24/03/2019

Expansão de Consciência

Uma mensagem do ECOS da The Rosicrucian Fellowship, década de 80 (*)

No Capítulo do Conceito Rosacruz do Cosmos que trata do esquema ou caminho da evolução lemos: “Os três e meio Períodos que faltam serão dedicados ao aperfeiçoamento destes veículos, e a expansão de nossa consciência em algo semelhante a onisciência” (Veja Conceito Rosacruz do Cosmos - Caminho da Evolução - Os Sete Períodos) .Esta lição trata desta importante fase da evolução. Já caminhamos um grande percurso desde a consciência de sono profundo, do Período de Saturno ao estado de consciência de vigília atual, e estamos nos preparando para a elevada consciência espiritual que obteremos no Períodos de Vulcano. Este é o grande plano que nosso Criador traçou para nós – os Espíritos Virginais. Através das diferentes fases da involução fomos guiados por Seres Elevados, de variados graus de poder, porém, no tempo atual, nos encontramos no caminho evolutivo do desenvolvimento, e ampliando a nossa Consciência de Vigília, cujo desenvolvimento está em nossas próprias mãos, dependendo de nossa iniciativa e diligência, a fim de que cresça ou estacione.

Como Aspirantes sinceros e humildes temos plena consciência de nossos muitos defeitos. Como alcançar o crescimento anímico é o objetivo de nossos esforços diários, porque é este crescimento anímico que aumentará a nossa consciência. Frequentemente sentimos que não podemos nos concentrar ou meditar de forma correta ou tão profundamente como desejaríamos porque influências externas nos perturbam, e com facilidade pensamos que a tarefa de Aspirante é demasiada para nós. É então que somos tentados a fugir ao compromisso de nos desenvolvermos espiritualmente. Mas sabemos que o crescimento anímico não se acumula “fugindo da vida” ou das nossas obrigações para com a sociedade e para com o mundo físico. A consciência se produz pela guerra entre o Corpo de Desejos (que constrói) e o Corpo Vital que destrói). O Espírito renasce para obter experiência e esta só se pode alcançar pelo contato com nossos semelhantes no Mundo Físico de ação e reação.

A razão para a edificação de nosso intricado sistema de veículos eficientes durante a involução, foi para obter consciência própria pelo uso destes veículos conscientemente. Durante nossa jornada evolucionária, conseguimos poder anímico que é o alimento que o Espirito requer. Desde o princípio este nosso espírito foi uma parte de Deus, e agora, como sempre, “ vivemos, nos movemos e temos o nosso ser” em Deus, porém, tem que se converter em um espírito humano, individualizado, consciente. Como tal, no devido tempo, deve dar-se conta de sua própria história passada, suas possibilidades atuais e suas futuras potencialidades.

Cristo advertiu a seus ouvintes: “Se, tu, portanto, perfeito como teu Pai é perfeito nos Céus”. Ele sabia que nenhum de Seus ouvintes possuía a perfeição de Deus no tempo em que Ele lhes falou, porém, que é possível ao homem conseguir. Por Suas palavras desejava “impressionar” e recordar à humanidade que, pelo esforço constante e pelo exercício da vontade, o homem poderá alcançar a perfeição. Ele quis elevar aos não sensitivos porque Ele sabia que nosso adormecido espírito tem que ser despertado, frequentemente por dolorosas experiências.

Reunimos material para o crescimento de nossa alma através de nossas experiências diárias. Como tratamos estes acontecimentos que enfrentamos em nossa existência diária, será nossa contribuição individual para com a vida. Cada um de nós experimentou um meio ambiente distinto e se equipou com um átomo-semente mais ou menos poderoso no começo da vida, e, por conseguinte a reação de cada um, é diferente, individualizada, e assim enriquecerá a obra da vida. Carecemos de poder suficiente apreciável sobre os sucessos com que temos de nos defrontar em nossa jornada desde o berço ao túmulo, porém, podemos determinar COMO reagir ante eles. Temos liberdade em demonstrar, face aos problemas da vida, debilidade ou valor ao enfrenta-los. Nesta luta divina, a alma é enriquecida e a quinta-essência deste crescimento anímico é extraído vida após vida, armazenando-se como poder vibratório. Este poder reunido pelo Espírito durante muitas vidas é o que sentimos quando nos colocamos em contato com nossos semelhantes. É o poder vibratório que com frequência cria imediato gostos ou aversões. O poder anímico se imprime em nossa própria alma e sentimos o seu efeito.

Richard Wagner, em sua Ópera Parsifal, teve um esplêndido êxito ao dar-nos um quadro revitalizado da velha lenda que fala da jornada do homem através da vida conforme enfrenta os perigos e domina as tentações. Finalmente, chega à conclusão de sua pesquisa com a alma enriquecida e sua alma expandida. Quando, pela primeira vez, Parsifal aparece em cena, é puro e sem malícia e, surpreendemente inocente. Deseja ser de alguma utilidade no Castelo do Graal, porém, antes de o conseguir, tem que enfrentar as realidades da vida e do mundo com seus perigos, porque tem que aprender a discernir. Este é o único meio de verificarmos onde somos débeis. Parsifal em sua inocência passa através de seus encontros com as donzelas e a tentadora Kundry sem prejudicar-se. Em seu doloroso encontro com Kundry obtém novo conhecimento que resulta em maior consciência. Parsifal viaja através do mundo, encontra sofrimentos e fadigas, e, agora quando retorna ao castelo do Graal está em condições de ajudar e seus esforços são aceitos prazerosamente, porque tem o domínio de si mesmo. Parsifal diz a seus amigos: “Vim através dos erros e sofrimentos, através de muitos fracassos e incontáveis angústias. Isso deveria dar a todos aqueles “QUE PROCURAM” novo alento para fazer o seu trabalho no mundo, sabendo que nada se perde e que todo esforço sincero é válido.

A essência de nossas experiências, vida após vida, se acumula e não se perde. O amor e entendimento adquirido fará nossa jornada para o alto mais feliz e mais proveitosa a todo aquele que tentar.

(*) Tradução da Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil publicada na revista Serviço Rosacruz, agosto de 1982

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