina Paulo, é sem dúvida uma maneira eficaz de trabalhar para o desenvolvimento da individualidade. A mente ocupada nesse trabalho de elevação espiritual não favorece o seu emprego equivocado para o fortalecimento da personalidade e do eu inferior.

Em "Cartas aos Estudantes", Max Heindel nos proporciona dois exemplos marcantes do poder do pensamento, desde que se saiba canalizar esse poder, de forma adequada, no sentido do bem e das leis superiores, O primeiro exemplo está mostrado na carta nº 96, intitulada "Aumentar a Vida do Arquétipo".

Diz Max Heindel que "todos os atos de cada ser humano produzem um efeito direto no arquétipo do corpo. Se o ato está em harmonia com a lei da vida e da evolução, fortalece o arquétipo e causa um prolongamento da vida em que o indivíduo alcançará o máximo de experiência e conseguirá um desenvolvimento anímico muito importante em harmonia com seu estado evolutivo e sua capacidade de aprender. (...) outro que desperdiça a corrente vital e se esforça em escapar de seus Inconvenientes e deveres, afastar-se-á da perfeição. Nesse último caso, a vida do arquétipo encurtar-se-á".

O que o poder do pensamento tem a ver com essa situação? Tudo, pois os atos nada mais são do que a expressão do pensamento. Mais ainda, nossos pensamentos são mais importantes que os nossos atos. Se pensarmos sempre corretamente, agiremos corretamente, em consequência. Se cultivarmos essa categoria de pensamentos, cedo encontraremos a luz. E como o semelhante atrai o semelhante, atrairemos pessoas com a mesma índole e com auras de mesma natureza que a nossa, multiplicando o poder do bem.

O segundo exemplo, não menos marcante, dado por Max Heindel, é o da "Lei do Êxito em Assuntos Espirituais", tema da carta nº 97, na qual Max Heindel enuncia:

a) determinar definida e claramente aquilo que desejamos: desenvolvimento da força curadora, aumento da visão, auxílio invisível, facilidade de palavra para dar conferências e disseminar a Filosofia Rosacruz, etc..

b) uma vez decidida uma finalidade, nunca admitir, nem por um momento, um pensamento de medo ou fracasso. Deve-se sim, cultivar uma determinação de levar a cabo nosso objetivo a despeito de todos os obstáculos.

Os pensamentos de amor são, no entanto, as demonstrações mais sublimes do poder do pensamento. Eles permitem dar cumprimento ao segundo mandamento de Cristo: "Curar os enfermos", como está maravilhosamente expresso no Ritual de Cura da Fraternidade Rosacruz: "É um privilégio estarmos aqui no meio de todos estes pensamentos de amor e de preces, e oferecermo-nos como canais, para receber e libertar a força curadora que provém diretamente do Pai (..) Essa forma (a súplica) eleva-se no espaço a grande distância e, sintonizando-se com as vibrações do Cristo, do Mundo Interplanetário do Espírito de Vida, atraí para si uma Força Divina que penetra na pessoa ou no grupo de pessoas e Vivifica o pensamento-forma que elas criaram”.

 Ritual do Serviço de Cura (PDF)

23/08/2021

Mestres e a Iniciação

 Pergunta: Por que os ocultistas nos falam de Mestres e de iniciações, quando outras escolas — místicas — parecem ensinar que o homem pode aprender sozinho e alcançar Deus sem a necessidade de iniciação e de Mestres? O homem não pode chegar a consciência do "Eu" sem essas coisas? As iniciações referem-se unicamente ao desenvolvimento de poderes latentes existentes no home? Existem iniciações dentro do misticismo? São as mesmas como as do ocultismo?


Resposta: Se todos nascessem com o mesmo temperamento, haveria necessidade de um único caminho para eles Todos precisariam das mesmas experiências a fim de elevar a sua consciência até a união com Deus. No entanto, como cada um é fundamentalmente diferente de todos os outros, as experiências necessariamente diferem, e certas linhas gerais de orientação revelam-se necessárias a fim de obter os resultados desejados para todos. Por conseguinte, restritamente falando, há tantos caminhos que levam a Deus quanto há espíritos separados em evolução.

De forma geral, podemos dizer que há dois caminhos, um que leva a união pela fé, e outro que é o caminho da salvação pelo trabalho. Em um certo ponto, estes dois caminhos convergem, e aquele que foi crescendo exclusivamente pela fé, descobre a necessidade de elevar-se também pelo trabalho, enquanto que a pessoa que foi evoluindo pelas obras, independente da crença, vê-se compelida pela experiência, pela qual ela está passando, a também ter fé. Uma pessoa pode aprender a falar uma língua estrangeira através da gramática e outros recursos similares, embora nunca tente á visitado o país onde esta língua é falada, mas é provável que sua pronúncia torne o que diz ininteligível para um nativo. No entanto, com o auxílio de alguém que tenha visitado o país, ela poderá aprender de forma muito mais eficiente e em muito menos tempo.

De forma semelhante isso acontece na vida mística. Alguns progrediram mais outros, já visitaram a terra da alma e alcançaram a união mística com Deus, e o seu auxilio é de valor inestimável paria aqueles que estão se esforçando por trilhar o caminho. Tendo chegado antes, são capazes de dirigir de forma inteligente aqueles que buscam elevar-se, embora estes, naturalmente, devam percorrer cada passo do caminho. Os degraus a serem galgados durante o caminho representam o que chamamos de iniciação. Uma ilustração ajudará a esclarecer o assunto. Suponhamos que Deus se encontre no cume de uma montanha muito elevada, e que a humanidade esteja espalhada pela planície embaixo. Caminhos espiralados circundam a montanha desde o sopé até a meta almejada no cume. Este é o caminho da evolução seguido pela maioria da humanidade que gradualmente galga as encostas íngremes em direção ao cume sem esforço perceptível. Contudo, há também uma escada que conduz diretamente da base até o topo. Este é o caminho da Iniciação que é escalado somente através de um grande esforço consciente.

O caminho em espiral da evolução passa em pontos diferentes pela escada da iniciação. Deste modo, alguns que ainda estão avançando pelo caminho da evolução, os pioneiros, por exemplo, podem estar mais à frente em direção à verdade do que aqueles que seguem ao longo do caminho da Iniciação a partir de uma espiral inferior. Mas os últimos, naturalmente, logo alcançarão um ponto mais elevado se perseverarem. As raças mais atrasadas do Oriente iniciaram seu caminho evolutivo num ponto inferior àquele já alcançado, através da evolução, pelos pioneiros do Ocidente. Sendo mais jovens, portanto, mais fracos, é realmente necessário que tenham um Mestre para ajudá-los na primeira parte da estrada acidentada, o que não é necessário àqueles que atingiram o estágio comum evolutivo dentre os povos Ocidentais. Além disso, quanto mais alto subirmos, seja por evolução ou iniciação, tanto mais claramente veremos a luz que brilha no topo, que é Deus, e sentir-nos-emos mais fortalecidos e aptos para enfrentar e galgar sozinhos o caminho.

Em consequência disso, após um certo tempo, torna-se desnecessário ter Mestres para ajudar-nos, que serão substituídos pelos Irmãos Maiores conhecidos no Ocidente como amigos e conselheiros. O Mestre do Oriente incita seu discípulo, elogia-o quando age certo, e castiga-o quando é negligente. No Ocidente, os Irmãos Maiores nunca incitam, nunca elogiam e nunca censuram. O impulso vem de dentro do próprio discípulo que é ensinado a avaliar-se. Em certos estágios do caminho, eles pedem-lhe que escreva opiniões imparciais sobre a própria conduta, para que perceba até que ponto aprendeu a julgar-se corretamente. Assim, em todos os aspectos, eles instruem o discípulo a caminhar sozinho, sem apoiar-se neles ou depender de alguém. Quanto mais alto atingirmos, piores serão as consequências de uma queda, e somente quando cultivarmos o equilíbrio e a autoconfiança, juntamente com o fervor da devoção, é que estaremos realmente aptos para prosseguir.

Com relação a essas iniciações: não há qualquer tipo de cerimônia relacionada à verdadeira iniciação. O cerimonial complexo das ordens pseudo-ocultas, de ordens fraternais ou de igrejas, como as que são vistas hoje no mundo visível, não se assemelham em nada à verdadeira iniciação. Essa não ocorre nunca no reino físico, e não há nenhuma cerimônia vinculada a ela. Tão pouco consiste de um ritual lido por alguém, nem de palestras, pregações ou algo semelhante. Nenhuma palavra é proferida durante o processo. Sei que isso é verdade nos graus inferiores por ter eu mesmo passado por ele, e não seria lógico supor que tais cerimônias fossem realizadas nos graus superiores. Além disso, tendo conversado com Irmãos Leigos que alcançaram graus mais elevados, a verdade dessa suposição é corroborada por eles.

Em decorrência, podemos entender a razão pela qual os segredos da verdadeira iniciação não podem ser revelados. Não é uma cerimônia externa, mas urna experiência interna. O Iniciador, tendo evoluído a consciência pictórica externa do Período de Júpiter, fixa a sua atenção em certos fatos cósmicos, e o candidato, que se tornou apto para a iniciação por ter desenvolvido certos poderes internos em si (os quais, contudo, estão ainda latentes), assemelha-se a um diapasão soando em consonância com a vibração das idéias emitidas pelo Iniciador através de imagens. Portanto, ele não somente é capaz de ver as imagens — qualquer um poderia vê-las — mas é capaz de responder à vibração. Ao vibrar em resposta ao ideal apresentado pelo Iniciador, seu poder interno latente converte-se em energia dinâmica, e a sua consciência é, então, elevada ao grau seguinte da escada da iniciação.

Isto pode parecer confuso à primeira vista, mas se lerem e relerem o que acima foi exposto, absorverão a idéia e entenderão melhor o que seja uma iniciação na descrição mais acessível que pudemos fazer para quem ainda não a tenha experimentado. Não existe nada de secreto que não possa ser revelado, mas é secreto justamente porque não há palavras físicas inventadas até hoje que possam descrever adequadamente uma experiência espiritual em linguagem concreta. É verdade que a iniciação ocorre num templo particularmente apropria-o às necessidades de um determinado grupo de indivíduos que vibrem numa determinada oitava, e lá também há outros presentes. Contudo, reitero que não é o que essas pessoas possam dizer ou fazer que constitui a iniciação, que é uma experiência interna por meio da qual os poderes latentes que amadureceram internamente são transmutados em energia dinâmica.

Vejamos agora, a diferença entre a iniciação que obedece à linha ocultista e a iniciação mística. Percebemos logo, através de tudo que foi exposto desde o começo, que elas são, e devem ser, exatamente opostas. O ocultista, que experimenta a iniciação sob o aspecto intelectual, vê a conexão das causas espirituais com fatos materiais, enquanto que a consciência do místico, que recebeu os fatos espirituais, tem seu conhecimento dirigido para a conexão desses fatos com os efeitos do plano material. Tudo isto com o intuito de fundir ambos os aspectos e permitir que o homem se desenvolva normalmente. As iniciações Rosacruzes, tendo sido destinadas aos atuais pioneiros da humanidade, esforçam-se por fundir o místico com o oculto. Contudo, visto que o mundo Ocidental desenvolveu mais o intelecto em detrimento dos sentimentos, um pouco mais de ênfase é colocada talvez no aspecto místico. Aqui, os Irmãos Maiores orientam sempre os seus discípulos a olhar para Cristo. Embora os autênticos Mestres Orientais sejam também muito devotados ao serviço da humanidade, não podem orientar seus discípulos da mesma forma, pois, do ponto de vista do aspirante Oriental, a Luz de Cristo está ainda invisível. Por isso, são forçados a ensinar os seus tutelados a fazer exatamente o que disserem e, com o decorrer do tempo, quando atingirem nosso nível, Cristo também aparecerá a eles.
PERGUNTA N.°70 do livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol II - Max Heindel

12/08/2021

As Transformações e o Livre Arbítrio

Sabemos que todos nós temos o desejo de ultrapassar os momentos difíceis que nosso Espírito esteja passando ao tornar-se consciente das limitações a que o invólucro físico - o Corpo Denso - o submete principalmente quando enfermo. Por vezes sentimos vacilar a vontade e a chama interior que o acalenta e dinamiza.

Nesses momentos devemos recordar que as provas e as dúvidas que nos atormentar têm a finalidade espiritual de nos tornar mais fortes, mais conscientes da verdadeira razão do nosso ser e mais firmes na resolução de seguir a via da libertação do Eu Superior: Viver na luz, com autenticidade, verdade e abnegação!

A chave da evolução é a experiência, e o homem é livre de escolher a maneira como a assimila, como a torna parte integrante da sua consciência.

Temos vontade própria! A nossa vida não está programada como urna máquina. É possível CRIAR novas oportunidades e AVANÇAR, mesmo quando, desesperados, e quando tudo nos parece irremediável. É possível ORIGINAR transformações na nossa vida, no nosso meio, na nossa personalidade. É como se tivéssemos ressuscitado e decidido viver uma nova vida!

Não estamos amarrados aos impulsos que nos fazem desagradáveis, egoístas, ou ter vícios de qualquer espécie! Sem dúvidas temos de assumir a responsabilidade dos nossos atos e da maneira como eles afetam as outras pessoas. Mas podemos romper essa cadeia e CRIARMO-NOS de novo, com vontade, com coragem, com fé!

A este conceito, que se chama EPIGENESE, está ligada a Lei de Causa e Efeito. Ambas nos ajudam a compreender melhor a razão profunda das nossas atuais provas e aceita-las porque sabemos que elas são o resultado, doloroso muitas vezes, de erros e de hábitos negativos que cometemos no passado.

Pedir ajuda espiritual é, efetivamente, contatar o que há de mais alto e elevado em nós; é sintonizarmo-nos com a lei e a vibração de harmonia que rege a vida interior de todos os seres.

Quando, por ignorância ou fraqueza, persistimos em transgredir essa lei e resistir ao seu movimento natural e universal, vem o sofrimento, a doença e a dor inevitável que parece nos rodear em trevas. Essa escuridão espiritual não é mais do que a ausência de LUZ em nós; ausência de harmonia, de simplicidade e de saúde.

Esta é a compreensão dos fatos e da vida quando temos consciência da presença e da luz espiritual que VIVEM EM NÓS. As provas e as dificuldades com que nos debatemos agora são os instrumentos, as ferramentas com que o Espírito escolheu munir-se. Foram-nos dados por Deus para que possamos aprender a caminhar na luz. O nosso Espirito teve coragem e fé suficiente para aceitar e enfrentar os problemas que agora nos parecem terríveis, mas que nos levarão à libertação e à verdade, que é DEUS EM NÓS.

Temos no nosso interior todo o Seu Poder, que esta focado e canalizado para a saúde, aguardando apenas que o reconheçamos e o utilizemos.

Tudo o que se deseja atingir ardentemente é possível e requer esforço. Tudo tem uma causa e um efeito; nada é gratuito no Universo. O aperfeiçoamento, a saúde, a regeneração requerem esforço e persistência. Mantenha firme a convicção de que está sob a proteção Divina. Siga a linha que traçou para si sem receio, pois todas as dificuldades são momentâneas. Mantenha-se confiante no auxilio espiritual que invocou e que lhe é concedido sempre que fizer um esforço para viver com simplicidade, verdade, tolerância e sem egoísmo.

Os nossos mais fraternais pensamentos de ajuda e Cura estão consigo, sempre! Que a Luz de Cristo, que o rodeia, floresça cada vez mais na Rosa de Serviço e Amor.

QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ

Esse artigo faz parte de uma coleção de textos sobre cura da seção "Healing" da revista "Rays from the Rose Cross" .Muitos deles foram traduzidos pela Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil e publicados na revista "Serviço Rosacruz". São distribuídos gratuitamente a todos os que se inscrevem no Serviço de Cura seja Estudantes ou não. Portanto são públicos. Se deseja divulgar, por favor mantenha os créditos. Veja mais como este aqui

10/08/2021

Os Testes da Iniciação

PerguntaQuais são as provas da iniciação pelas quais, segundo dizem, o candidato deve passar antes de ser iniciado?

Resposta: O candidato à iniciação, frequentemente não sabe que é um candidato. Geralmente, ele está vivendo a vida espiritual de serviço ao seu semelhante, porque essa é a única vida que o atrai, e ele não cogita de proveitos posteriores por assim proceder. Não obstante, ele está sendo testado e posto à prova o tempo todo, inconscientemente, sem que o saiba, pois isto faz parte do processo. Nenhum candidato jamais foi levado a uma sala de iniciação a fim de ser julgado ou testado, As provas ocorrem na vida diária e nas pequenas coisas que são aparentemente destituídas de importância, mas que têm, na realidade, um significado fundamental, Se um homem não pode ser fiel nas pequenas coisas, como esperar que fosse fiel nas grandes? Além disso, os Irmãos Maiores da humanidade, que têm a seu cargo esta tarefa em relação a seus irmãos mais jovens, procuram descobrir seu ponto mais vulnerável, porque se ele for posto à prova, tentado e cair, isto servirá para chamar-lhe a atenção para a fraqueza de seu caráter. Deste modo, ele tem uma oportunidade para corrigir-se diante dele.

Portanto, as provas não são somente realizadas com o propósito de averiguar se ele mereceria confiança, mas também têm o objetivo de dar-lhe uma oportunidade de fortalecer seus pontos vulneráveis. As provas nunca são as mesmas no caso de dois candidatos, pois o que representaria tentação para um, deixaria o outro completamente indiferente. Através de urna vida altruísta de auxílio desinteressado aos outros, e através da força adquirida ao passar pelos vários testes, o candidato tece o "Dourado Manto Nupcial" do Corpo-Alma, que o prepara para entrar nos mundos invisíveis, e o processo da iniciação consiste então em mostrar-lhe simplesmente como fazer uso da energia que acumulou dentro de si por seu próprio trabalho. Ninguém pode iniciar outro a menos que este tenha o poder dentro de si, o poder interno, da mesma forma que uma cápsula vazia não pode explodir.

PERGUNTA N.° 68 do livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol II - Max Heindel

05/08/2021

As Forças Sutis Na Cura

Um conjunto de forças sutis está à disposição do homem e pode ser usado para melhorar e manter a saúde. Dia a dia vemos crescer o interesse pelos tratamentos alternativos que se utilizam da cor e do som, por exemplo, como um prenúncio de que na Era de Aquário o homem saberá utilizar essas forças para a cura.

Entre os meios mais importantes, o ar se destaca do alimento físico porque seu oxigênio fornece a chama da vida para bilhões de células. Inumeráveis são as doenças que podem ser sanadas por uma respiração lenta e profunda de ar puro. O ar deveria ser tão limpo quanto possível e o influxo abundante.

A luz através dos olhos revivifica e promove o bom humor. Esta luz deveria atuar livremente sobre a pele ou no mínimo ser permitida por roupas porosas. Nossa casa e nossas roupas deveriam ser de cores suaves e harmoniosas, pois cores escuras transmitem depressão e insalubridade.

O som é outro tipo de força sutil e imaterial, que pode ser utilizada na cura, uma vez que a música adequada é um agente terapêutico, um canal para o influxo da Força Cósmica, da Vida para o espírito individualizado.

Consideremos ainda que nos movemos num conjunto de pensamentos onde podemos usar a nossa vontade e a discriminação construtivamente, embora vez por outra contatemos algo contrário. Através de nossos estados mentais atrairemos vibrações de otimismo, de saúde e de rejuvenescimento.

Temos que acrescentar ainda que há um poder atuando em nós, mesmo durante o sono, regulando a respiração, a digestão, a circulação sanguínea etc., promovendo a restauração física emocional e mental, dando novo alento aqueles que se deitam cansados e fatigados à noite.

Tomar consciência deste "oceano de vida" no qual "nos movemos e temos o nosso ser" e estarmos em harmonia com ele, gera e mantém uma vida saudável.

QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ

Esse artigo faz parte de uma coleção de textos sobre cura da seção "Healing" da revista "Rays from the Rose Cross" .Muitos deles foram traduzidos pela Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil e publicados na revista "Serviço Rosacruz". São distribuídos gratuitamente a todos os que se inscrevem no Serviço de Cura seja Estudantes ou não. Portanto são públicos. Se deseja divulgar, por favor mantenha os créditos. Veja mais como este aqui

04/08/2021

Uma Pergunta Pertinente - Uma Resposta Contundente


A resposta dada por Max Heindel à pergunta abaixo, é deveras muito contundente e merece uma reflexão por parte do aspirante Rosacruz.
FILOSOFIA ROSACRUZ EM PERGUNTAS E RESPOSTAS
Max Heindel
VOLUME II / PERGUNTA 141

PERGUNTA: Se trabalhamos dedicadamente com as plantas e os animais para auxiliá-los no seu desenvolvimento e no processo de sua evolução, isso contribuirá para nossa elevação espiritual ou só a conseguiremos através de serviços prestados à humanidade?


RESPOSTA: Não, todo ato de bondade para com outra criatura e todo pensamento de amor enviado a outros seres, independente do reino a qual pertençam, recai sobre nós de maneira que se torna um fator de crescimento para nossa alma. Contudo, deve-se notar que se concedemos a nossa bondade e o nosso amor as plantas e aos animais, enquanto os negamos às nossas irmãs e irmãos humanos, estaremos cometendo um grave erro, pois a verdadeira caridade começa em casa. Que pensaríamos de um homem que negligenciasse sua própria família, dedicando seu amor e cuidados à família de outrem? Com certeza não nos faltariam palavras para qualificar tal conduta, e o mesmo argumento podemos aplicar a quem devota o seu amor aos animais ou a um jardim cheio de flores, mas não faz o mesmo em relação as crianças da sua vizinhança.

Lembremo-nos de um caso:

Há alguns anos atrás, havia um homem muito próspero entre os nossos probacionistas que se queixava muito da morosidade do seu progresso espiritual. Ele pertencia à alta sociedade e participava de todas as atividades sociais ao mesmo tempo que aspirava seguir o manso e humilde Cristo. Quando quisemos mostrar-lhe a inconsistência do seu comportamento, ele justificou-se dizendo que se sentia obrigado a agir assim por causa de sua mulher. Ele havia casado com ela e não podia recusar-se a acompanhá-la em suas reuniões sociais, pois isso iria com certeza acabar com o relacionamento entre os dois. Perguntamos o que ele fazia para promover o crescimento de sua alma, que interesse tinha pelas pessoas menos favorecidas que ele; qual sua participação em termos de caridade, ou melhor, que estava fazendo pessoalmente no sentido de ajudar os que não ocupavam posição tão privilegiada e necessitavam de ajuda? Ele admitiu que nada disso fazia. Então, evidentemente envergonhado pela sua incapacidade de mostrar e fazer algo pelos outros, e tentando merecer o direito de trabalhar numa esfera mais elevada, ele disse enfaticamente:


- Às vezes ao ver um cão faminto, eu o alimento, também gosto muito de meu cachorro, e dedico muito tempo para treiná-lo.


Entendemos facilmente que qualquer que seja o amor que esse homem tenha demonstrado em relação ao seu próprio cachorro o gasto de alguns centavos e sobras que tenham servido de alimento, uma ou duas vezes, a um cão faminto – enquanto desprezava a oportunidade de alimentar as almas famintas de seus irmãos e irmãs humanos – não lhe conferirão uma elevação espiritual, e naturalmente, como tantos outros que descobrem não haver estrada régia, ele dedica seus interesses para coisas materiais. O fato de patrocinar a ida de missionários a China para converter os pagãos, enquanto sai própria família está na escuridão, não representa desenvolvimento espiritual.


Não lhe trará benefício nenhum o fato de alimentar todos os cachorros e gatos da sua cidade e cuidar de todos os jardins abandonados, se descuidar de zelar por seus filhos humanos, Se o consulente já tiver feito todo o possível para iluminar seus familiares mais próximos, então, será bom enviar missionários à China, se tiver meios para isso, Se já tiver feito tudo quanto pode para que o amor se integre às vidas das crianças, então é meritório cuidar também dos gatos, cachorros e jardins. Nem sempre podemos fazer o bastante, mas seja muito ou pouco, deveríamos primeiro assegurar-nos de despender os nossos esforços numa esfera legítima e adequada.  

* * * * * * * * *
Em momento algum o Sr. Heindel cita o fato de que não devemos cuidar dos animais: a prática de um regime vegetariano corrobora com isso.

Contudo, devemos nos questionar:

- Dispenso cuidados e atenção com os animais. Faço o mesmo com meus semelhantes?

- Levo meu animal de estimação ao veterinário e ministro remédios a ele. Procedo de idêntica maneira, levando uma pessoa carente e enferma ao médico, custeando seus medicamentos?

- “Converso” com meu cachorro e gato. Faço o mesmo com pessoas praticamente abandonadas pelas ruas, que – dentre uma série de necessidades – também precisam ouvir e falar com alguém?

Ainda sobre a foto acima, tive o conhecimento de que ateus visitam – diariamente – moradores de ruas levando alimentos para eles.

Isto nos remete a algumas (fidedignas) fontes:

Declarou-lhes Jesus, Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes   vos precedem no Reino de Deus”. (Mateus 21:31, sobre quem faz e quem não faz a vontade do Pai, vale a pena ler o capítulo todo).


Nem todo aquele que diz: Senhor, Senhor! Entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos Céus. (Mateus 07:21).


Há também uma interessante admoestação que nos chega da LIÇÃO MENSAL DO ESTUDANTE (Oceanside – Sede Mundial), de fevereiro do ano 1.966; intitulada “Confiança em si mesmo; uma virtude espiritual – Parte I”.

 Todos sabemos que existem uns poucos estudantes e probacionistas que não estão vivendo a vida; alguns que não se empenham seriamente em vive-la, ainda que enviem suas correspondências mensais à Sede Mundial. Tais, estudantes e probacionistas, não devem crer que devido ao fato de estarem “dentro” da Fraternidade Rosacruz, estejam automaticamente conectados com a Ordem Rosacruz.


Não é assim.


Se estas pessoas não são sinceras em seu trabalho espiritual, o Mestre não estará com elas, e quanto mais existirem estas pessoas, a organização Fraternidade Rosacruz terá menos respaldo da Ordem Rosacruz”.


Observemos que esta Lição nos fala de “trabalho espiritual e viver a vida”, e não de aquisição de conhecimentos através de palestras, cursos, textos etc.

Por “trabalho espiritual e viver a vida”, devemos entender tudo aquilo que Cristo nos ensinou e que sabemos de uma forma extremamente decorativa, mas pouco aplicada. Principalmente para com nossos semelhantes, a humanidade.

 por Jonas Taucci

03/08/2021

A Arte de Conhecer

 "ADEUS A SÃO PEDRO E SÃO PAULO"

obra de François Perrier (dois apóstolos são separados para serem conduzidos à sua execução)Fonte: Banco de Imagens - Alamy


Estas palavras foram escritas aos Coríntios por Saulo de Tarso, mais conhecido por seu nome romano de Paulo, o Apóstolo. Em seu sentido espiritual, tais palavras têm alto significado. Paulo bem o pode fazer mercê do elevado padrão cultural que possuía como estudante de Gamaliel; era um cidadão romano sofisticado e discípulo da cultura greco-hebráica. Sua íntima associação com Pedro foi o inicio do desenvolvimento da religião Cristã como um ensinamento, uma teologia, uma fé. Poderíamos dizer que Pedro foi historiador que narrou as ações do Cristo, enquanto que Paulo foi o organizador daqueles que acreditavam no que Pedro ensinava. Pode-se dizer que a comunidade cristã teve seu começo no ponto de confluência dos mundos oriental e ocidental, os Judeus e os Gentios.

Este encontro e esta mescla de culturas foram, em grande parte, trabalho de Paulo. Foi Pedro quem disseminou os Ensinamentos de Cristo, mas foi Paulo quem procurou explicá-los. Crê-se que Pedro foi martirizado no reinado de Nero enquanto que a tradição diz que Paulo foi decapitado em Roma e que ambos os eventos ocorreram cerca do ano 65 D.C. Assim, os primeiros seguidores do Cristo deram sua vida, como o fez seu Mestre para que outros pudessem ter vida mais abundante.

A arte pode ser definida como a adaptação de meios para se conseguir um fim. Aqui é aplicada como o maravilhoso conhecimento da realização de Deus no interior do indivíduo. É realmente verdade que se nos conhecemos, conheceremos a Deus; daí o valor do aforismo: “Homem, conhece a ti mesmo”. Neste sentido a arte é uma ciência e é tão elevadora em sua influência, como a religião. Portanto, temos a religião, a arte e a ciência numa trindade educacional do ser humano. Vivendo neste mundo e sendo governado pelas leis da natureza, se nós a conhecermos, podemos com elas cooperar inteligentemente, usando-as como valiosos serviçais.

Sendo a natureza o símbolo visível do invisível Deus, podemos utilizar as vantagens oferecidas, crescendo, por seu intermédio em força e poder da escravidão ao domínio. O saber não é atingido sem esforço e sem convicção de que somos feitos à imagem de Deus; tudo está latente em nós, aguardando o desenvolvimento pelos métodos apropriados. Adquirimos o saber na proporção exata ao esforço que despendermos para adquiri-lo.

Há duas classes de saber; o exotérico e o esotérico; o que é visto e o que não é visto. Em ambos, contudo, o supremo motivo para sua pesquisa deve ser um desejo ardente de BENEFICIAR a HUMANIDADE, desprezando a si mesmo para TRABALHAR PARA OUTROS. Este é o “saber artístico” que faz nascer o mais valioso de todo saber, isto é, a SABEDORIA, uma combinação de cabeça e coração. Devemos primeiro procurar compreender o conhecimento interior antes de podermos aspirar com sucesso ao conhecimento superior. Intentar conhecer os mundos invisíveis e os veículos sutis, tendo pouco conhecimento dos veículos com os quais trabalhamos diariamente e do ambiente em que vivemos, é rematada tolice.

É por isso que para nós é essencial a construção de UM CORPO SÃO. Subamos a escada com segurança, degrau a degrau, não tentando um novo passo enquanto não estivermos perfeitamente seguros e equilibrados no lugar em que nos encontramos. A maioria dos nossos fracassos na vida provém de tentarmos obter as coisas antes de estarmos preparados para elas, “avançando o sinal”, por assim dizer, pois estamos numa época de impaciência e não podemos nem sabemos esperar. Tais nascimentos prematuros, sendo contrários à natureza, produzem penas, sofrimentos e tristezas.

Devemos também lembrar-nos que o conhecimento traz consigo a RESPONSABILIDADE, pois “a quem muito é dado, muito será EXIGIDO”. Se persistirmos em usar nosso conhecimento egoisticamente, nossa magia se transforma de branca em cinzenta e depois em negra; e por fim nos será retirada, a menos que nos arrependamos enquanto é tempo.

O saber pode ser definido como conhecimento prático, dependendo, portanto da capacidade mental do individuo, que é um produto da mente. A mente foi dada ao homem na época Atlante para que ele tivesse propósito para agir e na Época Ariana, foram desenvolvidos o pensamento e a razão pelo trabalho do Ego através da mente para conduzir os Desejos por caminhos que o levassem à obtenção da perfeição espiritual, meta da evolução.
Esta faculdade de pensar e de formar ideias obteve-a o ser humano a expensas do controle sobre as forças vitais, isto é, as forças da natureza. Nós, como Egos, agimos diretamente na substância sutil da Região do Pensamento Abstrato, que temos especializada dentro da periferia de nossa aura individual. Daí, vemos as impressões causadas pelo mundo exterior sobre o Corpo Vital por meio dos sentidos, juntamente com os sentimentos e emoções gerados por essas impressões no Corpo de Desejos e REFLETIDAS NA MENTE. Dessas imagens mentais formamos nossas conclusões na substância da Região do Pensamento Abstrato. Tais conclusões são as IDÉIAS. Pelo poder da vontade projetamos a idéia através da mente, onde ela toma forma concreta como PENSAMENTO-FORMA atraindo em torno de si substância mental da Região do Pensamento Concreto. Pela atividade desses pensamentos-forma nós adquirimos o que designamos por CONHECIMENTO.

O Espírito, por meio da parte sexual ou ENERGIA CRIADORA dirigida “para dentro”, construiu o cérebro para acumular CONHECIMENTO do Mundo Físico. Essa força é a que ainda hoje, constrói e alimenta o cérebro. A força que é exteriorizada com o propósito de criar outro ser chama-se AMOR. O ser humano exterioriza somente parte do seu Amor; o resto ele conserva egoisticamente para construir seus órgãos de expressão internos para aperfeiçoar-se. Com parte do seu poder anímico criador ele, egoisticamente, ama outro ser porque deseja sua cooperação na propagação. A outra parte do seu poder anímico criador ele utiliza para pensar, porque DESEJA CONHECIMENTOS.

Atualmente a mente pode apenas modelar essas imagens, pois está no grau de evolução “mineral”; criar VIDA está fora do poder do ser humano até que sua própria mente torne-se VIVA. No Período de Júpiter a mente humana será vivificada em certa extensão e então o ser humano poderá imaginar formas que VIVAM e cresçam como as plantas. No Período de Vênus, quando a mente humana tenha adquirido SENTIMENTO, o ser humano poderá criar coisas vivas que cresçam e “sintam”.

Finalmente a perfeição humana será atingida no final do Período de Vulcano e o homem poderá “imaginar”, trazendo a “existência” criaturas que vivam, sintam e pensem. O ser humano terá adquirido completo PODER ANIMICO e MENTE CRIADORA como fruto de sua peregrinação pela matéria. Avançou da impotência e Onipotência, da ignorância à Onisciência.

Logo, a arte de conhecer é o aformoseamento da mente, à medida que o ser humano transmuta o corpo em alma e a alma em espírito. Este ano já passamos pelas criações do Espírito Humano (Jeová) por meio de Áries; pelas criações do Espírito de Vida (Cristo) por meio de Touro e pelas criações do Espírito Divino (o Pai) por meio de Gêmeos; assim o corpo, a alma e o espírito são, respectivamente, criados. É essencial que o Princípio Paterno aja pelo Princípio Jeovístico, ou seja, pelo Confortador que agora está conosco. Agora é, portanto, a ocasião em que a mente em evolução deve receber maior consideração, o que bem pode ser feito pela prática de pensar nos outros e para os outros. A Ordem do dia é: “trabalhar para que a mente egoísta se torne altruísta em suas atividades”. Tendo a mente surgido do poder criador da força sexual transmutada em poder anímico pelo AMOR, isto torna-se na chave mágica pela qual a mente pode evoluir. O amor foi à grande dádiva que nos fez Cristo, o Espírito da Vida, o qual, por seu poder produz a alma intelectual, resultado do CONHECIMENTO adquirido por intermédio do Corpo Vital que é a base por onde o Aspirante principia. Logo, a Arte de Conhecer oportunamente nos elevará com o Cristo até o Pai nesta parte especial do ano. “Apenas uma coisa o mundo necessita saber. Apenas um bálsamo existe para as dores humanas, apenas um caminho conduz aos céus: SIMPATIA E AMOR”.

“O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar”. (João 10:17)

 Publicado na revista: SERVIÇO ROSACRUZ – jun/60