03/05/2025

A Lâmpada da Sabedoria e a Lição das Abelhas na The Rosicrucian Fellowship

Por Jonas Taucci
Idealizada pelos probacionistas do Centro Rosacruz de Santo André, feita por uma marcenaria especializada em madeira mogno, medindo 16cm x 05cm x 08cm e pesando 115 gramas, a – assim chamada - Lâmpada da Sabedoria (fotos abaixo em seu perfil e inscrições na sua base) foi distribuída graciosamente a todos os presentes nas reuniões do referido Centro, realizadas nas quartas feiras (dias 03, 10, 17, 24 e 31) de maio do ano 1995 e também enviada a outros Centros no Brasil e a The Rosicrucian Fellowship (TRF). Motivo: naquele mês/ano o Centro Rosacruz de Santo André celebrou quarenta anos de fundação. A Lâmpada consta – ao lado do coração – na capa dos livros da Fraternidade Rosacruz, escritos por Max Heindel e Augusta Foss Heindel como indicativo de que mente e coração devem estar equilibrados, aludindo também ao axioma “mente pura, coração nobre e corpo são”.


Vários Centros Rosacruzes as possuem – ladeadas e incrustadas - em suas tribunas (púlpito) e um discernimento deve ser exercitado sempre: a diferenciação entre a gama de informações obtidas (conhecimento) e a utilização disto para a construção de um mundo tal qual Cristo nos exortou (amar uns aos outros) que se constitui em Sabedoria.


Na reunião daquele 17 de maio, houve a Celebração destas quatro décadas de divulgação dos Ensinamentos Rosacruzes com a presença de irmãos de vários Centros que ocuparam a tribuna, numa ampla congratulação de amizade e companheirismo; coube a uma irmã probacionista - representante do Centro Rosacruz de São Paulo - proferir palavras alusivas a esta data, associando-a com os quarenta anos da travessia no deserto do povo liberto do Egito por Moisés (Velho Testamento) e os quarenta dias que Cristo esteve no deserto preparando-se para sua Gloriosa Missão (Novo Testamento).

Esta irmã foi a que – no início/meados dos anos 80 – custeou na grande reforma do Centro Rosacruz de São Paulo, os pisos do térreo, jardins e andares superiores (estes até então inexistentes) e também o piso do Templo do citado Centro, ao que disseram os probacionistas após a conclusão do assentamento:

“Que nossos pés pratiquem, ao caminharem por aqui, o respeitoso ósculo nestes pisos: trata-se de um local sagrado.”

Naquela sua mensagem ao Centro aniversariante, a irmã referiu-se a uma palestra realizada, anos antes, pelo probacionista Antonio Munhoz no Centro de São Paulo baseada na Carta Mensal aos Estudantes (sem título, de Maio -1983) da TRF, a qual segue abaixo resumo que foi distribuído aos presentes.

“Nossa rotina diária em Monte Ecclesia inicia e termina o dia de trabalho com um serviço na Capela de aproximadamente quinze minutos e que inclui a leitura de um trecho da Bíblia; periodicamente o terceiro capítulo da Epístola de Tiago é lembrado.

Ela nos fala de que um navio gigantesco toma o rumo desejado com um leme infinitamente minúsculo comparado com tamanho da embarcação e de que uma pequenina faísca pode incendiar uma grande floresta.

Assim é nossa minúscula língua: um órgão pequeno mas de difícil controle que pode nos levar a portos indesejáveis como o leme de um navio ou causar incêndio nas mais variadas situações como uma fagulha. O homem é capaz de domesticar vários animais e até mesmo colocar freios em suas bocas, mas controlar sua língua de toda maledicência e críticas nocivas constitui-se numa tarefa gigantesca, porém necessária para que possamos galgar degraus evolutivos espirituais. Há uma incoerência da mesma língua que ora e bendiz a Deus e odeia seus semelhantes como está registrado no Ritual Rosacruz do Serviço do Templo.

Vamos narrar algo que ocorreu recentemente em nossa Sede (TRF) que, conjugada com a referida Epístola de Tiago, nos trará importantes lições.

Um jardineiro estava realizando a locomoção de uma colmeia de nosso jardim para outro local quando foi picado várias vezes por abelhas, as quais várias morreram após isto devido a que a sua respectiva espécie - ao picar - deixa seu ferrão (juntamente com parte de seu abdômen) no local.
Imagem: revista "Rays" de agosto de 1978
A citada Lição Mensal do Estudante nos faz uma pergunta:

- Se morrêssemos ao “picarmos” alguém com nossas palavras permeadas de dureza, ironia e outros atributos oriundos de nosso Eu Inferior, quantos de nós estaríamos vivos?

Podemos assegurar a todos que este capítulo da Epístola de Tiago tem sido de um tremendo benefício espiritual; mais do que nenhum outro e ainda que estejamos distantes de uma perfeição (que isto não nos acomode na prática da maledicência) devemos exercitar nosso Corpo Vital com referência a natureza de nossos dizeres”.


A irmã probacionista acresceu que na condição de aspirantes rosacruzes, portemo-nos como tais e não envoltos em um mero rótulo, citando uma frase atribuída ao filosofo francês Montesquieu (1689-1755) “Para nos tornarmos verdadeiramente grandes, é necessário estar ao lado das pessoas, e não acima delas”.

A melhor forma de divulgarmos os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental reside em nosso comportamento perante a humanidade. A formação de nosso Cristo Interno não virá de informações rosacrucianas, mas sim do uso que faremos delas; Max Heindel – explicitamente- deixa isto bem claro em sua obra “Coletâneas de um Místico” (capítulo XVII – O Magno Mistério da Rosacruz) quando informa, com referência à iniciação:
  • Fazer conversões não é o ponto essencial dos Ensinamentos Rosacruzes.
  • O Guardião do Umbral não examinará as pessoas pelos seus conhecimentos espirituais.
  • Ele poderá admitir pessoas completamente ignorantes quanto a estes conhecimentos.
  • Possibilidade de fechar a porta a outros que devotaram toda sua vida ao estudo e ensino destes referidos assuntos.
Max Heindel também refere-se sobre a importância que terá, num futuro distante, a garganta (laringe), onde ao espírito aperfeiçoado será outorgado o Verbo Criador. Esta condição não será alcançada por uma dádiva ou dom especial e será obtida - paulatinamente - na senda evolutiva, tratando-se de uma OBRA ALQUÍMICA e um dos ingredientes será o controle de nossos dizeres para com os semelhantes.

Mas, não precisamos esperar tanto tempo para o início desta elaboração alquímica !

Em “Interpretação Mística da Páscoa” (capítulo II – Um acontecimento de sentido místico) o fundador da Fraternidade Rosacruz fala que “nos dias atuais, aqueles que bebem do cálice da auto abnegação para poderem usar a força no serviço aos outros, estão construindo este órgão e também o Corpo Alma que é o Traje Nupcial. Estão aprendendo a usá-lo aos poucos, como Auxiliares Invisíveis, quando fora do corpo precisam emitir a palavra de poder para dissipar doenças e produzir tecidos sadios”.

Qual a natureza de nossos dizeres, no plano físico, para com os semelhantes?

O Sol transita estes dias pelo signo astrológico de Touro (Vênus como regente), associado aos órgãos anatômicos humanos acima citados.

Um excelente período para refletir sobre quais vibrações constitui-se o que falamos...

2 comments:

Anônimo disse...

Muito obrigado, Jonas ! abraço fraterno. Marcus

Anônimo disse...

Obrigado.
Eduardo Aroso

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