27/08/2022

DOMINIO MENTAL


A Mente é o instrumento mais importante do espírito e é o meio para controlar os veículos inferiores. É a mente que torna reconhecível o ser humano como uma entidade separada, adquirindo com esse sentimento de separatividade a consciência de si mesmo, e todos os benefícios proporcionados por esse estado.

Por meio da mente se trabalha também sobre o Corpo Vital, onde começa todo o desenvolvimento oculto, pela repetição do pensamento construtivo.

Todavia, a mente não é um instrumento dócil do espírito, pois ela ainda permanece unida à natureza passional frustrando os desígnios espirituais.

É de grande importância para o estudante conhecer a causa dessa união a qual constitui o grande problema da humanidade. Sabemos que os corpos Vital e Denso não possuem vontade própria, mas quando a Mente se agregou ao Corpo de Desejos, este havia construído o sistema nervoso cérebro-espinhal e o tinha sob seu domínio, constituindo uma espécie de alma animal, a qual se uniu a mente fazendo-se sua co-regente, proporcionando assim, uma ajuda extra ao Corpo de Desejos que obstaculiza a sábia expressão do Espírito. 
Para uma melhor compreensão do exposto convém estudarmos atentamente o Cap.XV do "Conceito Rosacruz do Cosmos", subtítulo O Coração é uma Anomalia.

Os desejos proporcionam incentivo para a ação; todavia esta ação é boa unicamente quando servem aos propósitos da Natureza Superior.

O homem aprende a diferenciar os maus desejos e os sábios, ditados pelo espírito, pela reação de seus pensamentos, palavras e ações. Esse processo pode ser acelerado com a observação, o discernimento e a análise retrospectiva que o estudante realiza diariamente. Por esses meios obtém a capacidade necessária para julgar corretamente a si mesmo, e a medida de seu adiantamento espiritual.

Nessa grande luta o homem não se encontra abandonado, ante o grande problema da escravidão mental, pois a Natureza Superior já tomou suas medidas: Está convertendo o coração em um músculo voluntário sob a regência do Espírito de Vida, o Princípio Espiritual de Sabedoria, para conseguir o domínio de sua natureza inferior por meio do sangue, privando desse elemento de vida as partes do cérebro dedicadas a propósitos egoístas pela natureza de desejos, expressão pervertida do espírito.

O ocultista científico procura obter esse resultado por seu esforço consciente, o que o conduz a um êxito mais rápido e promissor. Se lança à luta colaborando com o plano espiritual, abrindo seu coração às mensagens espirituais que recebe por meio da intuição, cada vez com maior força, procurando obter o domínio próprio, o qual o libertará de todos os poderes que encadeiam o mundo.
Há uma razão para que o estudante concentre seus esforços na mente: é que a natureza de desejos é muito difícil de ser mudada, uma vez que o Corpo de Desejos, está profundamente enraizado em nossa constituição por seu domínio sobre o sistema cérebro-espinhal e por esse grau de vontade própria que possui. Porém tratando-se da mente é diferente; este é um veículo relativamente recém adquirido e pode ser modificado com facilidade.

Apesar disso, o caminho é duro, porém, o aspirante tem boas armas com o conhecimento claramente exposto no livro "O CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS". Esse conhecimento aplicado praticamente em sua vida diária o guia com segurança. Ao dar o primeiro passo, o estudante desperta forças internas que emanam de sua Natureza Superior e o impelem para a frente, para cima, para sempre.

Há alguns pontos que o estudante deve recordar com frequência; atendendo às suas fraquezas, as quais podem variar de um indivíduo para outro. Sob um ponto de vista geral podemos citar estes:

1-Observação dos atos alheios, para aprender, por suas reações e desvirtuar seus maus efeitos, cuidando para não interferir na liberdade individual, sob nenhum pretexto e também não utilizando essa observação com o intuito de julgar os demais.

2-Empregar o discernimento, recordando a admoestação de Paulo: "Julgai todas as coisas, retende o que é bom." I Tessalonicenses, 5:21.

3-Praticar diariamente a oração, a qual é um meio de coordenar ou concentrar corretamente os veículos sob a influência da Natureza Espiritual. Analisar sempre o motivo pelo qual ora, para que não seja egoísta.

4-Recordar que os pensamentos são coisas, que têm efeitos mesmo que não se transformem em palavras ou ações, desconfiando do que se pense sobre os demais, os quais não se pode expressar em voz alta. Sobre isto o estudante deve recordar que vê tudo através de seu próprio Corpo de Desejos, como disse Paulo: "Agora vemos por espelho, obscuramente". Portanto, existe uma tendência marcante em ver refletido nos demais os nossos próprios erros e vícios.

5–O exercício de retrospecção, que deixamos por último lugar por considera-lo o mais importante: a realização da análise retrospectiva, segundo o método Rosacruz é um exercício de incalculáveis benefícios para o estudante

Sabemos que um breve trabalho teórico como este texto é apenas um bosquejo do tema, mas temos certeza de que o exposto no nosso livro texto se levado

na prática, sincera e honestamente, atrairá até nós a ajuda necessária para alçarmos outros degraus.

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Em certo grau da Maçonaria se representa um drama místico, no qual cada Mestre Maçon deve ser, simbolicamente o protagonista. Ali compreende que a Vida Eterna, o Arquiteto da Natureza Humana, a Individualidade desapareceram de sua vista ou morreram pela afirmação indevida do "eu pessoal".

Seu próprio discernimento lhe indica agora que obteve certo amadurecimento mental, e reconhece que foi ele mesmo o causador dessa morte, o que lhe produz intensa pena; porém essa dor e remorso não podem durar muito tempo; se desapareceu precisa buscá-lo, e se morreu deve ressuscitá-lo. Para tal empreende uma longa viagem em busca da sepultura, lugar em que reina a obscuridade e a morte, onde jaz coberto pela terra de seus erros, prejuízos, instintos, vícios e falsas crendices.

Vai decidido a despertá-lo e devolver-lhe a vida em um renasci mento espiritual. Essa longa viagem, o estudante da Fraternidade também a faz e com as armas que possui, nunca poderá justificar um fracasso definitivo.

Traduzido de um "ECOS" da The Rosicruciam Fellowship de 1958 e apresentado como palestra na Fraternidade Rosacruz de São Paulo em julho de 1986.

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