05/03/2023

Os Probacionistas e suas Inesquecíveis Reuniões - Um Pouco de História

Por Jonas Taucci
Uma das mais importantes reuniões de probacionistas realizadas, deu-se na noite de Natal, 24 de dezembro de 1920, quando da inauguração do Templo de Cura, em Oceanside; sua programação consta no livro “Memórias sobre Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz”, (Terceira parte, O trabalho em Monte Eclésia e os novos prédios – A consagração da Eclésia) de Augusta Foss de Heindel, e também descrito em artigo neste blogue (clique aqui), quando de seu centenário de fundação no ano de 2020.

A revista Rays From The Rose Cross – fevereiro de 1921, página 398 - em um maravilhoso artigo de Arline D. Cramer, “A Consagração da Eclésia” (clique aqui e procure mês e página referida), também retrata este memorável evento realizado pelos probacionistas.

No Brasil, os primeiros probacionistas, após a fundação dos Centros Rosacruzes de Santo André (maio) e São Paulo (setembro) em 1955, idealizaram reuniões reservadas ao estudo das lições chegadas da TRF aos probacionistas, e o Centro Rosacruz de São Paulo realizou-as mensalmente no que ficou conhecida como Reunião Mensal dos Probacionistas, inaugurada em fins dos anos 50.

Obedeciam a um interessante sincronismo astrológico:

*Aconteciam no último sábado de cada mês (sábado, regido por Saturno – provas – provacionistas - probacionistas).

Recordo que este evento mensal contava com aproximadamente 35 a 40 probacionistas (de São Paulo, outras cidades e mesmo outros estados do Brasil: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul), onde as recebidas Lições Mensal de Probacionistas e de Astro-análise/Astro-terapia igualmente para probacionistas da TRF, eram apresentadas e estudadas conjuntamente.

Havia uma sequência nestas reuniões:

1) Hino Rosacruz de Abertura, cantado por todos.

2) Hino ao signo astrológico do mês, cantado por todos.

3) Após a leitura por um irmão (ou irmã) era comentada pelos presentes, a Lição Mensal do Probacionista vigente.

4) Apresentação da Lição Mensal de Astro-análise/Astro-terapia, do mês em curso, para probacionistas, numa lousa, com desenhos a giz; igualmente por um irmão (ou irmã). Também com considerações dos presentes.

5) Da mesma forma lia-se e debatia-se o que eram chamadas de “Lição Mensal do probacionista antiga”, onde uma Lição Mensal do probacionista de anos ou décadas passadas, era lida por um irmão (ou irmã) com estudos de todos. Desta forma, havia um acesso a todos os (então) probacionistas à antigas Lições Mensais, enriquecendo – espiritualmente – estas inesquecíveis reuniões.

6) Caso alguém se tornara probacionista recentemente, esta pessoa era apresentada a todos na reunião; a alegria e as boas-vindas imperava: ganhava-se uma rosa branca.

7) Hino Rosacruz de Encerramento, cantado por todos.

Segundo relato de diferentes probacionistas em anos distintos, “sentia-se uma indescritível vibração no local”, quando destas reuniões.


Lembro que o irmão Antônio Munhoz disse numa destas reuniões em 1988:


- Estamos neste mês, celebrando 30 anos de Reuniões Mensais de Probacionistas neste Templo. São 360 reuniões: 360 são a totalidade de graus do zodíaco. Também 3+6+0 perfazem 9, o número da humanidade. Tenhamos as bênçãos das Hierarquias Planetárias e Zodiacais.

Decorrente do Centro Rosacruz de São Paulo enviar mensalmente à TRF, o Relatório Mensal de Atividades (total de palestras, rituais, reuniões dos conselhos esotérico, diretor, auditor, serviço social, aniversário, natal, páscoa, equinócios, solstícios etc.) a TRF ao ser informada da expressiva quantidade de reuniões mensais de probacionista alcançada, congratulou-se e parabenizou este Centro, fazendo coro aos dizeres do irmão Antônio Munhoz, respondendo efusivamente:

“Este Centro Rosacruz – simbolicamente - percorreu os 360º do zodíaco”.

Aqui três curiosidades sobre estas reuniões:

1) No que se refere à Lição Mensal do Probacionista; muitas delas abordavam o mesmo assunto por vários meses seguidos (“O Auxiliar Invisível” foi descrito nos anos 60 por 13 meses consecutivos, “O significado dos Sonhos e Visões” por 15 meses sequenciais, “Perguntas e Respostas a Probacionistas”, por contínuos 07 meses e explicações sobre o Ritual Rosacruz do Serviço do Templo, por 9 meses diretos), em abordagens profundas e maravilhosas sobre OS ENSINAMENTOS DA SABEDORIA OCIDENTAL.

2) Muitas das Lição Mensal de Astro-análise/Astro-terapia para probacionistas desta época, foram delineadas por Max Heindel, outras com aportes informativos de Elman Bacher (Estudos de Astrologia) e outras ainda do médico Dr. Howard Lesley Cornell (autor da obra citada várias vezes nestas Lições de Astrologia da TRF: Enciclopédia da Medicina Astrológica, uma obra de aproximadamente mil páginas).

3) A leitura destas Lições – em cada uma destas reuniões - seguia um sequencial: uma probacionista, um probacionista.

Vários (já falecidos e falecidas) probacionistas dos Centros de São Paulo, Penha, Lapa e Santo André deram-me – a décadas passadas - muito deste acervo (abrangendo meados dos anos 50 aos anos 80) quando tornei-me probacionista.

Nos anos 80, organizei – cronologicamente - este material que me foi dado (aproximadamente 870 páginas, muitas em frente-verso!); as condicionei em pastas devidamente catalogadas, com os dizeres RESTRITO A PROBACIONISTAS e doei ao Centro Rosacruz de São Paulo, para serem utilizadas por probacionistas, com o objetivo de seguir a prática do acesso de futuros probacionistas à “Lição do probacionista antiga”, e às Lição Mensal de Astro-análise/Astro-terapia para probacionistas.

Oportuno ressaltar o magistral trabalho realizado pela irmã probacionista, Lily Roth, que traduziu para o Braile :

O Conceito Rosacruz do Cosmos.

O Livro dos Probacionistas.

As 12 lições do Curso Preliminar Rosacruz.

As referidas traduções para o Braile, foram doadas pela inesquecível irmã para o Centro de São Paulo e também enviadas para a Sede Mundial - The Rosicrucian Fellowship, que muito agradeceu.

Lily Roth, uma verdadeira rosacruciana !

Por orientação de nossa Sede Mundial (The Rosicrucian Fellowship), oficiemos - nos Centros Rosacruzes ou em nossos lares - no domingo 19 de março próximo, o Ritual Rosacruz do Serviço do Equinócio de Março.

A Difícil Tarefa de Perdoar

Perdoar
: cessar de sentir ressentimento contra alguém, por causa de um erro cometido; renunciar à pretensão de desforrar-se ou vingar-se de outra pessoa; absolver. Todas essas definições do dicionário com relação à palavra "perdoar", perdem de longe o seu significado mais profundo. "Perdoar", para um aspirante espiritual deveria ser "amar". Perdoar, no sentido espiritual não é só perdoar ao que nos ofendeu, absolver-lhe de nossa dívida e deixar de perseguir-lhe, mas também, enviar-lhe do mais íntimo do nosso ser, pensamentos de com- paixão e de bênçãos.

Sem dúvida, há certa espécie de "perdão" praticado no mundo que é de baixo calibre. Há algumas pessoas que denigrem ao que lhes ofendeu, lhe repisam a falta e só quando satisfizeram plenamente sua justa indignação e demonstraram ao mundo o equívoco do seu rival, montam um grande espetáculo, perdoando-lhe as ofensas.

Existe também o tipo de perdão que poderia ser denominado "perdão superficial", ou seja, a classe que oferece perdão exterior, mais retém o ressentimento interno. Proclamar perdão, continuando reservado com relação à pessoa implicada, não satisfaz à classe de perdão que se espera de nós. Se fomos prejudicados, devemos querer perdoar incondicionalmente.

A capacidade de perdoar sem reserva, de todo coração, é a marca de um espírito forte. É uma das mais altas realizações humanas sobre a terra o abster-se da vingança e perdoar uma ofensa. O Ego que pode fazer isso, demonstra um evidente grau de domínio sobre a natureza inferior e indica que desenvolveu a capacidade de transmutar nefastos rasgos tais como o orgulho, a ira, a auto justificação e o ódio.

O perdão, algumas vezes, implica o reconhecimento e admissão de nossa própria falta. Poucos agravos são totalmente unilaterais e, se não fomos culpados de violência ou de mau deliberado, podemos ter sido culpados de um mal-entendido, de cometimento ou omissão, sem querer, que finalmente provocou a crise. Dizer "eu te perdoo" nem sempre é suficiente; amiúde também é necessário dizer - e querer dizer "Sinto muito".

A doutrina do perdão dos pecados é um fato real da Natureza. Se um malfeitor se arrepende, se reforma e se emenda tão completamente quanto seja possível por qualquer má ação que tenha come- tido não importa qual seja sua natureza o pecado do qual se arrependeu é perdoado e apagado do registro de sua vida no corpo vital. Portanto, já não está em sua contraparte e não terá de enfrentar- se com ele no Purgatório.

O arrependimento, a emenda e a reforma, são todos elementos do estado de graça proporcionado por Cristo. A restituição, particular- mente, começa com a petição de perdão tanto para Deus como a outras pessoas. Se o arrependimento foi profundo e sincero, e se em realidade aceitamos toda a culpa por nossa ação, é fácil pedir perdão. A simples frase "sinto muito", dita com humildade e com amor em nossos corações, pode fazer mais para purificar-nos, para limpar as baixas vibrações que adquirimos e para restaurar a amizade e a harmonia, que dezenas de frases melosas de falsa-contrição, ditas loquaz e insensivelmente.

Devemos aprender a perdoar do fundo de nossos corações, para podermos ser perdoados. Na parábola dos dois servos, recordamos que o primeiro servo, perdoado por seu amo, recusou perdoar o segundo, que estava em dívida com ele. E o resultado foi que: "E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão". (Mateus 18:34-35).

De nossa capacidade de perdoar, sempre, depende o nosso bem-estar. Existem numerosos casos documentados, de pacientes, que de repente, perdoaram arrependidos de guardarem ressentimentos por muito tempo, que imediatamente alcançaram cura quase que "milagrosa", de padecimentos também antigos. Um osteopata conta de uma paciente, cujas mãos por anos estavam duras e retorcidas, tanto que não podia abrir seus dedos. A mulher proclamava firmemente que não abrigava animosidade e não podia encontrar razão mental ou emocional para a sua enfermidade. Entretanto, ante o aperto implacável do psicólogo, a mulher chorosamente se rendeu e admitiu que tinha uma rixa com sua irmã.

Com súbito e sentido arrependi- mento, respirando sofregamente exclamou: "Eu a perdoo! Eu a perdoo!". A medida que exclamava, seus dedos, por longo tempo imóveis e tortos endireitaram-se e ela viu que podia movê-los novamente. Enquanto guardemos rancores, tenhamos ou não razão, quanto a uma ofensa que sentimos, não podemos obter perfeita saúde. A atitude mental inflexível que se adere ao ressentimento, convida em verdade assegura à cristalização que produz a enfermidade.

Se julgamos impossível perdoar a alguém, obviamente não o amamos como devemos. Paradoxalmente, entretanto, também é certo que, como foi dito muitas vezes e de diversas formas, é mais fácil perdoar a um inimigo que a um amigo. Esperamos trato ofensivo daqueles que consideramos inimigos e não nos surpreendemos se tal acontece. Quando, porém, um amigo, alguém a quem amamos e confiamos destrói nossa confiança nele ofendendo-nos, é fácil ver porque nos lastimamos e nos sentimos desiludidos. E mais difícil perdoar a aquele de quem muito esperávamos, que a um inimigo, de quem nada esperávamos. Então, descobrimos que nosso amor por nosso amigo não era tão forte como pensávamos; nossos sentimentos feridos ganham prioridade. Nosso amor, então, está tisnado de egoísmos; ao fazermo-nos inegoístas, perdoamos livremente.

Emerson escreveu claramente à pessoa cuja natureza de amor se desenvolveu até o ponto em que acha fácil perdoar: "Seu coração era tão grande como o mundo, mas não havia nele, lugar para reter a lembrança de nenhuma ofensa."

A humildade espiritual e a capacidade de perdoar plenamente caminham de mãos dadas. A humildade espiritual, enfocando-se sempre na divindade dos demais, não tem nem inclinação, e nem tempo para pensar em desdéns, desserviços e ofensas. A humildade espiritual, irradia só amor aos demais; não compreende uma atitude que implique ofensa.

Sem dúvida, a mais nobre afirmação de perdão jamais feita foi emitida da Cruz. Atormentado pela dor, e olhando uma multidão hostil que lhe havia açoitado e vilipendia- do, Cristo-Jesus implorou: "PAI, PERDOA-OS, POIS NÃO SABEM O QUE FAZEM". Nos perguntamos quão amiúde, durante o transcorrer dos últimos pouco mais de 2000 anos, o Cristo terá olhado tristemente a uma humanidade que professa dos dentes para fora Seus princípios, mas os ignoram na prática e fazem a mesma súplica? Não é o maior motivo de vergonha que não possamos perdoar uns aos outros em assuntos tão insignificantes, quando Ele tanto nos perdoou?

De uma lição aos Estudantes, maio de 1976 publicada na revista Serviço Rosacruz de agosto de 1982

PODER INTERIOR (e Cura)

É bom nos conscientizarmos de que nosso poder de receber, conter ou absorver ideias é um dom espiritual de nosso Pai e qualquer aumento nesse poder deve conter mais de Deus. Somente à medida que nossa consciência de Deus cresce e se expande, somos capazes de uma compreensão mais profunda e de maiores realizações.

Acreditamos que você concorde conosco que a declaração acima merece atenção séria e imparcial. Podemos mesmo afirmar que é uma "placa de sinalização" apontando o caminho para o avanço espiritual através do desenvolvimento da bondade e moralidade dentro de nós. Com isso, nos colocamos acima e além da teoria e nos unimos àqueles que encaram a vida como uma experiência científica regida por leis justas e imutáveis. Não duvidaremos mais de que todos os atos da vida produzirão um determinado resultado.

Então, de que maneira devemos agir para nos libertarmos da desarmonia e de sua consequente ação em nossa saúde?

Primeiro, devemos observar em que nível estamos com relação ao relacionamento com nosso Criador. Nós, que temos estudado a Filosofia Rosacruz, sabemos que toda vida individualizada, desde a inferior até a mais alta manifestação, está indissoluvelmente ligada a Deus através da Divina Essência existente em seu interior. Consequentemente, o sucesso de nosso progresso ao longo da vida depende da expansão interior e da abertura de canais que permitam que essa energia e inteligência fluam livre e corretamente. E se manifestem externamente. Desta maneira liberaremos a gloriosa força de cura que possuímos. Sabendo disso, podemos permanecer tranquilos e serenos ao nos depararmos com algum problema, pois temos consciência de estarmos trabalhando com uma confiável Lei de Deus.

Já disse alguém sábio que: “o que fazemos pelos outros, fazemos por nós mesmos”; uma vez que a essência que trazemos interiormente é a mesma”. Com esta afirmação, concordamos plenamente, pois, embora tenhamos livre arbítrio para agir como indivíduos, a humanidade deve progredir como um grande todo. É uma marca de desenvolvimento espiritual quando aceitamos esse fato e nos esforçamos para superar nossos instintos buscando sempre o benefício de todos. Quão verdadeira é a afirmação: "A corrente do progresso humano não é mais forte do que seu elo mais fraco."

É fato que não poderemos desfrutar do conhecimento espiritual até que o tenhamos merecido ou conquistado, mas nosso caminho é suavizado e facilitado quando aprendemos a nos voltar para o nosso Cristo Interno, buscando N’Ele as respostas que necessitamos. Com isso poupamos muito sofrimento e dor pois estaremos vivendo em harmonia com a lei natural.

Mas, apenas ter conhecimento de uma lei não é suficiente. Devemos torná-la parte de nós mesmos. É interessante “brincar” com um conceito intelectual em nossas mentes, mas senão formos além disso, se não praticarmos essa lei, de nenhuma ajuda valerá em nosso caminho evolutivo.

Quando temos uma ideia que tornará nossas vidas mais próximas daquilo que entendemos ser o melhor, devemos tratá-la com respeito e atenção. Devemos trabalhar com ela por meio da autopreparação e da auto regulação, pois tal ação trará ricas recompensas. Devemos definir quais são nossos princípios e usá-los todos os dias - não apenas às vezes.

O esforço e a atenção necessários para elevar-nos a um pleno domínio sobre a vida são muito pequenos quando comparados aos benefícios colhidos.

Quando atingido este estágio podemos até encontrar dissabores, ou enfermidade, mas teremos a certeza e a tranquilidade necessária para solucionar os problemas e até mesmo transmuta-los em algo superior.

Sabemos que somos afetados pelo ambiente em grande medida, mas a extensão dessa influência é definitivamente dada pela forma como lidamos com ela.

Como filhos de Deus, temos como herança o poder espiritual dentro de nós mesmos. Trabalhemos para expressa-lo. Então, "andaremos na Luz como Ele está na Luz" e estaremos conscientes de nossa divindade

QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ

Esse artigo faz parte de uma coleção de textos sobre cura da seção "Healing" da revista "Rays from the Rose Cross" .Muitos deles foram traduzidos pela Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil e publicados na revista "Serviço Rosacruz". São distribuídos gratuitamente a todos os que se inscrevem no Serviço de Cura seja Estudantes ou não. Portanto são públicos. Se deseja divulgar, por favor mantenha os créditos. Veja mais como este aqui