por Eduardo Aroso (*)
Alguém já disse que a nossa época «é o tempo dos atrasados», isto é, por estranho que pareça, todas as oportunidades de evolução, embora dadas a todos, hoje são manifestamente oferecidas aos atrasados da humanidade: desde os mais pobres aos políticos e plutocratas, mas que ainda vivem apenas na esfera do sensível. Todas as energias e atenções estão voltadas para aqueles que se satisfazem com o conforto, os bens (ainda que necessários), em suma para «o que é de César», desde a sociedade até às igrejas instituídas que, como bem observou Max Heindel, já não podem dizer ao doente «levanta-te e anda».
Quanto aos mais adiantados, ninguém os ouve na televisão, na imprensa, salvo as possibilidades de os termos na internet, o único canal de liberdade. Todas as atenções se voltam para as banalidades diárias, extravagâncias, em suma para os heróis do efémero.
Quem entre o público dirige a sua atenção para alguém que fale de um assunto elevado? Como diz um amigo meu, mesmo se começasse a escutar quem suportaria esse sábio por mais de um minuto?
É que, geralmente, tais homens falam de assuntos de sempre (podendo, é claro, ser vistos de outro modo), de leis criadas por Deus, de princípios da Natureza que não se compadecem com modas. E isto não está no gosto das massas nem de uma grande parte dos chamados intelectuais, porque todos querem a excitação do corpo de desejos. Este é o nosso veículo mais difícil de dominar, e aqui deparamos com o cerne da diferença que separa o esoterismo ocidental do oriental: para os ensinamentos ocidentais o corpo de desejos – de onde vem todo o incentivo para a acção - não deve ser anulado («matar o desejo»), mas educado e por fim dominado.
(*) Escrito em 29-7-2012), publicado no Grupo Fraternidade Rosacruz Max Heindel (Facebook)
1 comments:
Obrigado por ter colocado no seu blogue.
Fraternalmente
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