Pergunta: Muitas vezes fiquei insatisfeito com minha vida e ansiava por uma “mudança”, embora não conseguisse identificar exatamente que tipo de mudança. Um autor que li recentemente disse que estamos insatisfeitos porque ainda não atingimos o nosso potencial – que temos muito para dar, mas ainda não encontrámos canais através dos quais o possamos fazer de forma adequada. Vocês poderiam comentar sobre isso?
Resposta: Muitas pessoas, acreditamos, sofrem de sentimentos vagos de descontentamento ou inquietação. Muito disto provavelmente se deve ao fato de anseios espirituais que ainda não compreendemos estarem “agitando” a humanidade. No mínimo, o subconsciente está ciente de que existem coisas superiores às físicas e materiais pelas quais estamos nos esforçando. Em última análise, o destino de todo ser humano é ser literalmente “como nosso Pai que está nos céus”. Dentro de nós já, em forma latente, estão Sua Luz, Poderes e Atributos. Viemos de Deus há milhares de anos na nossa evolução, descemos à matéria para obter as experiências de aprendizagem necessárias e agora estamos iniciando os primeiros passos da ascensão da matéria na viagem de regresso a Deus. A Terra física não é o nosso verdadeiro lar. É um lar apenas temporário. Basicamente, o nosso descontentamento ou insatisfação, qualquer que seja a forma que assuma e quaisquer que sejam as suas manifestações superficiais – está envolvido com um desejo subjacente de retornar à morada do Espírito.
Este retorno levará eras adicionais de tempo, e todos nós temos muitas vidas terrenas pela frente antes de estarmos prontos para os próximos passos da jornada. Entretanto, é nossa responsabilidade desenvolver qualidades espirituais como a compaixão, o altruísmo, um sentido primordial de serviço a todos e também nossos talentos e competências individuais, da melhor forma possível no ambiente físico. Ao fazer isso - ao nos dedicarmos ao pensamento e à ação - voluntária e instintivamente aplacamos a inquietação e o anseio de base espiritual que estão começando a agir sobre nós.
Assim, o autor sobre quem você escreve está bastante correto ao dizer que ainda não atingimos o nosso potencial e também que temos muito para dar, mas ainda não encontramos o canal para fazê-lo. O canal definitivo para nós neste momento é o altruísmo. Somente quando damos de nós mesmos, e na medida em que o fazemos, é que encontramos paz e realização. Isto se aplica tanto à oferta de nossos talentos a serviço ou elevação de nossos semelhantes, quanto ao trabalho rotineiro associado à existência física que todos precisamos realizar, como também aos pensamentos de amor e bênçãos que enviamos aos outros e mesmo ao abandono dos desejos inferiores, que são os responsáveis por nos tornar inadequados para o trabalho superior da vida. Pode até mesmo aplicar-se ao abandono de desejos elevados, se estes entrarem em conflito com o nosso serviço aos demais.
Traduzido da revista Rays from the Rose Cross, nov/dez de 1983
NOTA: Esse artigo faz parte da seção "PERGUNTAS DOS LEITORES DA RAYS" da revista "Rays from the Rose Cross" . Várias dessas perguntas foram traduzidas pela Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil e publicados na revista "Serviço Rosacruz". Se deseja divulgar, por favor mantenha os créditos.
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