Resposta: Sim, as festas do ano têm o mais profundo significado oculto. Do ponto de vista material, os planetas não passam de massas de matéria circulando em suas órbitas em obediência às chamadas leis cegas. Mas, para os ocultistas, são Grandes Espíritos movimentando-se no espaço como nós nos movimentamos no mundo.
Quando vemos um homem gesticular, atribuímos sempre um certo significado aos seus gestos. Se sacode a cabeça, sabemos que está desaprovando uma determinada proposição, mas se assentir com ela deduzimos que a está aprovando. Se gesticula com as palmas das mãos voltadas para si, sabemos que está pedindo para alguém ir ao seu encontro, mas se as palmas estão viradas para fora, está avisando alguém para permanecer longe. No caso do universo, nunca imaginamos algum significado relacionado à posição dos planetas. Mas, o ocultista encontra o mais profundo significado em todos os diversos fenômenos celestes. Eles correspondem aos gestos do homem.
Krishna significa ungido, e quem tivesse uma missão especial a cumprir era assim consagrado nos tempos antigos. Quando no inverno o Sol encontra-se abaixo do Equador no ponto nadir de seu percurso, os impulsos espirituais são maiores no mundo. No entanto, para o nosso bem-estar material, é necessário que o Sol volte novamente para o hemisfério norte. Por isso, referimo-nos ao período em que o Sol inicia a sua jornada em direção ao norte como Natal (Christmas), o aniversário do Salvador, ungido para salvar-nos da fome e do frio que resultariam se tivesse que ficar sempre no Sul.
Enquanto o Sol passa rumo ao Equador, ele atravessa o signo de Aquarius, o aguador, e durante esse período a terra é inundada pelas águas da chuva, simbolizando o batismo do Salvador. Em seguida, ocorre a passagem do Sol através do signo Pisces, os peixes, no mês de Março. As provisões do ano anterior foram todas consumidas, e o alimento do homem fica escasso. Por isso, temos o longo jejum da Quaresma. A alimentação com peixe simboliza a característica desta fase da jornada solar. Depois vem a Páscoa (Passover) quando o Sol passou sobre o Equador. Esta é a época da Páscoa, quando o Sol está no seu nodo oriental. Este cruzamento do Equador é simbolizado pela crucificação ou crucifixão do Salvador. O Sol transita em seguida pelo signo de Áries, o Carneiro, tornando-se o Cordeiro de Deus, que é oferecido pela salvação do mundo na estação em que as plantas começam a brotar. Para que o sacrifício possa verter-se em benefício do homem, ele (o Sol) deve ascender nos céus quando os seus raios puderem fazer amadurecer a uva e o milho. Assim, temos a festa da Ascensão do Salvador ao Trono do Pai, que ocorre no solstício de verão, em Junho (Hemisfério Norte). Ali o Sol permanece por três dias, quando a frase “Dali ele irá voltar”, realiza-se a partir do momento em que inicia a sua passagem em direção ao nodo ocidental. Na época em que passa pelo signo de Virgo, a Virgem, temos a festa da Assunção e, mais tarde, ao deixar esse signo, a Natividade da virgem parece nascer do Sol.
A festa judaica dos Tabernáculos ocorreu na época em que o Sol estava cruzando o Equador no seu trânsito para os meses invernais. Essa festa era acompanhada pela pesagem do milho e pela safra do vinho, que eram as dádivas do Deus solar aos seus devotos humanos.
Como constatamos, todas as festas do ano são ligadas aos movimentos das estrelas através do espaço.
De Max Heindel em: FILOSOFIA ROSACRUZ EM PERGUNTAS E RESPOSTAS, Vol.I, Perg.89, Max Heindel
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