O autor do artigo, Jonas Taucci, em frente ao Teatro Bolshoi na década de 90
Vários aspectos me chamaram a atenção naquela visita ao Teatro Bolshoi (tradução: Grande Teatro), em Moscou, na Rússia: o repertório (Quebra Nozes, de Tchaikovsky), o cenário, orquestra, personagens, indumentária, a decoração do teatro...
Contudo algo me
surpreendeu mais que todo este conjunto de maravilhas.
Ao irmos a um teatro, não
nos damos conta do (importantíssimo) trabalho realizado - antecipadamente - por
pintores, eletricistas, marceneiros, técnicos, etc. para que o palco esteja em
condições de apresentação em termos de música, dança, dramaturgia etc.
Por ser neto de russos e
conhecer o idioma, tive a oportunidade de conversar com vários funcionários
deste que é um dos mais belos e tradicionais teatros do mundo, minha surpresa
foi saber que estes anônimos trabalhadores – todos – sabem ler partituras e conhecem (muito bem) música.
A música é apreciada
grandemente pelos povos eslavos, descrever seus compositores e obras, exigiria
um espaço enorme; fica a sugestão de leitura do livro de autoria do austríaco
radicado no Brasil, Otto Maria Carpeaux (1.900-1.978): “Uma nova história da música”, onde os compositores eslavos
são (também) descritos.
Max Heindel, no Conceito Rosacruz do Cosmos,
capítulo XII, A Evolução na Terra, parte a Época Ária, nos fala que:
♪ Quando a humanidade
adentrar na Idade Aquariana, os russos e povos eslavos, terão alcançado um grau
de desenvolvimento espiritual que os fará avançar muito além de sua presente
condição.
♪ Será a música o
principal fator para atingirem esse objetivo.
♪ A alma - sintonizada
com a música - pode voar ao próprio Trono de Deus, onde o mero intelecto não
pode chegar.
♪ Espiritualização e
intelecto devem estar equilibrados.
Reili José Brighenti
(falecido a poucos meses), foi um probacionista que colaborou muito na
divulgação dos Ensinamentos Rosacruzes; poeta (tendo publicados livros), muitas
vezes o chamei de “o entusiasta
rosacruciano”, pois era com esse escopo que realizava suas palestras.
Várias de suas poesias
(dedicadas à natureza e a evolução do ser humano) foram publicadas na revista
mensal “Serviço Rosacruz” e
declamadas - por ele mesmo - em comemorações natalinas e aniversário de muitos
Centros Rosacruzes. Participou de vários corais na Fraternidade, era um
profundo admirador da música erudita, plantas e flores.
Em um determinado número
desta revista foi publicado um texto de sua autoria: “Campanha de preservação à vida”, constituindo-se numa
verdadeira exaltação à onda de vida do Reino Vegetal. Exortava-nos a que em
datas específicas – Natal, Ano Novo, Páscoa e aniversários - presenteássemos as
pessoas com plantas, sementes e flores.
Devido à enorme
repercussão, este texto foi publicado novamente na mesma revista no mês
seguinte (algo que desconheço paralelo). Futuramente iremos reproduzi-lo aqui.
Vou tentar resumir uma
palestra que fizemos conjuntamente (eram frequentes jograis rosacruzes) no
Centro Rosacruz de Santo André, na semana do natal de 1988. O assunto
relacionava-se com a passagem do evangelho de João (10:27), onde Cristo diz:
“As minhas ovelhas ouvem minha voz, eu as
conheço, e elas me seguem”
Toda esta citação, deve
ser entendida internamente:
♪ MINHAS
OVELHAS - representam as pessoas que possuem a sintonia no praticar
o que Cristo ensinou.
♪ OUVEM MINHA VOZ – Ouvir a voz do Cristo Interno.
♪ EU AS CONHEÇO - Nosso Cristo Interno (re)conhece a identificação de
nossa divindade; pertencermos – todos - à onda de vida os Espíritos Virginais,
que foi emanada em Deus.
♪ ELAS
ME SEGUEM – Seguirmos - em pensamentos, palavras e ações - o nosso Cristo
Interno.
Podemos também resumir -
num paradoxal fator – o que bloqueia ouvirmos a voz de nosso Cristo
Interno: o não ouvir o pedido de auxilio de nossos semelhantes; estarmos surdos
às pessoas enfermas e necessitadas. A arrogância do (apenas) conhecer e não do
(importante) auxiliar.
Nenhum dos quatro
evangelhos relata a presença de animais na manjedoura onde Jesus nasceu; talvez
a tradição venha:
*** Do presépio (São
Francisco de Assis, na cidade italiana de Greccio, no ano de 1.223).
*** Da profecia em Isaias
(01:03), cerca de 700 anos antes de Cristo: “O boi conhece seu possuidor, e o jumento o dono de sua manjedoura...”.
Quando observamos um
presépio, sempre associamos isto a uma quietude; até mesmo os animais
silenciaram quando do nascimento de Jesus.
O aspirante rosacruz deve
tirar importantes lições deste fato; transferir esta representação do
presépio para o nosso interior:
- Silenciar nossos animais internos (Eu Inferior)
para que nesta consequente quietude, possamos ouvir a voz de nosso
Cristo Interno; sem este ponto de partida, nenhum estudo, nenhuma retórica
alcançara este intento. Por animais devemos
entender - também - tudo aquilo que omitimos
em auxilio a nossos irmãos.
Se os desprezamos, jamais
ouviremos esta voz.
Querer ouvir doces canções celestiais e não ouvir o pedido de auxílio de
semelhante constitui-se numa ilusão imensa que nos coloca num estado
deplorável; a alucinação esotérica.
♪ Como anda a “limpeza de nossos ouvidos”? ♪
4 comments:
Obrigada Jonas, pela homenagem em memória do Pai, Reili, que sempre amou a doutrina rosacruzes.
Alguns dos trabalhos sociais voltados ao próximo que hoje participo, foi idealizado por ele.
Obrigado por sempre compartilhar assuntos construtivos.
Que as rosas floresçam em sua cruz.
Grato, Jonas, pelo excelente artigo e também por nos trazer à lembrança o nosso amigo Reili, companheiro e obreiro incansável!
Que as rosas floresçam em sua cruz.
Muito bom irmão Jonas!
Que as rosas florençam em sua cruz
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