23/07/2013

Sobre o Pioneirismo de Max Heindel: Uma Reflexão

Max Heindel (23/7/1865 - 6/1/1919)

«O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça». (Mateus 8.18-20)
A sentença crística enunciada pelo apóstolo tem sido interpretada essencialmente no sentido do despojo dos bens materiais. Afinal, verdadeiramente nosso é apenas o corpo (os corpos) enquanto vivemos neste mundo, embora dele levemos a quintessência, ou melhor, o resultado das acções, para nos mundos superiores extrairmos a essência desse trabalho.

De outros sentidos na frase, porventura mais subtis, há um que se pode vislumbrar. Reclinar ou apoiar a cabeça significa assim que a cabeça deve sustentar-se em algo. Já pensámos que um pioneiro, em qualquer actividade humana, muitas e muitas vezes nos tempos que se lhe seguem, na melhor das hipóteses a sua actividade é apenas mantida, isto é, não tem continuidade à sua altura? Um Pitágoras não se segue ao Pitágoras, um Leonardo da Vinci não se segue ao Leonardo da Vinci e um Camões não se segue a Luiz Vaz de Camões. É simples de se entender. Quando uma luz é muito forte, ilumina tanto que às vezes até ofusca, ou seja, o que se lhe segue podendo ser luminoso será, via de regra, de outro modo, modo esse que até pode ser (e já é muito) a explicitação e a manutenção dessa explosão de génio ou de pioneirismo. O que acontece, por exemplo, com movimentos artísticos e filosóficos é conhecido de todos. Passam-se décadas e décadas até surgir outro impulso. Um pioneiro é a “cabeça” de um movimento que, se bem dirige o corpo, este por sua vez deve sustentá-la na continuidade.

É caso também para perguntar, quanto à obra de Max Heindel, se durante estes 100 anos, o pioneiro, o mensageiro, teve sempre onde a «reclinar a cabeça», desde as estruturas da sede central à disseminação da filosofia. Todos e cada um dos que estão no movimento devem colocar a pergunta. Por muito dolorosa que seja, e ainda com esta outra alínea: fomos acrescentado suportes, desenvolvimentos, investigações, envolvimentos humanos verdadeiramente fraternais ao longo destes anos, ou diminuímos esse travesseiro de esforço que Max Heindel e sua esposa Augusta Foss Heindel construíram com tanto amor e sabedoria?
por Eduardo Aroso em "Do Amor e do Ser (22)" publicado na página Fraternidade Rosacruz Max Heindel - Facebook  - 7 -11-2012

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