10/06/2020

Um Relato Pouco Conhecido Sobre Max Heindel

por Jonas Taucci

Em meu trabalho profissional – a décadas com livros - tenho minhas preferências literárias: uma delas são as biografias.

A biografia de Max Heindel está amplamente divulgada nas redes sociais, bem como seu Tema Natal (horóscopo). A obra “Memórias sobre Max Heindel e a Fraternidade Rosacruz”, de Augusta Foss de Heindel, estão entre as mais conhecidas.

Existem também relatos sobre o Sr. Heindel de pessoas que foram contemporâneas do fundador da Fraternidade Rosacruz, um deles é de autoria de Art Taylor: “Max Heindel, tal qual o conheci”.

Mas, o relato que sempre me chamou a atenção, pertence a Sra. Bessie Boyle Campbell, publicado a muitos anos pela ”Rays  from the Rose Cross” (Sede Mundial), e posteriormente traduzido pela Fraternidade Rosacruz de São Paulo. O referido depoimento da Sra. Campbell foi publicado na revista “Serviço Rosacruz”, número 198, de julho do ano 1.975, páginas 141 a 143.

Transcrevo abaixo – na íntegra – este depoimento, acreditando ser a única informação, até onde sei, que aborda a vida anterior de Max Heindel, ainda que resumidamente.

Meu primeiro encontro com Max Heindel foi numa noite de 1.908, em Yakima, Washington, à entrada de um salão de conferências. Eu havia lido no diário local o anúncio de sua conferência sobre “A vida depois da morte”, franqueada ao público. Ora, eu havia sido criada e educada em ambiente estritamente episcopal e os assuntos dessa natureza espiritual eram incompreensíveis por eles.

Perguntei a minha irmã e a minha mãe se podiam acompanhar-me para assistir a conferência, pois o salão em que a mesma se realizaria, ficava numa rua pouco recomendável para uma moça andar só. Não é demais dizer que não me deixaram ir só. Quando cheguei à entrada do salão, defrontei-me com três pessoas. Em que logo reconheci o casal Swigart e o próprio Max Heindel.

Ao contemplar o rosto e a figura de Max Heindel, tive a sensação momentânea de achar-me diante de um sacerdote, embora ele estivesse trajado como qualquer homem de negócios.

Muito tempo depois, durante uma de suas aulas, ele nos contou que em seu anterior renascimento, há trezentos anos, havia sido um sacerdote católico na França.

Fiquei satisfeita ao ver confirmada minha intuição.

Observando o auditório daquele velho salão, onde Max Heindel proferiu a primeira das dez conferências, notei que em sua maioria era composta de mendigos e desocupados, que ali haviam ido, mas para proteger-se do frio e da neve do que propriamente para ouvi-lo.

O conteúdo de sua dissertação estava além de meu alcance de entendimento, não obstante seu forte magnetismo pessoal e a grande eloquência que me levava a crer firmemente em cada palavra que dizia, como grande verdade.

Compreendi que havia ouvido um grande homem, abordando assuntos transcendentais. Senti que nesses ensinamentos havia encontrado o que há tempo buscava.

Muito tempo depois, pergunte-lhe o que era isso: magnetismo pessoal. Ele me respondeu que era um poder obtido mediante atos de bondade, nesta e em vidas anteriores. Explicou-me que é visto pelo místico como uma aura dourada que os grandes mestres costumam pintar ao redor da cabeça dos santos, em suas obras clássicas.

Assisti suas conferências e lições, nessa ocasião, durante seis semanas, recomeçando tempos depois. Ele não havia publicado ainda a grande obra “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, pois não havia chegado o ano de 1.909.

Suas conferências e lições eram mimeografadas. Em 1.910 assisti novamente as suas dissertações, já com público numeroso, em Los Angeles. Max Heindel costumava entremear de vez em quando, em suas palestras, com observações engraçadas, alegres e simpáticas.

Outras vezes permanecia muito sério e circunspecto. Ele sentia uma grande compaixão por todas as almas que sofriam. Em 1.911 recebi dele uma carta em que me comunicava iniciado os trabalhos de Cura. Nessa oportunidade eu passava por um precário estado de saúde, internada em um hospital de Pasadena, com febre altíssima. Depois de ler sua amável carta, meu quarto se inundou de luz, e eu senti uma tal exaltação que não posso descrever.

Eu vinha orando intensamente e incessantemente quando isso sucedeu. Na manhã seguinte minha febre havia desaparecida por completo e, depois de alguns dias, achava-me em minha residência restabelecida.

Minha mãe, que também chegou a ser probacionista, passou para o além em 1.915 e Max Heindel veio ao funeral e usou a palavra. Em certo momento ele me disse: “ Bessie, coloque sua cadeira junto ao ataúde para que sua mãe possa sentar-se”.

Ele sorriu diante da cadeira para nós vazia e então lhe perguntei se mamãe se sentia feliz, e ele me respondeu: “ Ela está muito séria e impressionada com a mudança”.

Os trinta amigos que se achavam presentes ficaram muito impressionados ao ouvirem suas palavras.

Mas Heindel sempre irradiava uma dulcíssima simpatia e bondade, em sua habitual humildade.

Sinto que, pela oportunidade de haver conhecido esta grande alma, recebi a maior benção deste mundo, além do conhecimento da verdadeira religião Cristã que me veio à mente e ao coração, por seu intermédio. 

Há quem possa argumentar sobre a mãe da Sra. Campbell estar impressionada ao lado do ataúde de seu corpo denso, e não ser citado a revisão do panorama de sua vida, que deveria estar fazendo, como diz os Ensinamentos Rosacruzes.

No tocante a este fato, indico os livros:

*** “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Volume II – pergunta # 15, de Max Heindel. (veja aqui)

*** “Na terra dos mortos que vivem”, capítulo VII, de Prentiss Tucker.

Edições da Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil
Em todas biografias e relatos sobre Max Heindel, sempre encontramos seu comportamento perante seus semelhantes como sendo de um amigo e irmão.

Nós, aspirantes rosacruzes, podemos nos tornar maiores e mais eficientes divulgadores da Filosofia Rosacruz, por meio de uma vida exemplar, de nossa postura, de nossos exemplos, cuja ressonância supera as mais eruditas palestras, os mais profundos conhecimentos e os mais lapidados textos sobre os ENSINAMENTOS DA SABEDORIA OCIDENTAL.

3 comments:

Sandra disse...

Todo relato de vidas passadas e buscas espirituais são muito tocantes. E é um bálsamo saber que a pessoa encontrou o que buscava. Como Max Heindel mesmo disse: Devemos adquirir conhecimento, todavia podemos escolher: adquiri la pelo duro caminho da experiência pessoal, ou pela observação de atos alheios, refletindo sobre eles, guiados pela luz de qualquer experiência que já tínhamos. Assim, somos sempre privilegiados quando conhecemos uma grande alma!

Unknown disse...

Sim a busca por conhecimento independe de sua esmerada habilidade em saber , mas muitas das vezes passando e observando situações. Ser uma Alma trabalhadora na percepção aguçada e elevar a capacidade de entendimento .

Rosacruz e Devoção disse...

Um feliz comentário Sandra! Uma observação realmente útil!
Agradecemos sua constante presença aqui no blog.
Que as rosas floresçam em vossa cruz!

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