por Roberta
Wiseman (*)
De todas as características dos seres humanos a inveja é uma das mais devastadoras. Tem sido um atributo da natureza humana desde os simbólicos Caim e Abel, e a Bíblia está repleta de outras histórias de inveja e cobiça, que deveriam servir de advertência à humanidade. No entanto, a história registra a perda de tronos, guerras amargas e a escravização de milhares de vítimas inocentes, tudo provocado pela inveja de um ou mais indivíduos sedentos de poder. Salomão chamou a inveja de “uma podridão dos ossos”. (Provérbios 14:30) Pilatos, quando perguntou ao povo se deveria libertar Barrabás ou Jesus, “sabia que por inveja o haviam entregue”. (Mateus 27:18). O Livro de Oração Comum diz: “Da inveja, do ódio, da malícia e de toda falta de caridade, bom Senhor, livra-nos”.
A emulação saudável pode ser um trampolim para realizações mais elevadas, mas a inveja maliciosa gera apenas ódio e conflito. Embora estejamos conscientes de que a simpatia pelos desfavorecidos inspirou algumas das reformas mais notáveis da sociedade sabemos também que, inversamente, pode tornar-se uma ameaça se fizer com que aqueles que se consideram vítimas desenvolvam. um ódio fanático e à justiça e ao eventual resultado das questões envolvidas.
Muitas vezes esperamos que uma grande quantidade de coisas boas surja em nosso caminho. Não calculamos as nossas expectativas proporcionalmente ao que damos. Se enfatizarmos mais as nossas obrigações para com os outros, ficaremos agradavelmente surpresos com todas as ricas bênçãos que recebemos. Elas, as bençãos, podem não vir dos mesmos canais para os quais livremente dirigimos nossas doações, mas a ação posta em movimento pela nossa generosidade torna-se muitas vezes uma avalanche de bondade e regeneração.
Enquanto invejarmos os outros porque possuem bens ou talentos que faltam em nossas próprias vidas, não conseguiremos desenvolver o crescimento da alma. À medida que crescemos em estatura espiritual, coisas materiais necessárias nos serão acrescentadas. “Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça; e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33)
A consciência deste princípio de transmutar a natureza inferior para a natureza superior, de desenvolver o crescimento da alma, de espiritualizar os nossos veículos – é alcançada de várias maneiras.
Há aqueles que, em seu desejo de autoaperfeiçoamento, são atraídos por pessoas puras e de grande alma, cujas auras irradiam bondade e luz. Todos nós conhecemos algumas dessas pessoas cuja presença nos inspira a um nível mais elevado de pensamento.
Outros que se desenvolvem ao longo do caminho do místico cristão usam Cristo Jesus como seu ideal. Muitas vezes, inconscientes de tentar alcançar qualquer objetivo definido, cultivam a compaixão e o amor pela humanidade, meditando e imitando a vida de Cristo.
Há ainda aqueles que ficaram tão absorvidos pela intelectualidade que a sua razão precisa ser satisfeita. Eles são ajudados ao longo do caminho a conhecer a falácia da inveja pelos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental dados à humanidade pelos Irmãos Maiores.
O serviço aos outros é uma das doutrinas fundamentais da Filosofia Rosacruz e todos aqueles que se esforçam, dia após dia, em praticar os seus princípios eficientes e científicos de crescimento da alma, encontram pouco tempo ou desejo para desperdiçar com a inveja - o inimigo interior.
(*) Artigo da revista Rays from the Rose Cross, maio de 1954 - tradução por Rosacruz e Devoção
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