Resposta: O espírito não é masculino, nem feminino. Manifesta-se alternadamente como homem e mulher, de forma que, considerando o voto feminino de um ponto de vista mais amplo, seria vantajoso para os homens de hoje conceder às mulheres o que na realidade é seu direito — uma total e completa igualdade em todos os setores. O duplo comportamento social através do qual, atualmente, um homem pode cometer pecados sem ser condenado ao ostracismo, precisaria acabar, O trabalho da mulher deveria ser remunerado da mesma forma que o é o trabalho do homem e, em todo caso, as linhas formuladas tão admiravelmente no romance de Edward Bellamy, “Olhando Para Trás”, deveriam ser seguidas.
A conveniência desse acordo social equitativo ficará evidente se considerarmos a vida, não do ponto de vista de uma única vida, mas de uma entre muitas, e de que nascemos alternadamente como homens e mulheres. Mas há outras razões pelas quais deveria conceder-se à mulher o direito de voto. No homem, o corpo denso é positivo e as forças positivas do homem são especificamente focalizadas na Região Química do Mundo Físico. Ele está mais interessado no que pode pesar, medir, analisar e produzir na sua vida diária. Seu desenvolvimento segue paralelamente à concepção materialista, moldando a terra e tudo que ela encerra, adaptando-a à sua fantasia, mas tomando pouco ou nenhum caso no aspecto espiritual das coisas.
Por outro lado, a mulher tem o corpo vital positivo e, como resultado, está intuitivamente em contato com as vibrações espirituais do universo. Ela é mais idealista e imaginativa, tendo um grande interesse em tudo que se relacione à elevação moral da raça. Como é somente através do crescimento moral e espiritual que a humanidade poderá evoluir, a mulher é realmente o fator essencial para essa evolução. Seria um enorme benefício para o mundo se lhe fosse conferido, em todos os campos, um direito igual ao do homem. Somente assim, poderemos esperar reformas que unirão realmente a humanidade. Por analogia, podemos observar um lar, onde a mulher é o pilar central em torno do qual o marido e os filhos se agrupam. De acordo com a sua capacidade, ela torna a casa um verdadeiro lar, ela é a influência que cimenta e pacifica. O pai pode morrer ou abandonar o lar, os filhos irem embora, mas enquanto a mãe estiver presente, o lar permanece. Mas quando a mãe morre, o lar desfaz-se simultaneamente.
Alguns podem rebater: “Sim, mas se ela for atraída por questões políticas, o lar certamente se dissolverá”. Não devemos temer isso. Durante o estágio de transição, enquanto as mulheres tiverem que lutar pelos seus direitos, possivelmente, durante algum tempo até que se tenham ajustado, poderá haver alguns casos de negligência no lar. No entanto, as que já passaram por essa prova, não tiveram seus lares desfeitos e muita coisa boa foi concedida, pois sempre podemos contar com as mulheres para apoiar qualquer movimento relativo à moralidade. Embora as leis sejam apenas temporárias, tentando conduzir a humanidade a um plano mais elevado onde cada um seja uma lei em si mesmo, agindo corretamente sem coação, ainda subsiste a necessidade de que tais reformas sejam efetuadas por meio da legislação.
PERGUNTA 185 do livro: FILOSOFIA ROSACRUZ EM PERGUNTAS E RESPOSTAS, VOL. I, MAX HEINDEL
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