02/05/2022

ECOS DA PÁSCOA

Christos anesti! de Icone Bizantine Arbereshe - Fonte: Facebook (aqui)

por Jonas Taucci (*)
Muito utilizada após o advento da informática, a palavra ÍCONE é derivada do grego EIKON: aquilo que evoca um significado através de uma pintura, símbolo, gravura, signo ou marca.

Este verbete também designa – religiosamente e em sua grande maioria de origem grega e russa - retratos de Deus, Cristo, santos, profetas etc.. Ícones eram conhecidos como “a bíblia dos que não sabem ler”. Sua origem é bastante remota, cerca do ano 988 DC, na Rússia, em seus estilos artísticos mais conhecidos.

Helene Hoerni Jung (1914-2014, a filha de Carl Gustav Jung), em várias de suas obras considera significativa certas cores nos ícones, bem como chaves, objetos, portas, expressões corporais, e que não devemos entender ícone apenas como uma obra religiosa-artística, mas também como sendo mensagens pictóricas para a humanidade. A finalidade de cada ícone, segundo ela, é uma situação humana a ser desenvolvida internamente em cada um de nós.

A Sra. Helene Jung em seu livro “Maria, Imagem do Feminino”, subjetivamente descreve e analisa de forma minuciosa mais de uma dezena de ícones (inclusive o abaixo) sobre a mãe de Jesus: do nascimento de Maria à sua morte, alicerçada em passagens dos evangelhos canônicos e apócrifos, além de orações antiquíssimas.

Ícones são encontradas em igrejas, principalmente ortodoxas, museus e reproduções em várias lojas de artes e livrarias religiosas.
O ícone acima, do russo Andrei Rublev (1360-1430), encontra-se no Mosteiro da Trindade de São Sérgio na cidade de Sagork e retrata o local de sepultamento de Cristo; o famoso pintor certamente se baseou no 16º capítulo do Evangelho de Marcos para realizar esta obra, que nos mostra a pedra removida e o túmulo sem o corpo de Cristo que ressuscitou, além de Maria Madalena, Maria (mãe de Tiago), Salomé e um anjo.

Isto pode ser analisado à LUZ DOS ENSINAMENTOS ROSACRUZES:

Ainda estamos sob as vibrações do última Páscoa, e seria oportuno uma meditação sobre:

-Quais são minhas “pedras internas” a serem removidas para que meu Cristo Interno possa nascer?

- Qual o significado de um "anjo" (divindade) sentado (sobrepondo-se) na pedra (materialidade)?

Em tempos de Páscoa o aspirante Rosacruz vê salientada a realidade de que o mundo espiritual constitui a verdadeira casa do espírito, sendo suas peregrinações na Terra, lições a serem aprendidas e assimiladas, onde o resultado será o ESPÍRITO QUE SE APERFEIÇOOU e se tornará assim um pilar na Mansão do Pai, de onde não voltará as sair.

A cruz representa o símbolo do homem na trilha da evolução: crucificar nossa natureza inferior (egoísmo), negando a si próprio (personalidade), para se libertar da matéria (pedra), e desta forma desabrochar o Cristo Interno (ressurreição).

Após a crucificação, Cristo se tornou o Espírito Planetário da Terra. A pressão da coroa de espinhos e dos cinco ferimentos de seu corpo físico, no sangue que jorrou destes centros vitais, penetrou nosso planeta, libertando Cristo do veículo físico de Jesus, tornando-se assim o Espírito Interno da Terra; neste instante, esta foi permeada com seu veículo de Desejos que assim ”lavou os pecados do mundo”, embora não os de cada indivíduo. Desta forma, purificou-se o corpo de Desejos da Terra, libertando-a das influências maléficas que se haviam acumuladas.

A partir de então, todos os que se esforçarem por purificarem (“remoção de pedras internas”) seus corpos (Denso, Vital, Desejos e Mente) terão acesso ao nascimento de seu Cristo Interno.

Desde a crucificação, a responsabilidade do controle e direção da Terra passou de Jeová para Cristo, e do exterior para o interior de nosso planeta. O véu do Templo foi rasgado (a iniciação abriu-se a todos os dignos de a receber).

Em consequência deste extraordinário sacrifício, Cristo agora vive parte do ano limitado à Terra; cada um de nossos pensamentos, palavras e atos irá aumentar ou diminuir seu sofrimento.

Eis a razão do motivo central de todos os ensinamentos da Fraternidade Rosacruz, ser o de amar e auxiliar nossos semelhantes.

(*) Resumo de uma palestra realizada nos Centros Rosacruzes de São Paulo e Santo André, no ano 2.000 (ano de comemoração do 45º aniversário de fundação destes Centros). Palestra baseada na Lição Mensal do Estudante (Oceanside), dezembro de 1978 – “Cristo, Contexto de Sua Vinda e Missão”.

4 comments:

Geraçãoz disse...

Muito feliz a origem/ comparação das palavras eikon/ícone. A lição mensal dos ensinamentos Rosacruzes, adequado e sicronizado com a época do ano e as obras de artes quadro/vitrais-obras de Arte!

Anônimo disse...

Gracias por éste trabajo de resumen de algo tan importante. Un abrazo querido hermano

Anônimo disse...

Caro Jonas, aprendo muito com seus textos. Na véspera do dia das mães, gostaria de citar a passagem onde Maria Madalena anuncia a ressurreição de Jesus aos discípulos. Agradeço por ter me enviado essa preciosidade.

M. Th. Schilling disse...

Muito obrigado.

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